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Exportações de sucata batem recorde em setembro

Com alta de 153%, remessas de sucata ferrosa superam 98 mil toneladas no mês

Assessoria de Imprensa

10/10/2023 11h49 | Atualizada em 11/10/2023 11h07


As exportações de sucatas ferrosas, insumo usado na fabricação de aço, atingiram 98.325 toneladas em setembro, uma expressiva alta de 153% em relação ao mesmo mês do ano passado (38.859 toneladas) e o segundo maior volume mensal desde que as exportações de volumes excedentes do material se intensificaram no país.

As exportações de setembro só perdem para maio de 2016, com 103.440 toneladas.

No ano, as exportações somam um total de 574.818 toneladas, crescimento de 87,3% em comparação ao período de janeiro a setembro de 2022 (306.837 toneladas), conforme dados do Ministério da Econo

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As exportações de sucatas ferrosas, insumo usado na fabricação de aço, atingiram 98.325 toneladas em setembro, uma expressiva alta de 153% em relação ao mesmo mês do ano passado (38.859 toneladas) e o segundo maior volume mensal desde que as exportações de volumes excedentes do material se intensificaram no país.

As exportações de setembro só perdem para maio de 2016, com 103.440 toneladas.

No ano, as exportações somam um total de 574.818 toneladas, crescimento de 87,3% em comparação ao período de janeiro a setembro de 2022 (306.837 toneladas), conforme dados do Ministério da Economia.

A expectativa do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão que representa mais de 5,6 mil recicladores, é de que os números das vendas externas continuem elevados no último trimestre do ano.

“O quadro é preocupante, com baixa demanda por sucata por parte das usinas siderúrgicas, que também sofrem com a queda nas vendas de aço”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa.

“A economia tem reagido lentamente e há baixo consumo por aço da indústria automobilística e da construção civil, mesmo com a reação do PIB, puxado principalmente pelo setor de serviços”, disse Alvarenga.

Informações do Instituto Aço Brasil (IABr) apontam que no momento as siderúrgicas estão trabalhando com apenas 60% da capacidade, devido à forte concorrência externa, principalmente da China.

A situação não é ruim apenas para a reciclagem de ferro e aço. De acordo com o Inesfa, há dificuldades também no setor de aparas de papel, com as indústrias utilizando mais celulose, em plásticos, onde o insumo virgem tem ficado mais barato do que o material reciclado, e vidro, cujos preços estão estáveis há bastante tempo.

“Todos os custos operacionais subiram e os preços dos insumos caíram, fazendo com que as margens fiquem muito baixas em todos os segmentos, o que afeta também o ganho dos catadores”, completou Alvarenga.

Além de um mercado ruim, há preocupação com a taxação do setor de reciclagem. Durante a Waste Expo Brasil, realizada na semana passada em São Paulo, empresários do setor de coleta, processamento e comercialização da cadeia de reciclagem pediram a volta da isenção do PIS e Cofins na venda de materiais recicláveis para as indústrias de transformação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou em 2021 a isenção, que estava prevista na “Lei do Bem”, em vigor há 15 anos.

Com a decisão, as empresas e cooperativas de reciclagem que comercializam desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, papel, vidro, ferro ou aço, alumínio, entre outros, passarão a pagar os impostos (3,65% ou 9,25%) na venda às indústrias, sem nenhuma garantia de repasse no preço.

A medida vai desestimular também a coleta desses materiais pelos catadores.

A decisão do Supremo equipara, do ponto de vista fiscal, a reciclagem à indústria extrativista e afeta diretamente os catadores, responsáveis pelo recolhimento de materiais.

Segundo Aline Sousa, presidente da Centcoop, cooperativa de Brasília (DF), o governo não pode ignorar a importância dos catadores como ferramentas de inclusão social e contribuição econômica para estados e municípios, além do inegável trabalho ambiental que desempenham.

“Os catadores precisam da geração de renda proporcionada pela atividade que exercem. A indústria que consome os insumos recicláveis vai deixar de comprar das cooperativas porque precisam contar com os benefícios fiscais, sob pena de partirem para outras fontes de insumos”, afirmou.

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