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Construção deve crescer 5% na América Latina em 2022, prevê a GlobalData

Produção agregada do setor pode atingir 545,6 bilhões de dólares no ano

GlobalData

20/04/2022 11h00 | Atualizada em 20/04/2022 13h24


De acordo com a GlobalData, a previsão é de que a produção da construção na América Latina cresça 5% em 2022, atingindo 545,6 bilhões de dólares, contra 519,4 bilhões em 2021. A empresa de análises observa que “a robusta recuperação na produção no ano passado colocou a região em uma posição forte para 2022”.

Segundo o relatório “Construction market size, trends and growth forecasts by key regions and countries ‎– 2022-2026” (ou "Dimensão do mercado da construção, tendências e previsões de crescimento por regiões

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De acordo com a GlobalData, a previsão é de que a produção da construção na América Latina cresça 5% em 2022, atingindo 545,6 bilhões de dólares, contra 519,4 bilhões em 2021. A empresa de análises observa que “a robusta recuperação na produção no ano passado colocou a região em uma posição forte para 2022”.

Segundo o relatório “Construction market size, trends and growth forecasts by key regions and countries ‎– 2022-2026” (ou "Dimensão do mercado da construção, tendências e previsões de crescimento por regiões e países-chave – 2022-2026", em tradução livre), o crescimento previsto é inferior ao aumento de 12,8% ocorrido ao longo de 2021, quando a região se recuperava da queda inicial provocada pela pandemia.

Segundo a consultoria, os países da América Latina têm registado níveis variáveis de produção, com destaque para o Brasil, a maior economia da região, ultrapassando os níveis pré-pandêmicos de 2021, juntamente com a Argentina e o Peru.

O desempenho do México, todavia, tem sido mais lento, com o país ainda lutando para recuperar a queda de produção ocorrida em 2020 e possibilidades de atingir os níveis pré-pandêmicos somente em 2025.

“Após uma queda acentuada da produção, um efeito de base baixo combinado a estímulos fiscais e políticas monetárias de ajustes estimularam uma forte recuperação na produção da construção ao longo de 2021”, observa Jack Riddleston, economista da GlobalData.

“Em grande parte, a resposta fiscal à pandemia separou os países da região, uma vez que as obras públicas absorveram grande parte das perdas para o setor privado”, completa.

No Brasil, especificamente, ele aponta que a resposta fiscal em grande escala conduziu à recuperação da produção. No México, por outro lado, o governo procurou controlar o déficit, levando a uma resposta fiscal mais tímida e, consequentemente, a uma recuperação mais lenta da produção.

Em paralelo, o aumento global dos preços de matérias-primas e as fragilidades da cadeia de abastecimento levaram a uma inflação desenfreada.

A inflação tem registado valores duplos nas principais economias da região, como Brasil e Argentina, que ultrapassou 50% em 2021. Os custos de materiais de construção como aço, madeira e concreto pesaram na cadeia de valor, causando atrasos e aumentos de custos.

Em uma nota positiva, os preços mais elevados das matérias-primas beneficiaram grande parte da América Latina, pois o aumento dos preços do cobre, lítio e outros metais de base resultaram em um aumento das receitas fiscais e de exportação, constribuindo para um clima de investimento mais positivo.

Na segunda metade de 2021, foi adotado gradualmente um aperto monetário agressivo, em resposta à crescente pressão dos preços na região, aumentando as taxas de juros acima dos níveis pré-pandêmicos em muitos casos.

O aumento do peso da dívida pública resultante dessa mudança provavelmente irá levar a um aperto nas despesas públicas, acrescenta a análise da GlobalData.

O setor residencial indica que pode sofrer mais com o aumento das taxas de juros, à medida que as contratações diminuem, os rendimentos reais diminuem e a procura por habitação é impulsionada para baixo pela retirada do estímulo fiscal.

“O crescimento contínuo das obras públicas e o investimento acelerado na energia e na construção da indústria primária conduzirão ao crescimento em 2022”, afirma Riddleston.

“No entanto, o ambiente macroeconômico vacilante, o aperto monetário e a retirada de estímulo fiscal tendem a exercer pressão sobre o crescimento da produção da construção na região”, ele conclui.

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