Energia
23/11/2009 13h44
SÃO PAULO - Um possível adiamento do leilão da usina hidroelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), pode comprometer o prazo da obra e, consequentemente, aumentar os custos da obra. Com isso, o valor inicial de R$ 16 bilhões proposto pelo governo e já questionado pelas construtoras pode sofrer alterações. O adiamento foi cogitado, ontem, pelo secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
Segundo Márcio Zimmermann, o governo não vai mais conseguir fazer o leilão de Belo Monte no dia 21 de dezembro. "O leilão de Belo Monte agora é viável para janeiro", disse o secretário, após participar de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com técnicos para tratar das obras do setor energético do
SÃO PAULO - Um possível adiamento do leilão da usina hidroelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), pode comprometer o prazo da obra e, consequentemente, aumentar os custos da obra. Com isso, o valor inicial de R$ 16 bilhões proposto pelo governo e já questionado pelas construtoras pode sofrer alterações. O adiamento foi cogitado, ontem, pelo secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
Segundo Márcio Zimmermann, o governo não vai mais conseguir fazer o leilão de Belo Monte no dia 21 de dezembro. "O leilão de Belo Monte agora é viável para janeiro", disse o secretário, após participar de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com técnicos para tratar das obras do setor energético do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Para o consultor e especialista em energia, Paulo Ludmer, a indefinição dos prazos pode influenciar negativamente no custo da obra. Além disso, ele ressalta que o projeto final deve levar em conta as projeções socioeconômicas para o período em que a usina de Belo Monte entrará em operação, inicialmente previsto para 2014. "É preciso avaliar como estará a oferta e o consumo de energia no País nesse período", afirma. "Pode ser uma época de sobra ou de falta de energia. Se for de sobra, é positivo, pois mantém o preço módico e competitivo. Por outro, lado diminui o apetite dos investidores", alerta.
Em setembro, as construtoras Camargo Correa e Odebrecht afirmaram que o valor de R$ 16 bilhões para a construção de Belo Monte não é suficiente em função da escala da usina, por sua localização e pela falta de infraestrutura da região, onde há a necessidade de melhoramentos de estradas e até a construção de portos e alojamentos para cerca de 20 mil funcionários, número estimado de pessoas que deverão trabalhar na obra.
Em entrevista ao DCI, o diretor superintendente de energia da Odebrecht, Augusto Roque, afirmou que o valor mais aproximado seria quase o dobro do estimado pelo governo federal, cerca de R$ 30 bilhões. Roque utilizou o exemplo da outra hidroelétrica de grande porte que a empresa está construindo, a de Santo Antônio, no rio Madeira para basear sua afirmação.
Márcio Zimmermann explicou que, para que todos os prazos legais fossem cumpridos, o ideal seria que a licença tivesse sido liberada até o dia 16 deste mês, o que não ocorreu. No entanto, ele afirmou que há perspectiva de que a licença saia neste mês, abrindo caminho para a publicação do edital e a realização do leilão no ano que vem.
A tese do adiamento é reforçada pela decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de retirar da pauta da reunião extraordinária da, que acontecerá hoje, a aprovação do edital de Belo Monte. Para que a data anunciada de 21 de dezembro seja mantida, é necessário que o edital fosse publicado ainda nesta semana, pois a publicação deve ocorrer pelo menos um mês antes da realização do leilão.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que também participou da reunião, disse que a Aneel deve esperar a liberação da licença ambiental. "Vamos esperar a licença prévia", disse Tolmasquim.
Na terça-feira, o presidente do Ibama, Roberto Messias, disse que havia pelo menos cinco pendências a serem resolvidas antes da liberação da licença. Entre elas, itens complexos, como estudos sobre o impacto na fauna aquática da redução da vazão na Volta Grande do Rio Xingu. Messias participou da reunião com Lula, assim como o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Apagão
O diretor do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, disse que o relatório sobre as causas do apagão deve ser entregue até amanhã ou, no máximo, na segunda-feira (30). Segundo ele, os técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do ONS estão reunidos para elaborar o documento que explicará detalhadamente as origens do problema da semana passada.
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