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Revista GC - Ed.65 - Nov/Dez 2015
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Metrô

Salvador e Fortaleza avançam

Apesar dos atrasos, metrôs das duas cidades nordestinas mantêm ritmo das obras
Por Marcelo de Valécio

Depois de seguidos atrasos, os sistemas metropolitanos de Fortaleza e de Salvador parece que entraram em marcha. Ainda que o de Fortaleza esteja com problemas momentâneos com uma das construtoras, a expansão dos metrôs das capitais do Ceará e da Bahia ganhou fôlego nos últimos anos. Quando concluídos, estarão entre os dez maiores metrôs do Brasil e entre os cem maiores do mundo em extensão, segundo o Metrobits, entidade que compila dados de metrôs de todo o mundo. Ambos os sistemas tiveram suas operações iniciadas em 2014. Dos 12 km projetados para a Linha 1 do Metrô de Salvador, foram construídos 11 km, dos quais 9 km estão em operação desde junho do ano passado. A operação está sob responsabilidade da concessionária CCR Metrô Bahia, que também atua na expansão, por meio de parceria público-privada (PPP) com os governos federal e estadual. Com 24,1 km de extensão, a linha Sul do metrô de Fortaleza foi a primeira inaugurada no Estado, em outubro do ano passado. Possui 18 estações em operação, que contemplam bairros em Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba. Nesse período, for


Depois de seguidos atrasos, os sistemas metropolitanos de Fortaleza e de Salvador parece que entraram em marcha. Ainda que o de Fortaleza esteja com problemas momentâneos com uma das construtoras, a expansão dos metrôs das capitais do Ceará e da Bahia ganhou fôlego nos últimos anos. Quando concluídos, estarão entre os dez maiores metrôs do Brasil e entre os cem maiores do mundo em extensão, segundo o Metrobits, entidade que compila dados de metrôs de todo o mundo. Ambos os sistemas tiveram suas operações iniciadas em 2014. Dos 12 km projetados para a Linha 1 do Metrô de Salvador, foram construídos 11 km, dos quais 9 km estão em operação desde junho do ano passado. A operação está sob responsabilidade da concessionária CCR Metrô Bahia, que também atua na expansão, por meio de parceria público-privada (PPP) com os governos federal e estadual. Com 24,1 km de extensão, a linha Sul do metrô de Fortaleza foi a primeira inaugurada no Estado, em outubro do ano passado. Possui 18 estações em operação, que contemplam bairros em Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba. Nesse período, foram transportadas 4,7 milhões de pessoas, segundo a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), ligada ao governo estadual. A seguir, mostramos como estão os novos projetos das linhas dos metrôs das duas capitais do Nordeste.

Metrô de Salvador

Quando totalmente concluído, o Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas será composto por duas linhas, totalizando 41 km de extensão, 23 estações e nove terminais de ônibus. A primeira etapa do projeto compreende a Linha 1, com 12 km de extensão, oito estações e três terminais de integração com ônibus. Já a Linha 2 terá 20 km de extensão, 12 estações e quatro terminais de integração. Na segunda etapa, o contrato de concessão prevê expansão da Linha 1 até Águas Claras/Cajazeiras, adicionando 5 km, duas estações e um terminal. Também prevê a expansão da linha 2 até Lauro de Freitas, com 3 km de extensão, uma estação e um terminal.  “Especificamente, a Linha 2 possibilitará ao usuário se deslocar do aeroporto até a região Acesso Norte (saída para a rodovia BR-324) em menos de 30 minutos”, afirma Juvêncio Terra, diretor de Implantação da CCR Metrô Bahia.

Segundo Terra, a previsão é ter o projeto completo, com a Linha 1 e a Linha 2 operando plenamente, em 2017. Mas a empresa não esperará concluir tudo para operar. Na medida em que forem sendo concluídos, os trechos serão inaugurados. As obras da Linha 1 estão em fase de conclusão, completando os 12 km de extensão previstos para a primeira fase. Até o final de 2015, serão entregues as estações Bonocô, Pirajá, o Terminal de Integração de Passageiros Pirajá, bem como o Complexo de Manutenção Pirajá. Na Linha 2, o primeiro trecho que entrará em operação é o do Acesso Norte até a Rodoviária (região do Iguatemi), ainda no primeiro semestre de 2016. Essa linha será predominantemente de superfície, com três trechos elevados (Detran, Imbuí e Flamboyant).  O contrato de concessão, em modelo PPP, para a primeira etapa das linhas 1 e 2, prevê investimentos da ordem de R$ 3,6 bilhões. A concessionária CCR Metrô Bahia participa com R$ 1,4 bilhão, o governo do Estado R$ 1 bi e governo federal, R$ 1,2 bilhão, por meio dos recursos do PAC e FGTS.

