Energia
DCI
17/02/2010 13h40
Grandes indústrias do setor de energia eólica têm acenado com a possibilidade de plantas no Brasil. Isso porque, menos de dois meses após o primeiro leilão exclusivo para usinas eólicas contratar 1.805 MW, o governo anunciou um novo certame para fontes alternativas ainda no primeiro semestre. E é o sucesso do leilão de dezembro, a sinalização de uma sequência para a nova fonte e os incentivos para a produção nacional de equipamentos que têm motivado os fabricantes.
Hoje, só as multinacionais WPE - subsidiária da argentina Impsa - e a Wobben, ligada à alemã Enercon, produzem aerogeradores em solo brasileiro. Dupla que deve se juntar a outros quatro fornecedores.
Ainda em 2009, a Alstom assinou um protocolo de intenções com
...Grandes indústrias do setor de energia eólica têm acenado com a possibilidade de plantas no Brasil. Isso porque, menos de dois meses após o primeiro leilão exclusivo para usinas eólicas contratar 1.805 MW, o governo anunciou um novo certame para fontes alternativas ainda no primeiro semestre. E é o sucesso do leilão de dezembro, a sinalização de uma sequência para a nova fonte e os incentivos para a produção nacional de equipamentos que têm motivado os fabricantes.
Hoje, só as multinacionais WPE - subsidiária da argentina Impsa - e a Wobben, ligada à alemã Enercon, produzem aerogeradores em solo brasileiro. Dupla que deve se juntar a outros quatro fornecedores.
Ainda em 2009, a Alstom assinou um protocolo de intenções com o governo da Bahia. "A ideia é começar a construir a planta no final do primeiro semestre deste ano, para entrar em operação já em 2011", considerou o vice-presidente de energia da companhia na América Latina, Marcos Costa.
A GE já acenou para a ampliação da planta de Campinas (SP), mas nenhum executivo da companhia foi localizado para explicar as intenções. A Siemens, que anunciou reforços na fábrica de Jundiaí (SP), também não nega que planeja uma linha voltada para eólicas, mas a empresa preferiu não falar "por questões estratégicas". No nordeste, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, esteve na Europa no início desde mês em reuniões com a Fuhrlander. Segundo ele, a empresa, inclusive, já possuiu uma área no porto do Pecém. "Agora, pelo interesse nos leilões e uma maior confiança, veio a possibilidade definitiva", analisou.
Chegando aos ventos cearenses, a Furhlander ficaria lado a lado com a Wobben, que tem capacidade de produzir 500 MW/ano entre as plantas de Pecém e de Sorocaba (SP). "A vinda de outros fabricantes vai ajudar a desenvolver fornecedores com volumes maiores e mais constantes", avaliou o gerente administrativo da Wobben no Brasil, Fernando Scapol, acrescentando já ter acertados quase 600 MW para entrega nos dois próximos anos, além da perspectiva de ampliar as atuais instalações da companhia.
O diretor comercial da WPE, Paulo Ferreira, também vê com bons olhos a chegada de novas fábricas. "Isso concretiza o fato de o Estado brasileiro estar acenando para um melhor aproveitamento da fonte". A produção na sede do porto de Suape (PE) foi de 100 MW no ano passado, com intenção de lançar novos 200 MW neste ano. "Já iniciamos uma expansão da fábrica para crescer mais que isso. Para o ano que vem, trabalhamos para fazer 400 MW", completou.
Em 2009, a geração de energia no país cresceu 260 MW, superando os 600 MW, e hoje já está em 712,8 MW. Para a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o montante irá superar a casa de 1GW em 2010, já que ainda há cerca de 600 MW do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa) não implantados. "O governo está levando a sério: a energia eólica pode ser um complemento às forças hidráulicas", comentou o presidente Lauro Fiúza.
Sobre a chegada de novos fabricantes, Fiúza se mostrou otimista com a "velocidade sustentável" que o setor está alcançando. Claro que o país aprova as medidas que beneficiam a produção nacional, como a isenção do ICMS até o final de 2012, a isenção de PIS/Cofins por inclusão no PAC e o imposto de 14% sobre as importações; porém, Fiúza mantém o pedido de uma diretriz para a energia com a força dos ventos. "Precisamos deste regime especial para estabelecer os prazos de maneira definitiva", finalizou.
A manutenção dessas medidas é vista como fundamental para o bom andamento da energia eólica no país, já que analistas estimaram que até 30% do investimento nos parques contratados no leilão seria usado em tributos, como o IPI para aerogeradores, zerado pelo Ministério da Fazenda. Só assim o preço do MWh conseguiu ser tão baixo no pregão: R$ 148,39, num deságio médio de 21,5% sobre o preço inicial de R$ 189. Pouco, em relação aos R$ 220 estimados pela Abeeólica um ano antes.
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