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Fiesp lança nova edição dos "Indicadores da Construção"

Relativa a janeiro e fevereiro, a 8ª edição do informativo do Deconcic analisa indicadores que ajudam a compreender o panorama da cadeia produtiva da construção no Brasil

Fiesp

31/03/2022 11h00 | Atualizada em 31/03/2022 12h30


PRODUÇÃO DE MATERIAIS

O ano de 2022 começou com um desempenho relativamente mais fraco da produção industrial dos insumos típicos da construção civil frente ao observado em 2021. Em janeiro do corrente ano, a produção desses insumos foi 10,8% menor do que aquela registrada em igual mês do ano passado, de acordo com a mais recente Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. Com isso, o patamar de produção ficou pouco acima do nível médio do período 2018-2020 para o primeiro mês do ano, como ilustrado pelo gráfico a seguir, que apresenta o índice do IBGE de produção desses bens desde 2012, sem ajuste sazonal. O gráfico também ilustra a diferença frente ao resultado de janeiro de 2021.

Dessa forma, a indicação de desaceleração do ritmo de produção dos insumos típicos, observada a partir do último trimestre de 2021, manteve-se em janeiro, como mo

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PRODUÇÃO DE MATERIAIS

O ano de 2022 começou com um desempenho relativamente mais fraco da produção industrial dos insumos típicos da construção civil frente ao observado em 2021. Em janeiro do corrente ano, a produção desses insumos foi 10,8% menor do que aquela registrada em igual mês do ano passado, de acordo com a mais recente Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. Com isso, o patamar de produção ficou pouco acima do nível médio do período 2018-2020 para o primeiro mês do ano, como ilustrado pelo gráfico a seguir, que apresenta o índice do IBGE de produção desses bens desde 2012, sem ajuste sazonal. O gráfico também ilustra a diferença frente ao resultado de janeiro de 2021.

Dessa forma, a indicação de desaceleração do ritmo de produção dos insumos típicos, observada a partir do último trimestre de 2021, manteve-se em janeiro, como mostra a evolução da média móvel de 12 meses do índice de produção desses bens no segundo gráfico abaixo. A taxa de variação acumulada nos últimos doze meses reflete também essa desaceleração, ao passar de 8,2% no acumulado até dezembro para 6,2% no acumulado até janeiro.

No caso da produção da indústria geral, o resultado de janeiro aponta igualmente para uma evolução relativamente mais fraca. Na comparação com dezembro, feito o ajuste sazonal, a produção da indústria nacional teve retração de 2,4%, revertendo em grande medida o crescimento mensal registrado no mês anterior (2,9%). A comparação interanual foi também desfavorável, com uma queda de -7,2% frente a janeiro de 2021, a sexta retração consecutiva nessa base de comparação. Dessa forma, refletindo o desempenho no primeiro mês do ano, a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses passou de 3,9% até dezembro para 3,1% no acumulado até janeiro. Como destacou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, em nota sobre a última PIM, “o mês de janeiro está bem caracterizado pela perda de dinamismo e de perfil disseminado de queda, uma vez que todas as grandes categorias econômicas mostram recuo na produção, tanto na comparação com o mês anterior quanto na comparação com janeiro de 2021”.

Os dois grandes segmentos da indústria nacional tiveram também resultados mais fracos em janeiro. A produção das Indústrias Extrativas declinou -5,2% frente a dezembro, com base nos dados ajustados pela sazonalidade, sendo este o primeiro desempenho negativo desde outubro. Na comparação com janeiro de 2021, a queda foi de -6,7%, levando a variação acumulada nos últimos doze meses para 0,5% até janeiro, desacelerando em relação ao acumulado até dezembro (1,1%).

Quanto à produção das Indústrias de Transformação, as indicações de perda de ritmo de crescimento a partir do segundo semestre de 2021 se mantiveram. Na margem, houve uma queda de -2,2% com relação a dezembro, com base na série com ajuste sazonal, o que reverteu em grande medida o resultado do último mês de 2021 (2,6%). Frente a janeiro do ano passado, a retração foi mais expressiva em termos percentuais (-7,3%), sendo a sexta queda interanual consecutiva. A taxa de variação acumulada em doze meses, por sua vez, passou de 4,3% até dezembro para 3,5% até janeiro, refletindo a já mencionada perda de ritmo, neste caso considerando um horizonte mais longo de análise. Como se pode notar, pelo peso dentro da indústria nacional, o conjunto das Indústrias de Transformação segue condicionando a evolução da indústria no seu conjunto.

