Obras da Linha 2: água utilizada no processo de escavação dos túneis é totalmente tratada e reutilizada no processo de construção
Em tempos de crise hídrica e em meio às discussões sobre o consumo consciente de água, os consórcios Linha 4 Sul e Construtor Rio Barra, responsáveis pelas obras da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca – Ipanema) mostram que é possível preservar este importante recurso mesmo numa obra de tamanha complexidade. Na construção dos 16 quilômetros de extensão da nova linha, a preocupação com o meio ambiente, na verdade, é constante. A água utilizada pelos equipamentos de perfuração é resultante da escavação dos túneis entre a Barra e a Gávea, por exemplo, é tratada e totalmente reutilizada. Desde 2011, cerca de 200 milhões de litros passaram pelas estações deste trecho – o que daria para abastecer 18.300 mil casas por um mês.
Neste ciclo sustentável, ela também serve para a lavagem dos caminhões, máquinas e pneus de veículos que circulam nos canteiros, assim como na umectação dos canteiros e de ruas do ento
Obras da Linha 2: água utilizada no processo de escavação dos túneis é totalmente tratada e reutilizada no processo de construção
Em tempos de crise hídrica e em meio às discussões sobre o consumo consciente de água, os consórcios Linha 4 Sul e Construtor Rio Barra, responsáveis pelas obras da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca – Ipanema) mostram que é possível preservar este importante recurso mesmo numa obra de tamanha complexidade. Na construção dos 16 quilômetros de extensão da nova linha, a preocupação com o meio ambiente, na verdade, é constante. A água utilizada pelos equipamentos de perfuração é resultante da escavação dos túneis entre a Barra e a Gávea, por exemplo, é tratada e totalmente reutilizada. Desde 2011, cerca de 200 milhões de litros passaram pelas estações deste trecho – o que daria para abastecer 18.300 mil casas por um mês.
Neste ciclo sustentável, ela também serve para a lavagem dos caminhões, máquinas e pneus de veículos que circulam nos canteiros, assim como na umectação dos canteiros e de ruas do entorno. O objetivo é reduzir a poeira gerada pela obra, a fim de minimizar o volume de partículas no ar e, consequentemente, o incômodo para a comunidade.
A ideia de reaproveitar a água vem do jumbo, o principal equipamento que faz as perfurações para colocação dos explosivos na rocha, que gasta cerca de 10 mil litros de água por hora. Depois de utilizada pelo equipamento, a água passa por decantadores a cada 300 metros, primeira etapa das estações de tratamento, num ciclo que evita o desperdício. Só então volta a ser reutilizada pelo equipamento.
Na Zona Sul, duas estações de tratamento de efluentes (ETEs) reaproveitam cerca de 130 mil litros de água por dia. No canteiro onde está sendo construída a Estação Antero de Quental, no Leblon, a água do rebaixamento do lençol freático é utilizada para umectação de ruas, o que reduz a poeira e contribui para a limpeza do entorno da obra. Para impedir que os caminhões deixem os canteiros e sujem as ruas com resíduos da obra, os engenheiros criaram o "lava rodas", uma simples medida de "cuidado" com a cidade. A água utilizada passa por quatro caixas decantadoras até retornar ao sistema de tratamento e recomeçar o ciclo de reaproveitamento. Há um para cada frente de serviço.
Outra ação consciente na obra é o reaproveitamento do refluxo do jet grouting, para produção de tijolos e pavimentação do canteiro. O jet grouting é uma técnica de melhoria de solos realizada diretamente no interior do terreno sem escavação prévia, utilizando para tal um ou mais jatos horizontais de grande velocidade (cerca de 250 m/s), que aplicam a sua elevada energia cinética na desagregação da estrutura do terreno natural e na mistura de calda de cimento com as partículas de solo desagregado, dando origem a um material de melhores características mecânicas e de menor permeabilidade que o inicial. ”Já que a água usada no processo do Jet Grouting não pode ser reaproveitada, ao menos usamos o produto final do refluxo para alguns trabalhos com os quais gastaríamos outros materiais, o que gera reaproveitamento e economia de recursos na obra”, afirma Enrico Pedroso, um dos engenheiros do canteiro. O refluxo é aproveitado para a produção de tijolos, com sua aplicação em formas de madeira. Por enquanto, a produção diária é de 198 tijolos. Eles são utilizados em diversos locais do canteiro, como na demarcação das vagas de estacionamento e pavimentação da área de convivência.
