Não será fácil, com certeza. O sonho do governo do Ceará é ver a refinaria Premium II da Petrobras sair do papel. A obra está prevista para ser implantada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), numa área que engloba os municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, no estado do Ceará. Mas terá de superar dificuldades relativas ao próprio terreno, em litígio com uma tribo indígena, com as dificuldades de investimentos da Petrobras e falta de expertise brasileira na área.
A localização apresenta vantagens logísticas, como facilidade de acesso marítimo através do Porto de Pecém, e proximidade a estradas de ferro e rodovias. A ideia de se construir uma refinaria no Ceará já completa três anos, prazo até pequeno para a tradicional dificuldade brasileira de executar projetos de grande monta.
Segundo a Petrobras, a refinaria Premium II é importante para que a companhia possa atender ao mercado interno de derivados de petróleo, uma vez que o País possui demanda de combustíveis, estimada para 2020, de aproximadamente 3,4 milhões de barris por dia. A necessidade da Pe
Não será fácil, com certeza. O sonho do governo do Ceará é ver a refinaria Premium II da Petrobras sair do papel. A obra está prevista para ser implantada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), numa área que engloba os municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, no estado do Ceará. Mas terá de superar dificuldades relativas ao próprio terreno, em litígio com uma tribo indígena, com as dificuldades de investimentos da Petrobras e falta de expertise brasileira na área.
A localização apresenta vantagens logísticas, como facilidade de acesso marítimo através do Porto de Pecém, e proximidade a estradas de ferro e rodovias. A ideia de se construir uma refinaria no Ceará já completa três anos, prazo até pequeno para a tradicional dificuldade brasileira de executar projetos de grande monta.
Segundo a Petrobras, a refinaria Premium II é importante para que a companhia possa atender ao mercado interno de derivados de petróleo, uma vez que o País possui demanda de combustíveis, estimada para 2020, de aproximadamente 3,4 milhões de barris por dia. A necessidade da Petrobras de ampliar o parque de refino no país deve-se à crescente importação de combustíveis no país para atender ao crescimento da demanda.
Questionada sobre o cronograma do projeto, a estatal informou que “o projeto encontra-se em fase de avaliação para adequação aos parâmetros internacionais de preço, prazo e uso de tecnologia padronizada”. Ela deverá ter capacidade de processar 300 mil barris de petróleo por dia, abastecendo o mercado com Óleo Diesel 10 ppm, Nafta Petroquímica, Querosene de Aviação, Coque e Óleo Bunker. Os produtos terão qualidade premium e atenderão às especificações internacionais.
O Plano de Negócios e Gestão 2012-2016 da companhia, anunciado no ano passado, previu investimentos de 24,9 bilhões de dólares apenas para projetos de ampliação do parque de refino em implantação. Em junho, a estatal já havia informado que a área de Abastecimento investirá 71,6 bilhões de dólares até 2016.
Em entrevista para a revista Veja, o diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, revelou que a Petrobras vem se empenhando para antecipar operações das refinarias Premium I e Premium II, de 2018 para 2017. A de número I, que será construída no Maranhão, já tem licença de instalação. Já a Premium II, no Ceará, tem problemas de disponibilidade de terreno. Segundo afirmou o executivo, a Petrobras ainda não teria um cálculo para o custo total das refinarias Premium I e II, no Nordeste, e Comperj, no Rio, devido a mudança de metodologia da companhia.
Abismo tecnológico
Com o aval da presidente da Petrobras, Graça Foster, o governador Cid Gomes esteve na Coreia em busca de parceiros que possam ajudar a viabilizar a execução do projeto. Apesar de deixar claro que a associação é uma decisão das empresas, o esforço gerou dividendos, como a vinda de uma comitiva do grupo GS Caltex W.B.Rha para conhecer o local de implantação e dados do projeto. Segunda maior empresa de refino de petróleo da Coreia do Sul, o grupo enviou ao Brasil seu vice-presidente e mais dois técnicos.
A possibilidade de parceria tecnológica e financeira com a companhia da Coreia do Sul, que detém 30% do mercado de refino na Coreia do Sul, passou a ser cuidadosamente estudada pela Petrobras, a pedido de Graça Foster.
Segundo Graça Foster, a motivação da eventual sociedade é a possibilidade de transferência tecnológica, e não somente a necessidade de recursos adicionais a serem aportados por sócios para concluir os empreendimentos. Pois, a última refinaria construída pela estatal foi a Revap, inaugurada em 1980, em São José dos Campos (SP). Segundo ela mesma admitiu, a Petrobras não possui experiência em projetos de refino, ao contrário das áreas de exploração e produção de gás e energia. A ideia, afirma ela, é que os sócios possam ajudar a elaborar projetos de “engenharia com mais simplicidade e de mais fácil implementação”.
Durante a reunião com a empresa coreana, Foster enfatizou que para uma refinaria ser viável, o barril de petróleo deve custar até US$ 38,00 e que os menores custos de refino no petróleo no mundo estão localizados na China, Índia e Coreia do Sul.
Com relação à disputa pela posse de terras por parte de indígenas, as negociações empreendidas pretendem que a Fundação Nacional do Índio (Funai) se responsabilize pela negociação de um terreno com a tribo Anacé com vistas à criação de uma reserva indígena para a comunidade. A reserva é uma solicitação da Funai à Petrobras para que seja expedida a anuência para a execução da refinaria Premium II.
Uma faixa de dutos, com extensão prevista de 11 km, ligará a Refinaria Premium II ao porto de Pecém. A Refinaria deve impulsionar o desenvolvimento do estado do Ceará, atraindo outras empresas para a região. Durante a fase mais ativa das obras, estão previstas a criação de 20 mil empregos diretos e estima-se que o empreendimento gere cerca de 90 mil empregos diretos, indiretos e por efeito renda.
A qualificação dos profissionais para a área de construção civil será realizada em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Plano Setorial de Qualificação (PlanSeq). Estão previstas 3.560 vagas para o Ceará, em cursos para pedreiro, carpinteiro, eletricista predial, encanador predial, soldador, entre outros, que serão distribuídas entre os municípios de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú e São Gonçalo do Amarante.
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