COMÉRCIO DE MATERIAIS

O volume de vendas do comércio varejista de materiais de construção registrou em janeiro uma modesta retração (-0,3%) na comparação com dezembro, com base nos dados ajustados pela sazonalidade, na sequência da queda de -1,4% registrada no mês anterior. As informações são da última Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE. Esse bimestre negativo pode ser visto por meio do gráfico a seguir, que traz a série histórica do IBGE do índice do volume de vendas do comércio varejista desses bens com ajuste sazonal. Na comparação interanual, janeiro marcou a sétima queda consecutiva, com variação de -7,8% frente ao mesmo mês de 2021. Como resultado, a perda de dinamismo registrada ao longo do segundo semestre do ano passado teve prosseguimento, refletindo-se também na desaceleração da taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, que passou de 4,4% até dezembro para 2,9% até janeiro.


Por outro lado, o volume de vendas do comércio varejista no conceito mais restrito da pesquisa do IBGE teve resultado positivo em janeiro, com alta de 0,8% em relação a dezembro, considerando a série com ajuste sazonal, revertendo parcialmente a queda de 1,9% apurada na passagem de novembro para dezembro. Na comparação com janeiro de 2021, porém, houve retração de -1,9%, a sexta consecutiva nessa base de comparação, ainda que a magnitude dessa queda em termos percentuais tenha sido a menor desse período. Como observado em notas anteriores, o ritmo de expansão do volume de vendas do comércio varejista também vem desacelerando, assim como o de materiais de construção. Nesse sentido, a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses passou de 1,4% até dezembro para 1,3% até janeiro.

Em relação ao volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui, além dos segmentos do índice restrito, os segmentos de material de construção e de veículos, motos, partes e peças, o desempenho em janeiro foi negativo. Com a queda de -0,3% frente a dezembro, feito o ajuste sazonal, o resultado anulou o modesto crescimento (0,3%) verificado no mês anterior. Além da retração das vendas de materiais de construção em base mensal, a queda de -1,9% em janeiro das vendas do segmento de veículos, motos partes e peças contribuiu para o resultado agregado negativo.

Na comparação com igual mês do ano anterior, as vendas do segmento automotivo avançaram 2,8%, mas não foram suficientes para sustentar as vendas do comércio ampliado, que registram queda de 1,5% frente a janeiro de 2021, correspondendo à sexta retração consecutiva na comparação interanual. Apesar desses resultados, a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses ficou praticamente estável, passando de 4,5% até dezembro para 4,6% até janeiro.

CUSTOS DA CONSTRUÇÃO

Em fevereiro, o custo médio nacional da construção, medido pelo Índice Nacional da Construção Civil do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) do IBGE, variou 0,56% frente a janeiro, abaixo tanto do resultado do mês anterior (0,72%) quanto da taxa registrada em fevereiro de 2021 (1,33%). No acumulado no primeiro bimestre do ano, o custo médio acumula alta de 1,28%, consideravelmente abaixo da variação registrada no mesmo período do ano passado, quando essa taxa foi de 3,35%, como mostra o gráfico a seguir, que traz a comparação desde 2015 do resultado acumulado no ano até fevereiro.


Apesar de ter sido inferior à taxa apurada em 2021, a variação acumulada no corrente ano ainda supera a taxa observada entre 2017 e 2020, a qual foi inferior a 1,0%, como ilustra também o mesmo gráfico. Quando se considera a taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, o quadro de desaceleração observado desde agosto de 2021 (quando essa taxa atingiu 22,74%) se manteve em fevereiro, com essa variação passando de 17,17% até janeiro para 16,28% até fevereiro.

Considerando o custo médio dos materiais, que compõe o custo nacional, a variação em fevereiro foi de 0,77%, superando a do mês anterior (0,63%), mas ficando abaixo do resultado do mesmo mês do ano passado (2,35%) de forma expressiva. Como resultado, no acumulado nos dois primeiros meses do ano, o custo médio dos materiais variou 1,41% frente à variação de 5,38% apurada no mesmo período de 2021, como mostrado pelo gráfico. A menor pressão advinda dos materiais contribui decisivamente para a evolução relativamente mais contida do custo médio total da construção. Em relação à variação acumulada nos últimos doze meses do custo médio dos materiais, a trajetória de desaeleração iniciada em agosto de 2021 (quando a variação foi de 37,69% até aquele mês) prosseguiu, com a taxa passando de 25,22% até janeiro para 23,29% até fevereiro.

