Folha de S.Paulo
22/03/2023 15h08
Ao longo do ano passado e também durante os primeiros meses de 2023, uma categoria de investimento ainda pouco conhecida no mercado brasileiro começou a cair no gosto dos investidores.
Os fundos de investimento em infraestrutura (FI-Infra), que investem nas debêntures incentivadas de infraestrutura, viram o número de cotistas mais que triplicar desde o final de 2021.
Dados da plataforma TC/Economatica apontam que, em dezembro de 2021, a classe dos FI-Infra somava cerca de 26,6 mil cotistas, número que subiu para 81,5 mil em março de 2023, um aumento de cerca de 206% no intervalo.
Na mesma base de comparação, o patrimônio gerido por esses fundos ava
...Ao longo do ano passado e também durante os primeiros meses de 2023, uma categoria de investimento ainda pouco conhecida no mercado brasileiro começou a cair no gosto dos investidores.
Os fundos de investimento em infraestrutura (FI-Infra), que investem nas debêntures incentivadas de infraestrutura, viram o número de cotistas mais que triplicar desde o final de 2021.
Dados da plataforma TC/Economatica apontam que, em dezembro de 2021, a classe dos FI-Infra somava cerca de 26,6 mil cotistas, número que subiu para 81,5 mil em março de 2023, um aumento de cerca de 206% no intervalo.
Na mesma base de comparação, o patrimônio gerido por esses fundos avançou 20%, passando de R$ 4,85 bilhões para 5,79 bilhões.
Tendo suas cotas negociados na Bolsa de Valores assim como uma ação ou um fundo imobiliário, os fundos de infraestrutura têm a vantagem de oferecer à pessoa física a isenção tributária tanto sobre os rendimentos distribuídos periodicamente como também sobre o ganho de capital, no caso de o investidor vender o fundo por um valor mais alto do que ele comprou.
As debêntures incentivadas são títulos privados de renda fixa isentos de IR (Imposto de Renda), emitidos por empresas para financiar grandes obras de infraestrutura em setores como energia elétrica, transportes e saneamento.
Para despertar o interesse dos investidores, as debêntures precisam oferecer uma remuneração superior às taxas dos títulos públicos emitidos pelo governo, que hoje pagam um juro real acima de 6% ao ano, no caso dos papéis indexados à inflação.
Segundo Victor Tâmega, gestor de crédito e renda fixa da Rio Bravo Investimentos, tem sido possível encontrar no mercado debêntures incentivadas indexadas ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) com taxas que variam entre 7% e 10% ao ano, a depender do risco da empresa emissora dos títulos e de cada projeto.
A Rio Bravo lançou em junho de 2022 o fundo de infraestrutura RBIF11, que na última sexta-feira era negociado a R$ 99 na Bolsa. O fundo tem patrimônio de cerca de R$ 30 milhões, com uma taxa média de retorno de IPCA mais 8,25% ao ano.
O fundo da Rio Bravo, que cobra uma taxa de administração de 0,80% ao ano, tem a classificação IS (investimento sustentável) da Anbima, com o mandato de investir em projetos verdes, como parques eólicos e de geração solar.
O fundo detém ainda uma participação marginal, em torno de 1% da carteira, em debêntures da Light.
"O setor de infraestrutura vai continuar pujante, como já tem sido nos últimos anos. Vários projetos que foram leiloados nos anos anteriores devem vir a mercado", afirma Tâmega.
Leilões – Mais recentemente, no último dia 14, o governo paulista realizou o leilão do trecho norte do Rodoanel, vencido pela gestora Starboard.
Entre 2021 e 2022, leilões de portos, aeroportos e rodovias também foram realizados, com investimentos contratados para a realização das obras de algumas dezenas de bilhões de reais, estimam gestores do mercado.
Gestoras lançam novos fundos indexados ao CDI Além de atrair cada vez mais investidores, a categoria dos fundos de infraestrutura também começa a atrair gestoras interessadas em lançar novos fundos.
Hoje são 12 os fundos de infraestrutura listados na B3, sendo um dos mais recentes o SNID11, da Suno Asset, lançado em fevereiro de 2023, com R$ 35 milhões de patrimônio e taxa de administração de 0,95% ao ano. Na sexta-feira (17), o fundo era cotado a R$ 100,75 na B3.
Diretor de investimentos da Suno Asset, Vitor Duarte afirma que, em vez de ter como indexador o IPCA, o novo fundo trará uma novidade para a categoria, adotando como índice de referência o CDI.
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