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Revista GC - Ed.16 - Junho 2011
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Especial Construção Imobiliária

Indústria a todo o vapor e sem sinal de que vai desacelerar

Por dois anos seguidos – 2009 e 2010 – a indústria da construção civil registrou resultados extraordinários, com crescimentos acima das médias históricas. Dados do Informativo Tributário Contábil (ITC -  Informação da Construção) dão conta de que em 2009 os investimentos do setor somaram US$ 250 bilhões (R$ 403,75 bilhões*), crescendo, no ano seguinte, cerca de 30%, de forma a alcançar um volume de investimentos da ordem de US$ 324,5 bilhões (R$ 524,06 bilhões*), distribuídos por todo o território nacional. Os segmentos que apresentaram incrementos mais expressivos foram o Residencial, com 5.981 obras; o Comercial, com  3.311 empreendimentos e o Industrial, com 1.882 obras. Ainda de acordo com o ITC -  Informação da Construção, os setores Comercial e Residencial movimentaram, juntos, investimentos de US$ 85 bilhões (R$ 137,27 bilhões*) em 2009 e US$ 145 bilhões (R$ 234,17 bilhões*) em 2010.

Taxas de desempregos nos menores patamares da série histórica, crescimento da massa salarial em termos reais, ascensão da nova classe média, que passa a representar 50% da população brasileira, operaç


Por dois anos seguidos – 2009 e 2010 – a indústria da construção civil registrou resultados extraordinários, com crescimentos acima das médias históricas. Dados do Informativo Tributário Contábil (ITC -  Informação da Construção) dão conta de que em 2009 os investimentos do setor somaram US$ 250 bilhões (R$ 403,75 bilhões*), crescendo, no ano seguinte, cerca de 30%, de forma a alcançar um volume de investimentos da ordem de US$ 324,5 bilhões (R$ 524,06 bilhões*), distribuídos por todo o território nacional. Os segmentos que apresentaram incrementos mais expressivos foram o Residencial, com 5.981 obras; o Comercial, com  3.311 empreendimentos e o Industrial, com 1.882 obras. Ainda de acordo com o ITC -  Informação da Construção, os setores Comercial e Residencial movimentaram, juntos, investimentos de US$ 85 bilhões (R$ 137,27 bilhões*) em 2009 e US$ 145 bilhões (R$ 234,17 bilhões*) em 2010.

Taxas de desempregos nos menores patamares da série histórica, crescimento da massa salarial em termos reais, ascensão da nova classe média, que passa a representar 50% da população brasileira, operações de crédito alcançando níveis expressivos, inflação dentro de um considerado nível de controle. Tudo isso somado a consumidores e empresários demonstrando confiança na economia, ao aumento da proporção do crédito imobiliário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e às reservas internacionais robustas, teria, segundo analistas, delineado esse novo cenário da economia nacional, estimulando os investimentos.

Um bom parâmetro para avaliar o crescimento do setor é o valor dos financiamentos imobiliários com recursos da poupança. Em 2010 foram concedidos R$ 56,2 bilhões em empréstimos para a compra de imóveis, o que representou um novo recorde e um incremento de 65% sobre 2009 (R$ 22,2 bilhões). Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e levam em conta só os imóveis financiados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Ainda de acordo com a Abecip, os bancos financiaram pelo SBPE a compra de 421,4 mil imóveis no ano passado. Em 2009, haviam sido 302,7 mil.

O saldo das cadernetas de poupança, por sua vez, atingiu valor histórico no final de 2010. Em dezembro do ano passado, cerca de R$ 300 bilhões estavam depositados em contas-poupança do País. Isso representa um crescimento de aproximadamente 18% em relação a dezembro de 2009, quando R$ 253,6 bilhões estavam em poupanças.

Segundo a Fundação João Pinheiro (instituição de pesquisa aplicada ligada ao Governo do Estado de Minas Gerais desde 1969), são lançadas a cada ano no Brasil, em média, 300 mil novas unidades residenciais. As regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores e mais densamente povoadas do País, respondem pela maior parte desses lançamentos.

