A empresa norte-americana GE possui um setor dedicado apenas a projetos de energia renovável. Foi através deste braço da companhia que ela fechou um contrato de R$ 820 milhões para fornecer o investimento necessário a um complexo eólico na Bahia.

De todos os acordos na América Latina, este é o maior contrato da GE neste setor. Por causa dele, o Complexo Eólico Alto Sertão 2 receberá 230 turbinas. O projeto é da companhia brasileira Renova.

A construção do complexo iniciou em novembro. A previsão de investimento é de três bilhões de reais e de entrega para 2014. Ele gerará 375 megawatts (MW), o que será suficiente para abastecer uma cidade de três bilhões de habitantes.

A estrutura será a maior da América Latina, substituindo o posto alcançado pelo complexo Alto Sertão 1, também da Renova. Com 184 turbinas da GE, ele está em funcionamento desde julho e pode atender cerca de 2,5 milhões de pessoas.

"O Brasil tem ótimos ventos e está crescendo", diz Victor Abate, vice-presidente global de energia renovável da GE, à Folha. "Certamente o negócio da energia eólica vai se desenvolver com o país."

De acordo com Abate, os maiores entraves deste tipo de energia no país referem-se a questões como inflação, problemas de logística e a baixa qualificação da mão de obra. Para contornar este último problema, segundo ele, a empresa realiza programas de treinamento de funcionários e parte da supervisão dos trabalhos às vezes é realizada nos Estados Unidos.

Segundo EPE (Empresa de Pesquisa Energética), em dezembro de 2011, as usinas eólicas eram capazes de gerar um por cento da energia elétrica do país. Entretanto, de acordo com o relatório anual do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês), o Brasil está entre os países que devem impulsionar a indústria da energia eólica nos próximos anos.