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Revista GC - Ed.66 - Jan/Fev 2016
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Especial Região Sul

O equilíbrio das forças

PIB do Paraná supera o do Rio Grande do Sul, em 2013, e ruma para liderança, com projeção de investimentos industriais e na infraestrutura

Em meio a um processo de grandes transformações econômicas no País, a Região Sul desponta como uma crescente fronteira de negócios e um novo polo de desenvolvimento econômico, impulsionado principalmente pelo desempenho da agropecuária e do agronegócio. A perspectiva de continuidade desse crescimento pode representar, em médio prazo, um novo desenho de forças econômicas do Brasil.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), dão conta de que o Produto Interno Bruto (PIB) paranaense cresceu 5,6% em 2013, acima da média nacional de 3%. Com isso, sua participação na geração nacional de riquezas passou de 5,9% em 2012 para 6,3% no ano seguinte e colocou o estado a frente de seu principal rival, o Rio Grande do Sul, que sempre foi o principal líder da região.

Desde a década de 1940, o Paraná detinha a posição de quinta economia do País. A mudança de posição em 2013 resulta de uma combinação de fatores positivos que foram bem aproveitados pelo estado.


Em meio a um processo de grandes transformações econômicas no País, a Região Sul desponta como uma crescente fronteira de negócios e um novo polo de desenvolvimento econômico, impulsionado principalmente pelo desempenho da agropecuária e do agronegócio. A perspectiva de continuidade desse crescimento pode representar, em médio prazo, um novo desenho de forças econômicas do Brasil.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), dão conta de que o Produto Interno Bruto (PIB) paranaense cresceu 5,6% em 2013, acima da média nacional de 3%. Com isso, sua participação na geração nacional de riquezas passou de 5,9% em 2012 para 6,3% no ano seguinte e colocou o estado a frente de seu principal rival, o Rio Grande do Sul, que sempre foi o principal líder da região.

Desde a década de 1940, o Paraná detinha a posição de quinta economia do País. A mudança de posição em 2013 resulta de uma combinação de fatores positivos que foram bem aproveitados pelo estado. Uma delas foi a safra agrícola generosa, que se reflete no desempenho da agropecuária, e na produção de energia elétrica, concentrada sobretudo em chuvas abundantes, que alavancaram novamente a Hidrelétrica de Itaipu no Sistema Interligado Nacional. A fatia do Rio Grande do Sul cresceu, mas em ritmo menor, passando de 6%, em 2012, para 6,2% em 2013.

Segundo o IBGE, o Rio Grande do Sul foi o estado com melhor desempenho do país em 2013, com crescimento de 8,2% na comparação com 2012. Muito acima, portanto, da expansão do PIB nacional, de 3% naquele ano. Acima, também, do avanço da economia paranaense, de 5,6%. Da mesma forma, no acumulado de 2010 a 2013 o Rio Grande do Sul cresceu 10,6%, acima do Paraná (10,2%) e do País todo (9,1%).

No entanto, um fator foi fundamental para que o estado cedesse lugar ao Paraná: embora o volume produzido pelo Rio Grande do Sul tenha avançado mais, a produção do Paraná se valorizou mais do que a produção gaúcha.  Em valores, o PIB paranaense somou R$ 332,8 bilhões em 2013, acima dos R$ 331,1 bilhões da economia gaúcha. Três anos antes, o PIB do Rio Grande do Sul somava R$ 241,3 bilhões, acima dos R$ 225,1 bilhões do Paraná.

Em 2013, o Paraná ficou na liderança na participação da produção agrícola, respondendo por 12,5% do total nacional (uma alta de 1,4 ponto porcentual desde 2010). O estado ficou ainda na quarta colocação no ranking da produção industrial, com participação de 6,6% (alta de 0,6 p.p.), e em quinto no do setor de serviços, com uma fatia de 5,7% (alta de 0,3 p.p.).

Até o fechamento desta edição, o IBGE e Ipardes não haviam concluído suas análises em relação aos resultados de 2014. Mas estimativas feitas por analistas permitiam estimar que a conquista paranaense se manteve em alta. É o que afirma, por exemplo, o diretor-presidente do Ipardes, Julio Suzuki Junior, para quem o estado tem boas chances de manter a colocação. “Acredito que o Paraná tem uma condição de recuperação mais rápida quando ocorrer a normalização da economia brasileira. O nosso mercado de trabalho recuou menos que o mercado de trabalho brasileiro, e o Paraná exporta proporcionalmente mais que o Brasil, o que favorece o estado nesse novo contexto do câmbio”, diz o economista, referindo-se à alta do dólar nos últimos meses, teoricamente favorável aos exportadores.

No computo geral, 2013 foi um ano de recuperação para a região Sudeste, com a grande recuperação da agropecuária principalmente no Rio Grande do Sul. A agricultura cresceu 70% no estado, principalmente na produção de grãos.

PARANÁ - Do agronegócio para a industrialização

Um dos fatores que explica o desempenho econômico do Paraná foi a diversificação da indústria paranaense nas últimas décadas. O polo automotivo do Estado é o terceiro maior do Brasil e as empresas paranaenses têm uma posição relevante em outras cadeias produtivas como alimentos, máquinas e equipamentos, energia e petroquímica. O Estado é o maior produtor e exportador de carne de aves e o segundo maior produtor de grãos do País.  Indicadores internacionais apontam que o Paraná tem hoje uma das melhores situações fiscais e financeiras do Brasil. O Estado foi eleito pela revista britânica The Economist como o segundo Estado mais competitivo do País, atrás apenas de São Paulo.

