As mudanças anunciadas no fim de semana, de que o conselho de administração deve recomendar hoje aos acionistas da Xstrata que aprovem o negócio, foram consideradas cruciais para elevar a probabilidade que a controversa fusão seja concretizada.

“Continuamos a esperar que esta megafusão seja concluída, especialmente após as importantes mudanças para a estrutura do negócio”, apontou o banco de investimentos Jefferies.

A Xstrata anunciou que os acionistas terão a opção de votar pela fusão, independentemente da aprovação da proposta de bônus para manter os gerentes da Xstrata na companhia. Anteriormente, o negócio não poderia ser fechado se, como ameaçaram alguns acionistas, o pacote fosse rejeitado.

Xstrata e Glencore querem pagar aos principais gerentes da mineradora anglo-suíça bônus de 173 milhões de libras esterlinas para garantir que permanecerão supervisionando as operações após a fusão ser concluída.

"Provavelmente é o suficiente para obter o acordo”, disse Jeffrey Largey, da MacquarieResearch. Os especialistas em recursos da Liberum Capital concordam. "Estamos de volta a uma probabilidade de 80% de que o negócio vá adiante.”

A BlackRock, terceira maior acionista da Xstrata, permanece implacavelmente contrária ao plano de retenção, acreditando que gera um excesso de compensações aos executivos. A Qatar Holding, segunda maior acionista, não se pronunciou sobre o assunto. A Standard Life Investments, um dos dez maiores acionistas da companhia, apoia o acordo.

Xstrata e Glencore alertam que a remuneração extra é vital para o sucesso do projeto de fusão. "Sem a habilidade de manter os gerentes da Xstrata para conduzir as operações combinadas de mineração do grupo, os conselheiros acreditam que a proposição de valor da instituição está em risco”, disse John Bond, presidente do conselho da Xstrata.

Ivan Glasenberg, presidente-executivo da Glencore, afirmou que o compromisso dos gerentes da Xstrata é vital para capturar sinergias e realizar o potencial de crescimento orgânico de ambas as companhias no longo prazo.

Analistas chamam a atenção também para os riscos do negócio e as dificuldades do setor. "A empresa proveniente da fusão continuaria com uma alta alavancagem financeira e uma alta sensibilidade dos lucros às mudanças nos preços das commodities", segundo o Jefferies.