Assessoria de Imprensa
12/03/2025 10h37 | Atualizada em 12/03/2025 11h36
João Antônio de Almeida Júnior*
Se ainda há empresas de construção que acreditam que vendem apenas engenharia e executam obras para a posteridade, é urgente uma mudança de mentalidade.
A atividade da construção civil nada mais é do que comércio. Compramos materiais e equipamentos (ou alugamos), contratamos mão de obra, consultores e fornecedores, e combinamos esses elementos sob demanda para criar um produto que será entregue em um formato, tempo e local determinados por um terceiro – o proprietário da obra.
Nesse comércio de obra, há uma diferença importante em rela&cce
...João Antônio de Almeida Júnior*
Se ainda há empresas de construção que acreditam que vendem apenas engenharia e executam obras para a posteridade, é urgente uma mudança de mentalidade.
A atividade da construção civil nada mais é do que comércio. Compramos materiais e equipamentos (ou alugamos), contratamos mão de obra, consultores e fornecedores, e combinamos esses elementos sob demanda para criar um produto que será entregue em um formato, tempo e local determinados por um terceiro – o proprietário da obra.
Nesse comércio de obra, há uma diferença importante em relação ao comércio varejista: a venda se dá em fase pontual e a entrega se dá de forma discriminada no tempo. Quando a gente vai à obra para executar a obra (materializar o comércio), a gente não tem que vender nada, só tem que entregar.
O problema surge porque, ao longo da construção, pequenos detalhes fazem toda a diferença. O que estamos entregando hoje é exatamente o que foi vendido no passado? Parece óbvio, mas na realidade, passa longe disso.
Parece muito simples também. Na analogia do varejo é agir como um caixa do supermercado passando-se o código de barras do produto e olhando no monitor se o produto que está nas mãos do caixa é o produto que aparece no monitor.
No supermercado se tem uma diferença ou se o produto não tem preço o caixa chama um supervisor e o produto é cadastrado. O caixa não diz: olha, pode levar que eu não tenho esse produto aqui na minha planilha (sistema) e você pode levar e depois, daqui um ano a gente faz um aditivo.
E nós, na construção, passamos por esse ridículo a cada medição. Falta preço de produto, é produto levado mais sofisticado que o que está na planilha ou no contrato.
O guardião dessas vendas é o administrados de contratos, cuja função é garantir que os serviços feitos estão sendo devidamente remunerados.
Na teoria, esse profissional nem deveria ser necessário. Mas, na prática, ele é indispensável, pois assegura que a mentalidade comercial esteja presente em cada etapa da obra. Ele não se preocupa apenas com o que está sendo entregue, mas também com como está sendo feito:
•Estamos usando as máquinas previstas no orçamento?
•As horas trabalhadas estão de acordo com as estimativas?
•O tempo de execução está compatível com o contrato?
Na maioria das vezes, deixamos tudo isso para ser resolvido em um aditivo. Mas, por quê? Porque nos acostumamos a entregar mais do que recebemos, enquanto os clientes se acostumaram a receber mais do que pagam.
A Administração Contratual precisa ser preventiva, não reativa. É fundamental identificar rapidamente mudanças no projeto, bloqueios de áreas e necessidade de replanilhamento. Em dois meses de contrato, tudo isso já deveria estar resolvido e formalizado. A mobilização precisa ser proporcional às condições da obra: área liberada, projeto correto e completo, e preço ajustado no contrato.
*João Antônio de Almeida Júnior, subcomandante insurgente da Exxata - tecnologia e Engenharia de Contratos
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
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