Assessoria de Imprensa
15/05/2023 11h36 | Atualizada em 17/05/2023 13h52
*Fábio Camargo
Além de ser considerado o motor do PIB brasileiro e um dos segmentos mais importantes para a economia global, a construção civil também enfrenta um desafio de muitos anos, que ganha ainda mais peso com o crescimento mundial da agenda ESG.
Este é o setor mais poluente do planeta e, como tal, é urgente que mobilize seu modus operandi a fim de encontrar caminhos para a redução de desperdícios e recursos, bem como a preservação ambiental.
E a bandeira de mitigação de riscos contra o clima é pauta dentro e fora do Brasil, sendo fortalecida especialmente após o Acordo de Paris de
...*Fábio Camargo
Além de ser considerado o motor do PIB brasileiro e um dos segmentos mais importantes para a economia global, a construção civil também enfrenta um desafio de muitos anos, que ganha ainda mais peso com o crescimento mundial da agenda ESG.
Este é o setor mais poluente do planeta e, como tal, é urgente que mobilize seu modus operandi a fim de encontrar caminhos para a redução de desperdícios e recursos, bem como a preservação ambiental.
E a bandeira de mitigação de riscos contra o clima é pauta dentro e fora do Brasil, sendo fortalecida especialmente após o Acordo de Paris de 2015, que traçou uma meta comum e abrangente para o mundo todo e que visa a implementação de ações reais e mensuráveis para a redução da poluição.
No contexto da construção civil, há um longo caminho a ser percorrido e uma necessidade latente para tal. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a construção civil mundial é responsável direta e indiretamente por 39% dos gases do efeito estufa liberados na atmosfera. Cerca de 11% deste volume estaria ligado à cadeia produtiva de aço e cimento. Esse impacto coloca o setor na linha de frente da agenda de descarbonização, um termo cada vez mais presente, especialmente no mercado investidor e de grandes companhias.
Existem dois pontos abrangentes relacionados a esse contexto que podem ser vistos com otimismo pela cadeia produtiva da indústria da construção: o primeiro é que existe um mercado em plena expansão que pode ser a chave para a redução da emissão dos gases do efeito estufa e contribuir para uma operação mais saudável da companhia: o mercado de crédito de carbono.
Seja adquirindo títulos de empresas que atuam em ações que reduzem a emissão de CO2 e, assim, “transferindo” sua responsabilidade a elas, seja em parcerias onde os negócios se vinculam, é possível comprar ou vender títulos e criar um mercado financeiro paralelo, enquanto se reduz o impacto do gás carbônico na atmosfera.
O outro ponto, além da viabilidade econômica através do mercado de crédito de carbono, é o uso de tecnologias disruptivas que mudam a maneira como se produz insumos, especialmente o cimento e concreto. Atualmente o mercado já apresenta soluções que retiram da atmosfera o CO2 emitido por grandes emissores, injeta na mistura para o concreto e transforma esse gás prejudicial em mineral sólido não poluente: é a união de processos químicos e de alta tecnologia para transformar o concreto em um item cada vez mais ambientalmente correto e ainda mais durável.
Assim, a descarbonização pode ser realizada em larga escala. Imagine você um processo de retirada e transformação de CO2 da forma descrita acima na construção de grandes condomínios, obras públicas, complexos industriais. Estima-se que esse tipo de tecnologia pode reduzir anualmente 500 milhões de toneladas de emissões de CO2, o que equivale a tirar 100 milhões de carros das estradas.
Assim, além de viável, a descarbonização da construção civil está se tornando um fator urgente para o crescimento e maior visibilidade dos negócios que preveem a construção de companhias sustentáveis no longo prazo. Trata-se de uma iniciativa plenamente possível, economicamente viável – se não interessante e lucrativa – e urgente para a entrega de valor ao consumidor.
*Fábio Camargo, CEO da Camargo Química, companhia especializada em insumos não poluentes para a construção civil
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