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Revista GC - Ed.77 - Março 2017
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Artigo

Para entender as startups

Por Antonio Freitas Rentes

Afinal, o que são as tão faladas e aclamadas startups?

Começo descrevendo o que não é uma startup.

Uber não é uma startup.  Foi uma startup há quase uma década, mas, agora é uma corporação.

Aquela ideia maluca do seu vizinho de enviar o homem para a lua usando ondas eletromagnéticas  também não é uma startup.

Aquela nova lojinha de sabonetes orgânicos e sem composição animal na formula também não é uma startup.

Uma startup é, em seu conceito original, essencialmente uma instituição (grupo de pessoas, CNPJ, marca, ou algo que os represente) que opera em ambiente de alta incerteza entregando valor para alguém e que tem a tendência de crescimento acelerado. É uma entidade amorfa que muda o tempo todo de produto, de modelo, e até de mercados, aprendendo durante seu tempo de vida todos os dias a fim de tentar encontrar e atingir a melhor configuração que a permita atender um número gigante de usuários e clientes, atingindo o que chamamos “escala”.

Uma startup pode ser um novo meio de pagamento que funciona através de uma nova


Afinal, o que são as tão faladas e aclamadas startups?

Começo descrevendo o que não é uma startup.

Uber não é uma startup.  Foi uma startup há quase uma década, mas, agora é uma corporação.

Aquela ideia maluca do seu vizinho de enviar o homem para a lua usando ondas eletromagnéticas  também não é uma startup.

Aquela nova lojinha de sabonetes orgânicos e sem composição animal na formula também não é uma startup.

Uma startup é, em seu conceito original, essencialmente uma instituição (grupo de pessoas, CNPJ, marca, ou algo que os represente) que opera em ambiente de alta incerteza entregando valor para alguém e que tem a tendência de crescimento acelerado. É uma entidade amorfa que muda o tempo todo de produto, de modelo, e até de mercados, aprendendo durante seu tempo de vida todos os dias a fim de tentar encontrar e atingir a melhor configuração que a permita atender um número gigante de usuários e clientes, atingindo o que chamamos “escala”.

Uma startup pode ser um novo meio de pagamento que funciona através de uma nova forma de encriptar dados da transação financeira, ou uma empresa que vende um novo tipo de motor 30% mais eficiente ou uma rede global de co-workings.

Muitas startups têm como tecnologia seu diferencial competitivo, sua barreira de entrada ou simplesmente sua plataforma de negócios. Nem toda startup se vale de uma nova tecnologia. Nem toda startup tem um modelo de negócio novo. Mas tem que ter, pelo menos, uma dessas duas características ou as duas ao mesmo tempo.  Minha especialidade são as startups (e novos negócios) de base tecnológica, ou seja, aquelas startups que têm uma tecnologia  nova por trás de seus negócios. E, mais especialmente, aquelas que trabalham com tecnologias exponenciais ou tecnologias em aceleração.

Agora irei tomar um minuto do nosso texto para desmistificar a tecnologia, antes de explicar o que são tecnologias exponenciais. Tecnologia não é algo brilhante, que pisca e que vem do exterior. Não é algo misterioso a que não temos acesso. Não é algo fabricado por alguma empresa multinacional e nem algo que venha de um laboratório ultra secreto de um governo qualquer.

Tecnologia é tudo aquilo que foi inventado pelo ser humano como ferramenta e técnica para melhorar a qualidade de vida humana ou atender algum interesse humano. Tecnologia, às vezes, tem todos os componentes acima, mas não é isso que a define. E, a partir da definição de que tecnologia é tudo aquilo que o ser humano inventa para resolver um problema, podemos ter várias soluções que resolvam as questões mais críticas da humanidade, com ferramentas sendo criadas em todos os cantos do mundo, para todas as indústrias, inclusive para a construção civil.

Então, afinal, o que são as tecnologias exponenciais? Tecnologias exponenciais ou em aceleração são todas aquelas que, de alguma forma, seguem a Lei de Moore. A Lei de Moore estabelece que essas tecnologias diminuam custos e melhorem de performance a cada 18 ou 24 meses. Parece que não, mas as conhecemos muito de perto, na forma dos nossos computadores e celulares que convivem conosco todos os dias. Aliás, foi a computação que deu origem ao processo de digitalização das economias - que é, sem dúvida a macro tendência mais forte das últimas décadas – e que serve de base para todas as outras exponenciais. Exemplos de tecnologias exponenciais incluem sensoreamento, impressão 3D, internet das coisas, nanotecnologia, realidade aumentada, realidade virtual, biotecnologia, robótica e inteligência artificial.

Finalmente agora podemos falar do impacto que essas empresas estão trazendo para os setores mais importantes de nossas economias, as chamadas indústrias duras: manufatura, construção civil, óleo e gás, agricultura, logística, estão todas sujeitas a essa onda de transformações causadas por novas tecnologias ou modelos de negócios. E estas transformações estão mais perto do que imaginamos.

Um exemplo para mim que se coloca como um dos mais emblemáticos desta grande onda é a Airbus. Tradicional empresa fabricante de aviões comerciais, tem em seus aviões mais de 65 mil peças fabricadas com manufatura avançada e aditiva, a tal impressão 3D.

As impressoras 3D não são apenas aquelas máquinas que colocam camadas de plástico umas sob as outras para fazer pequenos protótipos e modelos de algo que iremos construir mais adiante com outros processos.

Estamos entrando verdadeiramente na era da manufatura digital.

Aniele Guedes é CEO da Urban3D S/A

 

 

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