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Belém sediará centro de pesquisa da Vale

Diário do Pará

16/12/2009 09h22 | Atualizada em 16/12/2009 12h31


A Vale lança em Belém, na próxima sexta a primeira das três unidades do Instituto Tecnológico Vale (ITV), criado pela mineradora no início deste ano para coordenar suas ações de ciência e tecnologia em todo o Brasil. Em processo de estruturação desde fevereiro, quando foi criado e começou a funcionar em caráter informal, o ITV foi lançado oficialmente na última quinta em Belo Horizonte. A solenidade, realizada no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, contou com a presença do presidente da Vale, Roger Agnelli, e do governador Aécio Neves.

Na ocasião Agnelli anunciou as primeiras ações a serem desenvolvidas pelo instituto. Entre elas, a criação de três novos centros de pesquisa e um investimento de R$ 120 milhões em parcer

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A Vale lança em Belém, na próxima sexta a primeira das três unidades do Instituto Tecnológico Vale (ITV), criado pela mineradora no início deste ano para coordenar suas ações de ciência e tecnologia em todo o Brasil. Em processo de estruturação desde fevereiro, quando foi criado e começou a funcionar em caráter informal, o ITV foi lançado oficialmente na última quinta em Belo Horizonte. A solenidade, realizada no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, contou com a presença do presidente da Vale, Roger Agnelli, e do governador Aécio Neves.

Na ocasião Agnelli anunciou as primeiras ações a serem desenvolvidas pelo instituto. Entre elas, a criação de três novos centros de pesquisa e um investimento de R$ 120 milhões em parceria com três das principais agências de fomento à pesquisa no Brasil.

O Instituto Tecnológico começou a se estruturar como um departamento da empresa, em fevereiro de 2009. A iniciativa coincidiu com a chegada à Vale do cientista Luiz Mello, até então pró-reitor de graduação da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Coube a Mello, hoje diretor do ITV, a tarefa de configurar a nova unidade da empresa, definindo sua estrutura e linha de atuação.

Com a criação do ITV, a Vale quer fomentar pesquisas científicas e o desenvolvimento econômico de base tecnológica, além de gerar e difundir novos conhecimentos para o desenvolvimento socioeconômico, ambiental e para a cadeia da mineração sustentável no País. “O ITV é uma instituição sem fins lucrativos, de pesquisa e ensino de pós-graduação, voltada para a inovação em áreas estratégicas”, ressaltou esta semana uma alta fonte da empresa.

Para levar adiante essa missão, a Vale decidiu construir três unidades do ITV, cada uma com uma vocação específica. O centro de pesquisa do Pará, localizado em Belém, priorizará pesquisas em desenvolvimento sustentável. A unidade de Minas Gerais, erguida em Ouro Preto, será especializada em temas de mineração. Já a unidade de São Paulo será voltada para as inovações em energia, tendo como um dos principais parceiros o centro tecnológico da Vale Soluções em Energia (VSE), com sede em São José dos Campos.

A assessoria da Vale informou que a empresa está, no momento, fazendo um estudo de identificação de áreas para aquisição do terreno onde será construído em Belém o centro de pesquisa no Pará. A unidade contará com laboratórios, biblioteca e instalações de apoio. Ainda não há no momento uma previsão de custos, pois o projeto está ainda em fase de detalhamento técnico.

A Vale não definiu também as áreas de conhecimento a serem contempladas pelo centro de pesquisa do Pará. Segundo a empresa, não se pretende estabelecer nenhum tipo de limitação. A ideia é criar um espectro amplo de atuação, de forma a permitir a livre iniciativa e estimular a criatividade de pesquisadores. Com isso, a Vale deseja abrir caminho para novas descobertas científicas e inovações tecnológicas em todas as áreas do conhecimento. “E não, necessariamente, no interesse específico da empresa ou da mineração, mas para impulsionar a produção do conhecimento e o desenvolvimento econômico de base tecnológica sustentável no Pará e em todo o Brasil”, acrescentou fonte na Vale ouvida pelo DIÁRIO.

