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Exploração de novas minas pode gerar investimentos de US$ 17 bi

Correio Braziliense

26/01/2010 17h29


Grandes projetos de expansão da indústria extrativa mineral que haviam sido postergados com os efeitos da crise financeira mundial deverão ser formalizados no máximo até março ao governo de Minas Gerais. Somados, os investimentos de seis empresas do setor, associadas ou não a investidores estrangeiros, alcançarão US$ 17 bilhões nos próximos quatro anos, estima o subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e Política Energética do estado, Paulo Sérgio Machado Ribeiro. Os recursos estão previstos na abertura de minas, instalações de beneficiamento e na logística de transporte da produção de minério de ferro e bauxita (minério de alumínio) e poderão gerar 6 mil empregos.

A maior parte do programa de investimentos – cerca

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Grandes projetos de expansão da indústria extrativa mineral que haviam sido postergados com os efeitos da crise financeira mundial deverão ser formalizados no máximo até março ao governo de Minas Gerais. Somados, os investimentos de seis empresas do setor, associadas ou não a investidores estrangeiros, alcançarão US$ 17 bilhões nos próximos quatro anos, estima o subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e Política Energética do estado, Paulo Sérgio Machado Ribeiro. Os recursos estão previstos na abertura de minas, instalações de beneficiamento e na logística de transporte da produção de minério de ferro e bauxita (minério de alumínio) e poderão gerar 6 mil empregos.

A maior parte do programa de investimentos – cerca de US$ 6 bilhões – deverá contemplar municípios do Norte de Minas, região que tem sido considerada a nova fronteira da mineração. São dois projetos, cada um deles orçado em algo em torno de US$ 3 bilhões. O mais adiantado foi iniciado pela Votorantim Novos Negócios, por meio de sua controlada Sul-Americana de Metais, que anunciou recentemente a venda do projeto à empresa chinesa Honbridge Holdings. Outro empreendimento está sendo desenvolvimento pelo Consórcio Novo Horizonte, formado pela Mineração Minas Bahia, a Mineração e Transportes Minas Ltda (MTransminas) e a Gema Verde Comércio e Exportação de Minerais e Serviços.

Detalhes dos protocolos de intenção, confirmando os planos de ampliação da produção mineral no estado, estão sendo discutidos com técnicos do governo estadual. Para Ribeiro, a movimentação das empresas e as conversas com seus executivos indicam a retomada dos investimentos nas áreas de mineração e metalurgia. “Nossa expectativa é de que elas comecem as obras neste ano ou, pelo menos, concluam os seus projetos de engenharia ainda em 2010”, afirma. O horizonte para a entrada em funcionamento desses empreendimentos está estimado entre dois e quatro anos, portanto, se estende a 2014.

A reação do setor começou a ser sentida no fim do ano passado, de acordo com Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de Assuntos Minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), e deverá se acelerar agora. “Só é necessário cautela para avaliarmos essa recuperação, porque ela não será tão rápida. Acredito que fica para 2011 o retorno da produção aos bons níveis de 2007 e 2008”, diz. A ponderação tem sentido quando observado o cenário dos principais mercados da produção mineral brasileira. A China se mantém na condição de locomotiva, ao crescer 8,7% em 2009, mas outras economias como a Alemanha, Inglaterra e Japão vão demorar mais a se recuperar.

O relatório preliminar sobre o comportamento da indústria da mineração, fechado sábado pelo Ibram, mostra queda de 20% na produção mineral do país, que teria apurado R$ 41 bilhões ano passado. A crise global foi a justificativa para um corte de 100 mil empregos, frente a 2008, período em que as empresas mantiveram 2,1 milhões de postos de trabalho. A mineração de manganês foi a mais afetada, com queda de 38%, seguida do minério de ferro, que sofreu um baque de 19%. Na direção oposta, a produção de ouro cresceu 20%, ante a forte procura do metal como ativo financeiro seguro e a valorização dos preços. Os agregados da construção civil (areia, brita e saibro) tiveram comportamento 2% melhor, impulsionados pelos programas de incentivo à compra da casa própria.

Entre os projetos que o governo de Minas espera confirmar até março, estão, ainda, os investimentos de US$ 5 bilhões da Vale em novas reservas, das quais a mais importante é o projeto Apolo, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Mais dois empreendimentos no segmento de ferro são conduzidos pelas mineradoras Ferrous, na Região Central de Minas, onde o chamado Quadrilátero Ferrífero distribui toda a sua riqueza, e Samarco Mineração, com reservas e mineroduto em Mariana, na mesma região. De acordo com o governo do estado, eeses dois projetos levam à perspectiva de produção do minério a cerca de 80 milhões de toneladas por ano.

Para fechar o pacote de investimentos, a Mineração Corimbaba, com parceiros chineses, planeja investir US$ 2 bilhões na lavra de bauxita e numa planta de alumina em Manhuaçu, na Zona da Mata. A expectativa de reativação de projetos da mineração no estado é grande entre ostrabalhadores do setor. Em Itabira, berço das atividades da Vale no país, a esperança é de um sinal positivo assim que a companhia formalizar investimentos anunciados, observa Paulo Soares de Souza, presidente do sindicato local da categoria, o Metabase. “Aguardamos as reuniões do Conselho de Administração da Vale até o fim de fevereiro. Se ela se acelerar, as outras empresas vão atrás, mas, se pisa no freio, todo mundo faz o mesmo”, afirma.

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