Para compensar as chuvas que castigaram Porto Alegre e região metropolitana, no final do ano passado, as obras estão sendo tocadas em ritmo acelerado. A meta do governo do estado é finalizar o novo trecho da Linha 1 da Trensurb, o metrô de superfície da capital gaúcha, ainda este ano. Dividida em cinco trechos, a construção dos novos 9,3 km de linha, no Vale dos Sinos, se unirá aos 33,8 km já concluídos do sistema, desafogando o tráfego no trecho entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, passando por Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul e São Leopoldo. Com o metrô, o morador de Novo Hamburgo poderá ir a Porto Alegre em 55 minutos, evitando o violento e engarrafado trânsito da BR-116. “A etapa final da obra vai incorporar mais 35 mil usuários aos 170 mil que já utilizam o serviço da Trensurb”, afirma o superintendente de Expansão e Obras da empresa, o engenheiro Humberto Kasper.
As obras da nova estação, em São Leopoldo, foram iniciadas na primeira semana de janeiro deste ano, quando começaram a perfuração do solo e o posicionamento de estacas de sustentação da obra. Está sendo feit
Para compensar as chuvas que castigaram Porto Alegre e região metropolitana, no final do ano passado, as obras estão sendo tocadas em ritmo acelerado. A meta do governo do estado é finalizar o novo trecho da Linha 1 da Trensurb, o metrô de superfície da capital gaúcha, ainda este ano. Dividida em cinco trechos, a construção dos novos 9,3 km de linha, no Vale dos Sinos, se unirá aos 33,8 km já concluídos do sistema, desafogando o tráfego no trecho entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, passando por Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul e São Leopoldo. Com o metrô, o morador de Novo Hamburgo poderá ir a Porto Alegre em 55 minutos, evitando o violento e engarrafado trânsito da BR-116. “A etapa final da obra vai incorporar mais 35 mil usuários aos 170 mil que já utilizam o serviço da Trensurb”, afirma o superintendente de Expansão e Obras da empresa, o engenheiro Humberto Kasper.
As obras da nova estação, em São Leopoldo, foram iniciadas na primeira semana de janeiro deste ano, quando começaram a perfuração do solo e o posicionamento de estacas de sustentação da obra. Está sendo feita também a remoção das interferências elétricas e hidráulicas na área. A nova estação custará cerca de R$ 17 milhões e terá uma área total de 4.881 m², em dois pavimentos. Para a sustentação da construção, serão utilizadas 234 estacas de 40 cm e 60 cm de diâmetro e de 100 blocos de tamanhos variados. A partir da conclusão dos blocos, haverá a colocação dos pilares e das travessas.
O primeiro nível será destinado ao acesso dos usuários, onde ficarão as bilheterias e baterias de catracas de entrada e saída, as escadas rolantes e fixas, além de elevadores e sanitários. No segundo pavimento, ficarão as plataformas de embarque e desembarque.
Para acelerar o ritmo dos trabalhos, no próprio canteiro foi montada uma usina de concreto que produz parte do material utilizado na via permanente, infraestrutura e superestrutura, que estão sendo construídas em estrutura elevada. A produção dessa usina está sendo empregada na fabricação de fundações e pilares moldados in loco. Já as vigas e lajes são pré-moldadas. Todo o concreto da obra é fornecido pela Concresul Britagem Ltda., que utiliza um concreto com especificação exclusiva nas vigas pré-moldadas, fazendo a cura térmica com vapor-d’água. Todo cimento usado nessa etapa das obras está sendo fornecido pela Itambé, que assessorou o projeto na escolha do melhor tipo de material, tendo em vista a necessidade de desempenho e o combate à reação álcali-agregados.
Nesse momento cerca de 180 mil empregos estão sendo gerados pelo empreendimento.
O projeto do metrô, concebido em 1976, sofreu atualizações e agregou obras de infraestrutura que vão transformar o entorno da Linha 1. “Toda a área sob o elevado receberá estacionamento, ciclovia, pistas para skate e outras demandas que atendam às necessidades da comunidade, assim como drenagem pluvial, saneamento e pavimentação de ruas e calçadas”, explica Humberto Kasper. Além disso, todas as estações do metrô terão interligação tarifária com mais de 280 linhas de ônibus da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). Esse conjunto construtivo está orçado em R$ 691,25 milhões, incluindo obras civis e sistemas operacionais.
Aeromóvel para a Copa 2014
Paralelamente à construção da Linha 1 do metrô, a Trensurb está desenvolvendo o projeto do metrô de Porto Alegre / Linha da Copa, além da ligação por aeromóvel da estação Aeroporto com o Aeroporto Internacional Salgado Filho.
A Linha da Copa é a primeira etapa da implantação de um anel metroviário com 34,4 km de extensão. O projeto prevê a construção de 15,3 km, que irão transportar, em média, 290 mil usuários por dia, com uma frota de 25 composições de quatro carros, com capacidade de 760 passageiros cada.
Com previsão de conclusão em 2013, essa nova linha permitirá que o metrô de Porto Alegre tenha capacidade total de transporte de 670 mil usuários por dia, com 24 estações convencionais e sete estações de integração multimodal. A linha da Copa tem o traçado previsto para iniciar na avenida Borges de Medeiros, perto do Mercado Público, passando pelas avenidas José de Alencar, Azenha, Bento Gonçalves e João de Oliveira Remião, com previsão de investimento em torno de R$ 2,5 bilhões.
