Mineração
O Estado de S.Paulo
24/05/2010 13h29 | Atualizada em 24/05/2010 17h15
O empresário Eike Batista está procurando mineradoras rivais do interior de Minas Gerais para apresentar propostas de compra ou fusão. Em alguns, casos quer pagar com ações de sua mineradora, a MMX, e fala em incluir no negócio uma concessão para operar um porto de carga em Itaguaí, no Rio de Janeiro.
Ele já conversou com a Ferrous Resources, mineradora controlada por fundos estrangeiros, e com Usiminas e CSN, siderúrgicas que estão ampliando seus negócios em mineração. Procuradas, as empresas não quiseram se manifestar oficialmente. A direção da MMX disse, em nota, que seu "apetite de consolidação cresceu substancialmente após a conclusão do investimento da Wisco" - siderúrgica chinesa que comprou 21,5% da MMX.
Na mesma
...O empresário Eike Batista está procurando mineradoras rivais do interior de Minas Gerais para apresentar propostas de compra ou fusão. Em alguns, casos quer pagar com ações de sua mineradora, a MMX, e fala em incluir no negócio uma concessão para operar um porto de carga em Itaguaí, no Rio de Janeiro.
Ele já conversou com a Ferrous Resources, mineradora controlada por fundos estrangeiros, e com Usiminas e CSN, siderúrgicas que estão ampliando seus negócios em mineração. Procuradas, as empresas não quiseram se manifestar oficialmente. A direção da MMX disse, em nota, que seu "apetite de consolidação cresceu substancialmente após a conclusão do investimento da Wisco" - siderúrgica chinesa que comprou 21,5% da MMX.
Na mesma operação, Eike fechou um contrato para fornecer à Wisco metade do minério extraído de suas jazidas de Minas Gerais pelos próximos 20 anos. Segundo a MMX, o negócio "poderá resultar na exportação de pelo menos 16 milhões de toneladas por ano". Como a MMX produz hoje a um ritmo de 7 milhões de toneladas/ano (embora diga ter capacidade para 10,8 milhões de toneladas), executivos e consultores acreditam que Eike esteja correndo atrás de novas minas para fazer frente ao compromisso que assumiu com os chineses.
Negociações. No cerco à Ferrous, Eike já tentou comprar os cerca de 20% que o fundo americano Harbinger tem na empresa. Maior acionista da mineradora, o Harbinger se interessou em negociar, mas não aceitou a primeira proposta de Eike, que pretendia pagar com ações da MMX.
Para assediar a Usiminas, o empresário falou numa fusão de ativos. A ideia seria fazer uma sociedade em que a siderúrgica entraria com a mina J. Mendes e com sua participação na MRS, concessionária de ferrovias que liga o interior de Minas ao litoral. Eike, por sua vez, participaria com a MMX e com a concessão para o porto em Itaguaí.
Na mineração, ter porto próprio para exportação é estratégico. A Usiminas até comprou uma área em Itaguaí, mas não conseguiu a concessão federal para a operação. Eike tem a área e a concessão. "A conversa está no início, mas faz sentido", afirma uma fonte que acompanha a negociação.
A conversa mais difusa ocorre com a CSN, dona da mina de Casa de Pedra e da mineradora Namisa. A siderúrgica já tem uma estrutura montada para exportação, com ferrovia e porto. Mesmo assim, Eike e Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, andaram conversando para ver se fazem algum tipo de negócio.
O empresário negocia ainda com quatro mineradoras da Serra do Curral, com reservas estimadas em 2 bilhões de toneladas. "Eike está abrindo várias portas para ver se algum deles topa fechar negócio", afirma um executivo ligado às negociações.
O rumor de que Eike precisa de novas minas para cumprir o acerto com a Wisco ganhou força porque ele não é dono da AVX nem da Minerminas, as minas de onde sairá o minério para os chineses. O empresário arrendou uma delas até 2020 e a outra até 2021, mas o contrato com a Wisco só termina em 2030. A MMX afirma, porém, que "não depende de qualquer aquisição para cumprir seus compromissos com a Wisco" e que seu "desejo de consolidação tem como principal objetivo ocupar 100% da capacidade" de seu porto.
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