Fiesp
30/03/2022 11h00
Nas últimas décadas, o PIB do Brasil registrou modestos avanços, mas pouco se reverteu em melhorias na infraestrutura do país.
O chamado estoque de infraestrutura, que é tudo que o país possui em rodovias, hidrelétricas, ferrovias, portos, aeroportos, etc, que já representou o equivalente a 56% do PIB – patamar semelhante ao de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – está hoje em cerca de 36%.
O poder público perdeu sua capacidade de investir e não criou formas de a iniciativa privada compensar essa queda. Para recuperar o patamar anterior, o Brasil prec
...Nas últimas décadas, o PIB do Brasil registrou modestos avanços, mas pouco se reverteu em melhorias na infraestrutura do país.
O chamado estoque de infraestrutura, que é tudo que o país possui em rodovias, hidrelétricas, ferrovias, portos, aeroportos, etc, que já representou o equivalente a 56% do PIB – patamar semelhante ao de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – está hoje em cerca de 36%.
O poder público perdeu sua capacidade de investir e não criou formas de a iniciativa privada compensar essa queda. Para recuperar o patamar anterior, o Brasil precisaria investir 4,5% do PIB ao ano em infraestrutura, ao longo dos próximos 10 anos.
A constatação é do presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, que abriu nesta quarta-feira (9/3) a primeira reunião do ano do Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra), presidido pelo engenheiro químico Murilo Passos.
Hoje, o país investe apenas 1,7% do PIB em infraestrutura, nível insuficiente para atender as necessidades do Brasil. “Sem mais investimento, será muito difícil recuperarmos os níveis de infraestrutura de qualidade para permitirmos um desenvolvimento saudável da indústria”, afirmou.
Segundo Josué, um dos focos de sua gestão na Fiesp será, justamente, fomentar a reindustrialização do país, pois a indústria de transformação responde hoje por apenas 11% do PIB, menor percentual em décadas, o que reflete perda de dinamismo do setor.
“Nós precisamos fazer com que a indústria de transformação volte a crescer, e falar em reindustrialização sem infraestrutura é impossível, pois a infraestrutura precede o desenvolvimento em qualquer região”, enfatizou.
A ideia é, junto com entidades do setor de infraestrutura, encontrar caminhos de investimento com um novo modelo de política industrial que permita a integração às cadeias globais de valor, proporcionando aumento de produtividade e inovação.
Neste sentido, o Senai-SP irá apoiar cerca de 40 mil pequenas e médias indústrias paulistas em consultorias para aumento de produtividade, melhoria de processos e ganhos de tecnologia.
O Coinfra, por sua vez, terá como plano de ação para 2022 fazer um trabalho de propostas transformadoras e importantes com ideias que ajudem a trazer mudanças na economia e no setor da infraestrutura, segundo o presidente Murilo Passos.
“Vamos trabalhar com dez recomendações de infraestrutura, e, assim, obteremos mais sucesso. Vamos debater temas gerais, como planejamento de longo prazo, questões ambientais, natureza orçamental pública, infraestrutura social, entre outros”, explicou.
Para melhor atingir os objetivos, o Coinfra ficará dividido em quatro grupos: energia, logística, telecomunicação e água e saneamento.
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