O aeromóvel, que ligará a estação Aeroporto ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, terá 854 m de extensão, percorridos em 70 segundos. Para atender os usuários, o sistema contará com dois carros, um para 150 e outro para 300 passageiros, utilizados conforme a demanda necessária. A linha terá dois terminais, um na área paga da estação e outro junto à passarela de acesso ao edifício garagem do aeroporto. A transferência entre linhas será feita sem ônus aos passageiros, o que significa que o passageiro que desembarcar no Aeroporto Salgado Filho pagará o valor unitário da passagem para utilizar o aeromóvel até a estação e ali será possível embarcar no trem sem a necessidade de adquirir outro bilhete.
Da mesma forma, o passageiro que desembarcar na estação e desejar ir ao aeroporto pagará somente uma passagem.
O sistema será totalmente automático, sem necessidade de condutor. Além disso, o layout dos carros será feito para atender às normas do sistema de acessibilidade universal, facilitando o acesso a cadeirantes, idosos e portadores de deficiência visual. Também está previsto espaço para o transporte de bagagens e malas de viagem. O valor da obra está orçado em R$ 29,884 milhões e a Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento (Cauge), da Secretaria do Planejamento de Porto Alegre, já aprovou o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) do projeto. Só aguarda a liberação de recursos da União para dar início ao processo de implantação.
Projeto pronto
No dia 2 de abril, o vice-prefeito de Porto Alegre e secretário extraordinário da Copa, José Fortunati, reuniu-se com o superintendente da Trensurb, Humberto Kasper, o diretor da Aeromovel Brasil S.A., Marcus Coester, e representantes de secretarias municipais para tratar da implantação do aeromóvel gaúcho. A reunião teve como objetivo a articulação das secretarias municipais envolvidas com a execução da obra.
No encontro, foi apresentado o estudo de implantação do aeromóvel no trecho entre o Aeroporto Internacional Salgado Filho e a estação Aeroporto da Trensurb, na avenida Farrapos. Segundo o superintendente da Trensurb, a intenção é assinar o convênio para execução da obra ainda neste semestre, com previsão de conclusão de um ano após o início dos trabalhos. A linha, estimada em 850 m, ligará os três terminais do aeroporto à estação da Trensurb, beneficiando diretamente 12 mil pessoas por dia. A verba para execução do projeto seria do governo federal, totalizando R$ 25 milhões.
Sistema APM Aeromóvel
O projeto tem por finalidade aumentar a capilaridade do sistema metroviário da RMPA e, como consequência, elevar a taxa de ocupação dos carros do metrô, utilizando uma tecnologia nacional inovadora. Além de unir operacionalmente uma estação do metrô a um núcleo atrativo de demanda (terminal aeroportuário), servirá como projeto-piloto, que poderá vir a ser implementado junto a outros sistemas metroviários do País com a finalidade de incrementar a mobilidade urbana e de incentivar a redução do uso de veículos automotores.
A Trensurb e a Aeromovel Brasil S.A. firmaram Protocolo de Intenções, em abril de 2007, visando a elaborar trabalhos de pesquisa e desenvolvimento do Sistema Aeromóvel, com a participação de técnicos da Trensurb, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia do governo federal.
A proposta é de construção de um sistema APM (Automated People Mover) – conjunto de tecnologias de transporte que operam sob características bem específicas. São veículos relativamente leves, de pequena a média capacidade, com operação 100% automatizada (sem condutores a bordo), trafegando em vias exclusivas. O sistema tem ainda alta frequência de serviço (pequenos headways), atendendo a demandas muito especiais, com o propósito final de realizar ligações dedicadas, de forma célere, do tipo "origem-destino" entre pontos de interesse comum, dentro e/ou fora das fronteiras de um sítio específico.
Os sistemas APM são, em sua imensa maioria, operados em via elevada de forma a criar um novo espaço urbano de circulação, acima dos obstáculos encontrados no nível do solo e sem a necessidade de onerosas intervenções e desapropriações. Aplicações típicas se dão em terminais aeroportuários, centros comerciais, ligação a grandes estacionamentos periféricos, complexos turísticos, parques ecológicos, campus universitários, hospitais, dependências de grandes corporações, alimentação de sistemas troncais de transporte (metrô, trem e corredores de ônibus), densos centros urbanos, dentre outras.
Sua propulsão é pneumática, com empuxo fornecido por gradientes de pressão que se estabelecem no interior de um duto, localizado no interior da via elevada, logo abaixo do veículo e que o propele através do empuxo de ar fornecido a uma aleta (tal qual uma "vela" de um veleiro) fixada por uma haste ao veículo, que se movimenta sob rodas de aço em trilhos tradicionais.
O ar é insuflado pela ação de ventiladores centrífugos industriais de alta eficiência energética, dispostos em casas de máquinas acusticamente isoladas em pontos estratégicos no solo.
No Brasil, há uma tecnologia nacional inédita de people movers, patenteada e reconhecida em diversos países do mundo: Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, França, entre outros. Na capital da Indonésia, Jacarta, opera com sucesso uma linha comercial dessa tecnologia há mais de uma década.
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