Por fim, o custo médio da mão de obra, segundo componente do custo total, teve variação de 0,23% em fevereiro, inferior ao resultado de janeiro (0,87%), o qual fora pressionado por acordos coletivos e pelo aumento do ano do salário mínimo nacional (de 10,2%), que influencia a remuneração das categorias sem qualificação, cujo piso é muito próximo a esse valor. Vale registrar que a evolução do custo da mão de obra em fevereiro do ano corrente superou o resultado do mesmo mês de 2021 (0,02%), fazendo com que a variação acumulada no primeiro bimestre do ano (1,10%) superasse a taxa de crescimento observada no mesmo período do ano passado (0,80%). Assim, a taxa de variação acumulada em doze meses do custo da mão de obra seguiu em aceleração, passando de 6,87% até janeiro para 7,10% até fevereiro, maior patamar observado desde setembro de 2017, quando essa taxa atingiu 7,18%.

Em termos monetários, o custo nacional médio atingiu R$ 1.533,96 por metro quadrado em fevereiro, com R$ 922,86 correspondendo ao componente material e R$ 611,10, à mão de obra. Em termos regionais, os custos por metro quadrado no segundo mês do ano foram de R$ 1.536,33 na região Norte, de R$ 1.441,22 na região Nordeste, de R$ 1.588,16 no Sudeste, de R$ 1.608,41 no Sul e de R$ 1.523,16 na região Centro-Oeste.

DEPÓSITOS DE POUPANÇA – SBPE

No final de fevereiro, o saldo global de depósitos de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) chegou a R$ 780,107 bilhões, segundo o último Relatório de Poupança do Banco Central do Brasil. Na comparação com o saldo de janeiro, houve uma queda real de -0,8% em fevereiro e de -9,8% na comparação com o saldo apurado em fevereiro de 2021, configurando-se a nona retração real consecutiva do saldo na base de comparação interanual. Por outro lado, vale destacar que, em termos percentuais, essa queda ficou pouco abaixo do resultado dos três meses anteriores, quando o saldo foi em média 10,3% menor do aquele registrado em idêntico mês do ano anterior.

A captação líquida do sistema seguiu o padrão observado desde 2015 para o segundo mês do ano, fechando o mês com resultado negativo de R$ 2,443 bilhões, como mostra o gráfico a seguir, que traz a série histórica do Banco Central do Brasil iniciada em 1995, a preços constantes do último mês, para as captações registradas no mês de fevereiro. Vale notar que a magnitude dessa captação negativa, já considerados os dados ajustados pela inflação, foi consideravelmente inferior ao resultado para o mesmo mês de 2021, ficando também um pouco abaixo dos valores observados em 2019 e em 2020.


FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS

Segundo informações da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e do Banco Central do Brasil, as operações contratadas com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que reúnem os financiamentos para a construção e para a aquisição de imóveis, somaram R$ 14,555 bilhões em janeiro. Esse montante superou em 1,3% o resultado apurado em janeiro de 2021, já considerada a inflação do período, após a queda de -18,6% registrada em dezembro na mesma comparação com idêntico mês do ano anterior. A desaceleração observada desde o segundo semestre de 2021 da taxa de variação acumulada nos últimos doze meses dessas operações teve continuidade no primeiro mês do ano, com a referida taxa passando de 31,7% até dezembro para 28,8% até janeiro, também em termos reais.

Considerando a desagregação dessas operações, aquelas relativas à aquisição totalizaram R$ 11,599 bilhões em janeiro, refletindo uma alta real de 3,9% frente ao primeiro mês de 2021. Essa variação positiva contrastou com a retração de -15,5%, também em termos reais, apurada em dezembro nessa base de comparação interanual. Quanto à taxa de variação acumulada nos últimos doze meses, a sua desaceleração, a qual condiciona largamente o resultado agregado, prosseguiu, com a taxa passando de 39,2% até dezembro para 36,2% até janeiro, com base nas informações ajustadas pela inflação. As operações relativas à construção corresponderam a R$ 2,956 bilhões em janeiro. Diferentemente das operações para aquisição, as operações para construção voltaram a declinar em termos reais na base de comparação interanual (-7,6%) no primeiro mês do ano, a quinta queda consecutiva. Com isso, a evolução da taxa de variação acumulada nos últimos doze meses seguiu em desaceleração, passando de 8,0% até dezembro para 5,3% até janeiro, já incorporada a inflação a esses números.

Em janeiro, foram financiadas 60.434 unidades com recursos do SBPE, das quais 20.889 unidades corresponderam a operações para construção e 39.545 unidades para aquisição. Frente a janeiro de 2021, houve um crescimento de 9,8% no número total de unidades financiadas, de 15,6% no número relativo a unidades financiadas para aquisição e de apenas 0,2% para o caso das unidades para construção. Nesse contexto, cabe registrar que o número de unidades financiadas para construção teve um crescimento expressivo ao longo de todo o ano de 2021, o que eleva a base de comparação para o ano corrente.

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