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Fabricantes devem amargar queda de 7% no ano e perda de 55 mil empregos

Em entrevista ao DCI, o presidente da Abramat, Walter Cover, afirmou que o cenário de incertezas continua impedindo a retomada do setor. A utilização da capacidade da indústria, hoje, é de 73%

DCI

14/04/2016 02h16 | Atualizada em 14/04/2016 14h48


Diante do atual quadro econômico, a Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat) deve revisar sua projeção de queda para este ano. Em entrevista ao DCI, o presidente da entidade, Walter Cover, fala em uma retração de 7% no faturamento do setor em 2016.

Até o momento, a Abramat trabalha com uma queda (nominal) de 4,5% para o ano. Mas o cenário se mostra muito ruim no segmento de construtoras, o que deve puxar para baixo o desempenho da indústria e a previsão da entidade para 2016.

"Ainda são poucos os vetores positivos para o nosso setor", pondera Cover. Segundo ele, o desempenho das vendas ao varejo deve ficar entre 0% e 2% de queda no ano, enquanto o segmento de construtoras deve amargar um recu

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Diante do atual quadro econômico, a Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat) deve revisar sua projeção de queda para este ano. Em entrevista ao DCI, o presidente da entidade, Walter Cover, fala em uma retração de 7% no faturamento do setor em 2016.

Até o momento, a Abramat trabalha com uma queda (nominal) de 4,5% para o ano. Mas o cenário se mostra muito ruim no segmento de construtoras, o que deve puxar para baixo o desempenho da indústria e a previsão da entidade para 2016.

"Ainda são poucos os vetores positivos para o nosso setor", pondera Cover. Segundo ele, o desempenho das vendas ao varejo deve ficar entre 0% e 2% de queda no ano, enquanto o segmento de construtoras deve amargar um recuo entre 8% e 10%, ante retração de 15% em 2015.

"O pior lado da crise ainda são as incertezas sobre o futuro." Hoje, a utilização da capacidade instalada da indústria gira em torno de 73%, de acordo com Cover. "O normal é 85%." Com isso, no primeiro trimestre do ano houve uma queda de 9,3% do emprego do setor em relação a igual período de 2015. "Mas nos últimos 12 meses findos em março, a queda foi mais branda, de 6%, índice que deve se sustentar em 2016", estima.

Retomada

Cover acredita que os principais condicionantes de demanda por material de construção - emprego, renda e crédito - não devem apresentar piora ao longo do ano.

"A inadimplência está controlada, a renda do consumidor com carteira assinada não teve perda real e o desemprego deve parar de crescer", avalia. Assim, Cover julga que o setor deve começar a ver sinais de recuperação a partir do segundo semestre deste ano.

"O varejo já está começando a reagir", pondera. Ele destaca que a escalada do dólar também ajuda a frear importações em segmentos como materiais elétricos, metais sanitários, aços e cerâmicas.

No ano passado, o setor importou 25% menos por conta do câmbio e, para 2016, a Abramat trabalha com um dólar a R$ 3,80. "Neste ano, também vamos ter um recuo das importações", observa.

O programa do governo federal Minha Casa Minha Vida também deve amenizar a queda do setor neste ano. Cover conta que o programa apresentou desempenho excepcional em meados de 2010 e chegou a representar 7,5% das vendas da indústria em 2014.

No entanto, no ano passado, os fabricantes viram as encomendas relacionadas ao programa encolherem para cerca de 6,5% do total vendido.

"A partir de agora, acredito que o Minha Casa Minha Vida deve ser mais realista e o crescimento vai ser menor", pontua Cover, sem minimizar, porém, a sua importância. "O programa continua sendo muito relevante e o seu desempenho para os fabricantes vai ser melhor, neste ano, do que em 2015."

A terceira fase do Minha Casa Minha Vida prevê desembolsos em torno de R$ 210 bilhões e a maior parte dos recursos será obtida por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A estimativa oficial do governo é que a nova etapa alcance um milhão de moradias.

Cover revela ainda ter feito duas reuniões com a Caixa Econômica Federal para ampliar o uso do Construcard (linha de crédito do banco para a compra de materiais de construção com condições facilitadas) para contratação de mão de obra. "A ideia teve boa aceitação", declara.

Hoje, começa em São Paulo a Feicon (Salão da Construção), que reúne fabricantes de diversos segmentos da indústria. "Apesar da desistência de muitas empresas em um ano de crise, acredito que esta será uma grande oportunidade. Os negócios vão superar o ano passado", aposta Cover.

Ele salienta, contudo, que o País precisa resolver logo a questão política. "Independentemente do governo, a política terá que ser expansionista. O Brasil precisa crescer."

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