Um dos maiores avanços da economia global este ano será a forte recuperação da economia chinesa graças ao ajuste da resposta do país à Covid-19, após três anos de restrições rigorosas, bem como muitas políticas que o governo implementou para apoiar o crescimento na era pós-pandêmica.

A economia chinesa deverá expandir 5,2% este ano de acordo com o Fundo Monetário Internacional – em comparação com apenas 3% no ano passado – à medida que a mobilidade e as atividades econômicas forem retomadas.

“Essa é uma boa notícia para a China e para o mundo, pois espera-se que a economia chinesa contribua com um quarto do crescimento global este ano”, disse recentemente o Fundo Monetário Internacional.

O número será o maior entre as principais economias do mundo, comparado com uma previsão de crescimento de 1,4% para os Estados Unidos e 0,7% para a zona do euro.

O setor de serviços ao consumidor, que foi o mais atingido pela pandemia, já experimentou uma recuperação acelerada durante o feriado de Ano Novo chinês, graças à liberação da demanda reprimida, o que é um bom augúrio para o desempenho econômico geral do país em 2023.

Mais de 300 milhões de viagens turísticas domésticas foram feitas durante o feriado, um aumento de 23,1% para o mesmo período do ano passado, e cerca de 90% do nível pré-pandêmico para o mesmo período em 2019.

Outros indicadores econômicos otimistas incluem o índice oficial de gerentes de compras para manufatura, que subiu de 47 em dezembro para 50,1 em janeiro.

O índice de gerente de compras (PMI, sigla em inglês) oficial não-manufatureiro, saltou de 41,6 em dezembro para 54,4 em janeiro. Ambas as leituras marcaram a primeira expansão em quatro meses, sugerindo que a atividade nas fábricas assim como nos setores de serviços e construção está ganhando impulso de crescimento.

A recuperação mais rápida do que o esperado mostra a resiliência da economia chinesa, que se beneficia da infraestrutura de primeira classe do país, do enorme mercado interno e da mão-de-obra de qualidade.

Com a economia mundial arrastada pelos efeitos colaterais do conflito Rússia-Ucrânia e da luta global contra a inflação, a recuperação da economia chinesa é uma ajuda muito necessária para o dinamismo.

De acordo com um relatório recente do grupo financeiro multinacional, Goldman Sachs Research, a “reabertura da China – e a recuperação da demanda interna chinesa – poderia aumentar o PIB global em 1% até o final de 2023”.