R$ 4 milhões cedidos à pós-graduação
O Estado do Pará, que vai receber o primeiro centro de pesquisa do Instituto Tecnológico Vale, foi também o beneficiário da primeira ação desenvolvida pela empresa através do seu então embrionário ITV. No início deste ano, a Vale promoveu o estímulo à produção acadêmica no Pará destinando de R$ 4 milhões para 84 bolsas de mestrado e doutorado.

Os projetos escolhidos têm temas variados e não precisavam estar ligados à mineração. Foram selecionados trabalhos de áreas como ciência da computação, biologia, genética, neurociência, engenharia, botânica e física, entre outros. Com essa iniciativa, conforme destacou a assessoria da Vale, a empresa buscou promover a interação entre empresa, universidade e instituições do governo para o incentivo à produção científica de excelência, beneficiando toda a comunidade do Estado.

A segunda ação foi desencadeada em novembro passado. Em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), o Instituto Tecnológico Vale lançou um edital para selecionar e apoiar propostas de pesquisa dentro de linhas definidas pelo estudo intitulado Projeto Setor Mineral – Tendências Tecnológicas Brasil 2015, que elaborou uma agenda de prioridades para investimento no setor mineral.

A iniciativa oferece um total de R$ 6,9 milhões, dos quais R$ 4,7 milhões aportados pela Vale e o restante financiado pelo Fundo Setorial Mineral (CT-Mineral). O edital ainda está em vigor e as propostas de pesquisa podem ser apresentadas ao CNPq até 18 de janeiro de 2010.

APOIO À PESQUISA
A terceira grande ação do ITV envolve uma experiência inédita no país. Tendo como objetivo desenvolver e apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica, ela une a Vale e três das principais agências de fomento à pesquisa no Brasil, entre elas a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa). As outras duas são as fundações de Minas Gerais e São Paulo.

Para se habilitarem ao financiamento, as pesquisas devem contribuir para o avanço do conhecimento científico e da tecnologia nas áreas de mineração, processos ferrosos para siderurgia, energia, ecoeficiência e biodiversidade. Simultaneamente, elas devem também contribuir para a aplicação do conhecimento gerado na promoção do desenvolvimento da tecnologia nacional. De acordo com a assessoria da Vale, cerca de R$ 72 milhões serão aportados pela empresa e o valor restante dividido entre os demais parceiros. No caso do Pará, a Fapespa entrará com R$ 8 milhões, enquanto as FAPs de Minas e São Paulo desembolsarão, cada uma, R$ 20 milhões.

O convênio prevê o financiamento a itens de custeio, de capital e todas as modalidades de bolsas pagas pelas FAPs envolvidas – iniciação científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado. Terá mais chances de ser contemplado o projeto que propuser o desenvolvimento de pesquisas em redes interestaduais, ou seja, uma universidade do Pará em parceria com uma de Minas ou São Paulo e vice-versa.

“Um de nossos principais objetivos é promover a troca de experiências e o intercâmbio de conhecimento, recursos e infraestrutura entre as instituições”, explica o diretor do ITV, Luiz Mello. Para ele, esse modelo incentiva a articulação entre três elos – empresa privada, meio acadêmico e governo – que, historicamente, têm deficiências de comunicação.

Entre as linhas propostas para pesquisa estão temas como métodos indiretos de prospecção mineral, melhoria no sistema de monitoramento de barragens, reutilização de resíduos, novas rotas de biocombustíveis, melhorias de eficiência na geração hidrelétrica, conservação de ecossistemas e descoberta de novos produtos, entre outros.

Os desafios de pesquisa nestas áreas são relevantes tanto para o desenvolvimento tecnológico e industrial da Vale, conforme frisou Luiz Mello, como para a acumulação de conhecimento necessário para aplicação em diversos campos da sociedade brasileira.  (Diário do Pará)

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