Segundo o governador Beto Richa, os estados poderiam ter maior capacidade de investimento, mas estão sobrecarregados com a queda de arrecadação e com a concentração excessiva de recursos no governo federal. “Os estados não aguentam mais a sobrecarga de responsabilidades que, historicamente, é repassada para eles sem a devida compensação financeira. “É preciso dar condição aos estados de se desenvolver, podendo fazer investimentos em infraestrutura e promovendo a geração de empregos a partir dos investimentos em construção civil, por exemplo”. No início do ano, o governo paranaense enfrentou um dos seus piores momentos, com uma paralisação e protestos violentos de professores da rede estadual e de servidores públicos do Paraná contra as mudanças da Paraná Previdência, com uma reação também violenta por parte da polícia militar. O assunto tomou a mídia e alimentou a polêmica nas redes sociais, demonstrando que os temas regionais rapidamente ganham repercussão nacional.

Ao final do ano, e em meio a um processo de agravamento da recessão econômica do país, o estado prevê para o próximo ano investimento recorde de R$ 6,8 bilhões em obras e ações de governo e comemora a antecipação do ajuste fiscal, que permitiu maior equilíbrio das contas e a recuperação da capacidade de investimentos. Segundo o governador Richa, o processo ainda não acabou. “Continuamos adotando ações administrativas para cortar gastos e economizar. Esse é um processo contínuo, de revisão diária, de racionalização das despesas”.

O Paraná está colocando em prática um programa de duplicação de rodovias considerado o maior dos últimos 25 anos no Estado. No total, são 699,2 km de rodovias em obras, prontas e em projeto, com investimentos de R$ 1,852 bilhão. A previsão é que mais R$ 2,4 bilhões sejam investidos em novas obras.

Atualmente existem no Paraná 13 grandes canteiros de obras, com mais de 36 frentes de serviços. Somente na rodovia do Café (BR-376), entre Ponta Grossa (Campos Gerais) e Apucarana (Norte), há três canteiros. A obra, orçada em R$ 1 bilhão, prevê a duplicação de 231 quilômetros. Estão em andamento também varias duplicações em perímetros urbanos. Desde 2014, foram entregues R$ 313 milhões em obras de duplicação.

Palavra do governador Beto Richa:“O Paraná não vai ficar paralisado pela crise”

Os ajustes fiscais feitos pelo governo, iniciados em 2014, garantiram que o Estado mantivesse seu índice de investimento. O Paraná manteve o crescimento econômico e seus programas estratégicos tiveram continuidade, melhorando o escoamento da produção -  em especial do agronegócio.  Na área de Infraestrutura, não houve paralisias. O Paraná comprou locomotivas, manteve o cronograma de obras nas rodovias e investiu pesado nos portos, com aquisição de novos shiploaders, que ampliaram o escoamento da safra brasileira. Para 2016, os investimentos continuam e vão aumentar diferentemente do restante do Brasil, somando mais de seis bilhões de reais. E apenas na área de infraestrutura serão mais de 2 bilhões, o maior investimento nominal dos últimos 20 anos.

Em 2015, o orçamento do setor de obras públicas (construção e ampliação de imóveis públicos), foi de R$ 459,99 milhões em 329 obras, sendo 67 da área de segurança, 78 da saúde e 45 em prédios para o setor social. No setor rodoviário, foram investidos pelo tesouro estadual R$ 512 milhões em obras de duplicação e pavimentação de rodovias, além da conservação. Também por meio de negociação e revisão de contratos de concessão rodoviária, o Estado incluiu nos contratos das concessionárias novas obras cujos investimentos somam R$ 457 milhões. Para 2016, a previsão é gastar R$ 1,2 bilhão em obras em rodovias.

Atualmente, estão em duplicação no Paraná, 362 quilômetros de rodovias e foram entregues neste ano 68 km. É o maior programa de duplicação rodoviária do Estado dos últimos 25 anos e a meta é abrir mais 280 quilômetros de obras de duplicação em 2016.

No setor ferroviário, a Ferroeste adquiriu sete locomotivas e 400 vagões, ampliando a sua capacidade de escoamento de grãos do Oeste do Estado ao Porto de Paranaguá. Com a aquisição de novos equipamentos, a meta é dobrar a capacidade de escoamento e aumentar em 50% o faturamento da empresa estatal, o que permitirá que a empresa possa ser saneada ainda em 2016, quitando dívidas acumuladas nos últimos 20 anos.

No setor portuário, o Estado investiu R$ 517 milhões no biênio 2014/2015. A previsão é investir quase R$ 500 milhões em 2016. Entre os avanços estão a aquisição de seis shiploaders, a reforma do cais de porto, a ampliação da área de armazenagem. Tudo feito sem recursos federais e sem a autorização do governo federal, necessária em função do marco regulatório. A administração portuária poderá dar autorização ainda em 2016 para investimentos de R$ 5 bilhões nos portos de Antonina e Paranaguá.

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