Em um leilão sem competição, a Aegea conquistou a concessão de água e esgoto do Piauí. A licitação foi realizada na manhã desta quarta-feira (30), na sede da B3, em São Paulo.

O grupo fez uma oferta de 1% de desconto sobre a tarifa que será cobrada dos usuários. Além disso, o edital prevê o pagamento de uma outorga de R$ 1 bilhão aos governos.

O projeto deverá gerar R$ 8,6 bilhões de investimentos para a universalização dos serviços — o abastecimento de água deverá atingir 99% da população até 2033 e o acesso a esgoto deverá ser garantido a 90% da população até 2040.

O contrato, de 35 anos, abarca os 224 municípios que integram a Microrregião de Água e Esgoto do Piauí (MRAE), porém, três cidades, que já têm concessões em curso, só entram na operação após o fim dos contratos: a área urbana da capital Teresina, hoje já operada pela Aegea, Landri Sales e Antônio Almeida.

Esta é a segunda tentativa do governo do Piauí de fazer o leilão. A primeira, em agosto, foi cancelada por falta de ofertas. À época, a principal queixa das empresas, inclusive da Aegea, era a exigência de que a outorga fosse paga de uma só vez, antes da assinatura. No novo edital, o desembolso foi parcelado.

A Aegea, por já estar presente na capital, já vinha sendo apontada como favorita na disputa, embora a Iguá e a Equatorial também tenham chegado a analisar o projeto. Na região Nordeste, além do contrato em Teresina, a empresa também tem concessões no Maranhão e no Ceará.

O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), destacou que a concessão inclui também as zonas rurais do Estado, o que, segundo ele, tornou o projeto mais desafiador, mas permitiu a inclusão de toda a população na concessão.

Renato Medicis, vice-presidente regional da empresa vencedora, também afirmou que a presença da empresa no Estado fez com que a Aegea estudasse “a fundo” o projeto.

Do total de R$ 1 bilhão de outorga que será arrecadado no leilão, 50% dos recursos ficarão com o Estado e 50% serão divididos entre as prefeituras.