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Revista GC - Ed.72 - Agosto 2016
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Construction Summit

Tecnologias inovadoras a serviço da construção

Espaço dedicada às startups no Construction Summit 2016

O Construction Summit 2016, evento promovido pela Sobratema, entre os dias 15 e 16 de junho, em São Paulo, para discutir o papel da cadeia Construção no desenvolvimento de cidades sustentáveis e inteligentes, teve um espaço especialmente dedicado à apresentação de ideias e tecnologias inovadoras, com o objetivo de proporcionar ao mercado mais produtividade, sustentabilidade e competitividade. O Encontro das Startups da Construção, realizado paralelamente ao congresso, atraiu um público predominantemente jovem e comprometido com a modernidade. Nele, sete startups apresentaram soluções criativas que iam de softwares a novos materiais e métodos construtivos revolucionários.

Uma dessas novidades foi apresentada pela Urban 3D, que propõe a utilização de impressora 3D para a construção de habitações populares. A proposta é criar um novo método de produção para infraestrutura e habitação que permite não só construir áreas urbanas habitáveis, produtivas e sustentáveis,


Espaço dedicada às startups no Construction Summit 2016

O Construction Summit 2016, evento promovido pela Sobratema, entre os dias 15 e 16 de junho, em São Paulo, para discutir o papel da cadeia Construção no desenvolvimento de cidades sustentáveis e inteligentes, teve um espaço especialmente dedicado à apresentação de ideias e tecnologias inovadoras, com o objetivo de proporcionar ao mercado mais produtividade, sustentabilidade e competitividade. O Encontro das Startups da Construção, realizado paralelamente ao congresso, atraiu um público predominantemente jovem e comprometido com a modernidade. Nele, sete startups apresentaram soluções criativas que iam de softwares a novos materiais e métodos construtivos revolucionários.

Uma dessas novidades foi apresentada pela Urban 3D, que propõe a utilização de impressora 3D para a construção de habitações populares. A proposta é criar um novo método de produção para infraestrutura e habitação que permite não só construir áreas urbanas habitáveis, produtivas e sustentáveis, mas também construí-las mais rapidamente, de maneira acessível e com maior qualidade, por meio da integração de planejamento urbano em longo prazo e interação com as comunidades. A previsão é que esse processo irá permitir a construção com um décimo do custo quando comparado ao método tradicional, e ainda será dez vezes mais rápido, utilizando materiais sustentáveis e sem produzir resíduos.

“Não vamos conseguir produzir habitação para três bilhões de pessoas nos próximos 15 anos se continuarmos a usar os recursos da forma atual. Precisamos de processos mais eficientes”, afirma Anielle Guedes, 22 anos, idealizadora do projeto, referindo-se à demanda por habitação com dignidade em todo o mundo.

Para alcançar seu objetivo, a brasileira conta com três empresas alemãs – uma na área química, outra especializada em robótica e a terceira em maquinário pesado. A primeira delas está desenvolvendo um novo produto, que substituirá o concreto. Esta matéria-prima, que terá valor 30% menor do que o concreto tradicional, poderá se transformar em filamentos para impressão 3D. As outras duas companhias estão trabalhando com sistemas de computação inteligente para a construção das moradias.

Na prática, a Urban 3D construirá moradias de baixo custo utilizando uma tecnologia inovadora, que alia robótica e impressão 3D, para criar em série módulos pré-formatados digitalmente. Grandes máquinas irão imprimir, com o novo “concreto” que será desenvolvido, pavimentos, vigas, paredes. Anielle calcula que o preço final de uma casa ou apartamento finalizado com este processo será algo entre R$ 10 mil e  R$15 mil.

A Urban 3D quer ter o produto químico, o que substituirá o concreto, lançado até 2017 e pretende começar a construção das primeiras casas no ano seguinte. Como a pesquisa de novas tecnologias flui mais fácil nos Estados Unidos, Anielle quer levar para lá uma base da startup. Atualmente a empreendedora conta com a ajuda de uma equipe de seis pessoas: entre elas dois estagiários (um deles vive na Itália e outro na Alemanha) e dois engenheiros químicos, que atuam em centros universitários americanos.

A startup tem pela frente o imenso desafio de levantar rapidamente mais capital. Deve receber até o final do ano um financiamento nacional, mas Anielle já está procurando novos parceiros, seja com anjos brasileiros (pessoas físicas que decidem apoiar financeiramente novos negócios) ou fundos de investimentos no exterior. Ela sabe, no entanto, que um dos maiores obstáculos será quebrar paradigmas deste mercado. “Há muita resistência. As empresas querem usar os métodos mais antigos que propiciam maior poder. Nossa tecnologia irá mexer com um segmento que é extremamente especulado (a construção civil)”, diz.

De olho no público e no privado

Anielle vislumbra um futuro em que a tecnologia será utilizada para o desenvolvimento sustentável e proverá uma vida melhor para as pessoas. Ela explica como a Urban 3D pretende atuar no Brasil.

“A ideia é trabalhar com governos e prefeituras que tenham interesse em construir moradia social, como CDHU e outros tipos de entidades, além de empresas privadas, que tenham interesse em fazer moradias ou edifícios comerciais. Acreditamos que temos que trabalhar com todos os setores do mercado para podermos criar a solução que queremos e fazermos construções de fato sustentáveis. Não adianta ter um nicho de mercado só com construções sustentáveis”, acredita

A empreendedora espera ser possível atuar não somente nos grandes centros urbanos, mas também onde a urbanização ainda não chegou ou está chegando. “Um dos grandes dilemas para mim, quando falamos em moradia social ou urbanização, é que tentamos corrigir o que já está feito. Reclamamos de São Paulo, e há muitos projetos tentando corrigir a urbanização caótica que lá se instalou de forma orgânica. Então, chegamos lá e começamos a refazer projetos na borda das favelas, tentamos conter o crescimento ou, pelo menos, maquiar e encobrir o que foi feito ali. Minha proposta é completamente diferente. É trabalhar com áreas urbanas que ainda não foram urbanizadas, com espaços que não são favelas, mas que irão se transformar em favelas, caso nada seja feito. Trabalhar com aqueles terrenos que ainda estão vazios e que vão crescer, eis o que queremos”, explica.

Ela conta que existe um dado muito interessante, da UM-Habitat, que diz que cerca de 2 bilhões de pessoas moram hoje em condições impróprias, sem  água tratada, saneamento nem segurança de que vai poder permanecer naquele local. Isso porque existe a possibilidade de ser removido ou de que o teto caia na sua cabeça. “Há uma questão de segurança objetiva, que é da estrutura física mesmo. E temos a questão da lotação, espaços de 30 metros quadrados onde moram dez pessoas, o que é inconcebível. Daqui a 15 anos, esse número tende a crescer para 4 bilhões ou 4,5 bilhões, dependendo da projeção da população. Ou seja, temos um problema hoje que vai dobrar de tamanho se não fizermos nada”, alerta Anielle Guedes.

 

 

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