De acordo com o diretor da CCR, na Linha 2 as obras seguem em ritmo acelerado desde a região de Acesso Norte até a futura Estação Rodoviária. Também a construção no canteiro central da Avenida Paralela segue em ritmo intenso, já com as fundações da Estação Imbuí concluídas e o lançamento das estruturas pré-moldadas em fase inicial. E tiveram início as obras da estação CAB. Juvêncio Terra acredita que o maior desafio na construção da Linha 2 seja a interferência com o meio urbano, pois ela atravessa avenidas com tráfego de veículos bastante intenso, principalmente na região das quatro primeiras estações. Em termos construtivos, o executivo destaca alguns aspectos da parte técnica. Serão utilizadas estruturas pré-moldadas, que apresentam como vantagens agilidade e redução de perdas na obra. Já os elevados serão em vigas metálicas, estruturas mais leves que proporcionam agilidade na construção, pois a montagem é rápida e simplificada.

Metrô de Fortaleza

A principal obra do Metrô de Fortaleza é a Linha Leste, que terá 13 km de extensão, sendo 12 km subterrâneos e 1 km em superfície, ligando o Centro ao bairro Edson Queiroz. A previsão é de que essa linha atenda 400 mil usuários por dia, quando integrado com os demais modais de transporte. A linha, que está sendo implantada pelo governo do Ceará, por meio da Secretaria da Infraestrutura do Estado, exigirá investimentos em obras civis que totalizam R$ 2,26 bilhões, sendo R$ 1 bilhão repassado pelo governo federal, R$ 1 bilhão financiado pelo BNDES e o restante como contrapartida do governo estadual. As obras da Linha Leste foram iniciadas em novembro de 2013, mas foram paralisadas no início de 2015 por conta da reformulação societária articulada pelo consórcio Cetenco-Acciona, que executa as obras.

Segundo André Pierre, coordenador de Transportes e Obras da Secretaria de Infraestrutura do Ceará, a reformulação do consórcio se deu por conta da desistência da empresa paulista Cetenco. “A decisão não foi corroborada pela outra empresa do consórcio, a espanhola Acciona, que pretende continuar executando as obras. Mas como a legislação brasileira não permite que empresas estrangeiras toquem obras públicas isoladamente, deu-se um prazo para que fosse prospectada outra empresa para compor o consórcio”, revela o executivo, lembrando que o governo estadual atua administrativa e juridicamente para a retomada das obras. “Até agora, contudo, não há data prevista para o reinício”, sublinha.

Apesar do impasse, André Pierre destaca que tudo foi pensado para que a implantação da Linha Leste seja feita de forma rápida e econômica. As tuneladoras (shields ou tatuzões) adquiridas pelo governo do estado serão utilizadas tanto na escavação como na montagem dos anéis de concreto pré-moldados que compõem a parte estrutural dos túneis. Dessa forma, os equipamentos deverão ser utilizados ao longo de todo o período de construção da Linha Leste, incluindo suas possíveis ampliações e expansões futuras da rede metroviária da Região Metropolitana de Fortaleza. Para a utilização das tuneladoras, o projeto prevê a instalação de UTEs (unidades termelétricas). “Os equipamentos de geração de energia se tornam necessários devido à alta demanda de energia utilizada para operação dos tatuzões. Após a obra da Linha Leste, as UTEs poderão ser utilizadas tanto na operação do próprio metrô, configurando redução de custos para o estado, como também poderão ter qualquer outro uso, uma vez que as unidades são móveis”, revela Pierre.

Entre os desafios para a construção da Linha Leste, Pierre explica que o sistema construtivo adotado foi fortemente condicionado por um trecho importante, que é o eixo da Avenida Santos Dumont. Bastante adensada, a avenida tem largura de caixa estreita e irregular. Tais características condicionaram a adoção de um método construtivo não destrutivo, uma vez que seria impraticável a interrupção do tráfego ao longo da avenida, em função do intenso fluxo de automóveis e ônibus, conjuntamente à intensa atividade comercial e de serviços. Em função dessas condicionantes, foi adotado o uso de tuneladora.

As 12 estações subterrâneas previstas para a Linha Leste adotarão, basicamente, o sistema de escavação com vala a céu aberto (VCA) e contenções com paredes diafragma. Quando ocorrer interferência com o trânsito local, a escavação deverá ser invertida, com liberação do tráfego tão logo seja tecnicamente possível. Já a arquitetura das estações sofre maior impacto devido à tipologia do túnel, apresentando dois tipos básicos: com um único nível de plataforma, quando a via for paralela, ou com dois níveis, no caso dos túneis estarem sobrepostos, a exemplo das estações da Avenida Santos Dumont. O segundo grupo de estações, definido por túneis sobrepostos, apresenta duas plataformas laterais, sobrepostas e mezanino logo abaixo do nível superfície. Também haverá salas técnicas e operacionais implantadas no nível da rua. A Linha Leste adotará via permanente aterrada com bitola métrica, trilho TR45, e sistema de superestrutura em quase sua totalidade, com fixação direta sobre massa-mola. Utilizará, ainda, o sistema de via com dormentes sobre lastro e com fixação direta sem massa-mola.

 

 

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