No canteiro Igarapava, a ETE trata diariamente cerca de 100 mil litros de água. Essa água é utilizada nos serviços de limpeza do próprio canteiro e também para umectação das ruas. Já na Central de Concreto são tratados e reutilizados cerca de 30 mil litros de água por dia. A água com resíduos, resultante da lavagem dos caminhões betoneira, escoa para caneletas espalhadas por todo o terreno, ligadas à estação de tratamento. Depois de tratada, parte da água é reutilizada para o “lava rodas” e a própria lavagem das betoneiras, numa vazão média de 25 mil litros por dia. A outra parte é destinada à rede de drenagem pluvial.
Quase 1 milhão de litros
As ações voltadas para o reaproveitamento de água nas obras da Linha 4 do Metrô carioca ganharam um reforço com a instalação da Estação de Reaproveitamento de Efluente Industrial no canteiro da central de concreto no Itanhangá, que abastece os canteiros de obra entre a Barra da Tijuca e a Gávea. A central de concreto registrou 975 mil litros de água tratados e reutilizados desde março de 2015, quando o sistema começou a operar.
Para o reaproveitamento de água, foi instalado no canteiro da central de concreto um sistema de canaletas que coleta a água da chuva e também a que é utilizada na lavagem dos caminhões-betoneira e das rodas dos veículos.O líquido é progressivamente levado pelas canaletas para três tanques, onde passa por decantação, técnica que usa a gravidade para separar da água os resíduos sólidos finos (poeira e partículas de cimento) e o óleo.
No fim do processo, a água está novamente limpa: não é potável, mas está apta para uso industrial. Pode, então, ser usada para umedecer componentes do concreto (como britas e areia) e para lavar caminhões e outros equipamentos. Entra até como componente na produção do concreto empregado nos canteiros de obra da estação Jardim Oceânico e da ponte estaiada e no revestimento dos túneis entre a Barra e a Gávea. Na central de concreto são reaproveitados 325 mil litros por mês, o equivalente a 130 piscinas olímpicas e o suficiente para o consumo geral mensal de pelo menos 98 pessoas.
Ar-condicionado
Na Linha 4 do Metrô até os gotejamentos dos aparelhos de ar condicionado são reaproveitados, somando cerca de 750 litros de água por semana que, somados à captação da água de chuva, são reutilizados para serviços de limpeza das salas, pisos e banheiros. Basta deslocar a mangueira do ar condicionado para um recipiente: um balde ou tubo de PVC. Na obra, são utilizados tubos de 100 mm, interligados, com uma torneira acoplada para dosar o uso da água.
Educação ambiental
As ações de reaproveitamento de recursos naturais dentro dos canteiros de obras da Linha 4 se estendem para as escolas públicas da cidade, como parte do Programa de Educação Ambiental do consórcio construtor. No dia 12 de agosto, a equipe de Meio Ambiente do Consórcio Linha 4 Sul inaugurou um sistema de captação de água de chuva para reuso na Escola Municipal e Colégio Estadual Reverendo Martin Luther King, no Estácio. Composto por uma bomba conectada à calha do telhado, o sistema é capaz de armazenar até 200 litros de água para reuso.
Os estudantes utilizaram a água para regar mudas de árvores frutíferas, como goiabeira e pitangueira. “A água também pode ser usada para a limpeza da escola, se for necessário. Apesar de não ser potável, é limpa”, explica Isabela Gonçalves, educadora ambiental a serviço do Consórcio Linha 4 Sul. “A água é um recurso precioso e é importante educar as crianças quanto a isso”, completa.
Nos meses de março e abril deste ano, várias escolas municipais e estaduais no entorno das obras e também em outros pontos da cidade receberam técnicos de Meio Ambiente do consórcio, que explicaram a importância do uso consciente do recurso. Os técnicos ensinaram aos estudantes como funciona um sistema de captação da água da chuva, para reuso. Seis escolas participantes do projeto ganharão cisternas de 200 litros.
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