Mantendo a “batida”
Responsável pelo maior volume de obras em todo o Brasil, o segmento residencial somou, ao longo de 2010, investimentos superiores a US$ 36 bilhões (ou cerca de R$ 58 bilhões). São edifícios residenciais e condomínios de casas, cujas obras somaram ainda um total de 76 milhões m² em área construída. E tudo indica que 2011 será ainda melhor. A expectativa do setor é de que o crédito habitacional passe dos atuais 4% do PIB para 8%, até 2014. Já em 2011, os financiamentos devem chegar a R$ 80 bilhões, batendo um novo recorde. Para isso, os bancos estimam que suas carteiras de crédito habitacional continuem aumentando acima de 10%. O espaço para crescimento é ditado principalmente pelo enorme déficit habitacional do Brasil, de nada menos que 6 milhões de moradias.

“Estamos na mesma batida do ano passado, que foi o melhor ano do crédito imobiliário no Brasil. O último levantamento que eu tenho aponta, já em maio, para um crescimento de cerca de 1 ponto percentual acima do mesmo período de 2010,” declarou Jorge Hereda, da Caixa Econômica Federal, em coletiva de imprensa concedida em maio, no Rio de Janeiro. Para ele, o crédito imobiliário, em 2011, vai crescer ao menos 20% frente ao ano passado. “Vamos ter uma contratação forte das famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos através do Minha Casa Minha Vida 2, e o segundo semestre é sempre mais forte”, destacou. Segundo Hereda, os desembolsos do banco em 2010 com o setor somaram R$ 77 bilhões. Nesse ano, o montante já supera os R$ 25 bilhões.

A segunda etapa do Programa Minha Casa Minha Vida foi lançada dia 16 de junho pela presidente Dilma Rousseff. Para esta nova fase do programa, o governo ampliou em 75% os subsídios com recursos do Orçamento da União. Com um volume de investimentos da ordem de R$ 125,7 bilhões até 2014, o programa prevê a contratação de 2 milhões de moradias. Metade desse montante deve ser usado para financiar casas a famílias com renda de zero a três salários mínimos. Na primeira etapa do programa, esse público tomou cerca de R$ 53 bilhões emprestados na Caixa.

Balanço preliminar feito pela Abecip, com base nos primeiros quatro meses de 2011, dá conta de que os financiamentos imobiliários com recursos da poupança atingiram a marca dos R$ 6,16 bilhões, resultado 42% maior que o registrado entre janeiro e abril de 2010. Com esse resultado, as contratações acumulam este ano R$ 22,2 bilhões.

O valor acumulado em 12 meses dos financiamentos imobiliários com recursos da poupança segue crescendo. No período compreendido entre maio de 2010 e abril de 2011, os financiamentos somaram R$ 64 bilhões, com alta de 60% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores. Os recursos das cadernetas de poupança propiciaram o financiamento de 452 mil unidades, 33% mais do que nos 12 meses anteriores.

Somente em abril de 2011 foram financiados 38,5 mil imóveis, representando aumento de 3% em relação a abril de 2010.

Pesquisa realizada pelo ITC - Informação da Construção dá conta da existência, nos primeiros três meses do ano, de 3.748 obras no Brasil, envolvendo investimentos da ordem de US$ 133,1 bilhões. Em termos de área construída, esses empreendimentos somam 41.016.441,00 m2. “Para se ter uma ideia, somente nos estágios iniciais de construção, da sondagem às fundações, serão mais de 4.700 obras, sendo 1.000 no segmento industrial, 1.600 no comercial e 2.100 no residencial”, analiza Viviane Guirao, Diretora de Pesquisa e Mercado da ITC - Informação da Construção.

Os grandes destaques
Considerando esse primeiro levantamento de 2011, o segmento residencial foi responsável por 49% do número de empreendimentos e 64% do total em termos de área construída, mas em termos de recursos totais envolvidos representou somente 9%. Os empreendimentos residenciais atingiram, neste segmento, 1.604 obras, sendo 984 na região Sudeste, 307 nas regiões Norte e Nordeste, 221 na região Sul e 92 na região Centro-oeste.

Já o segmento comercial respondeu por 29% do número de empreendimentos, 34% do total em área construída e 18% dos investimentos totais. Os empreendimentos comerciais e mistos continuam em alta, com 422 obras, valor de investimento de US$ 5,3 bilhões e área construída de 7,4 milhões m². A região Sudeste mais uma vez aparece em primeiro lugar, com 728 obras investidas, o que corresponde a 66% do total de obras em todo o Brasil.

O segmento industrial, por sua vez, é responsável pela menor fatia do total em termos de área construída: apenas 2%; e por 22% do número de obras. Mas representa 73% do volume de investimentos.

Ainda segundo o ITC - Informação da Construção, apesar de a região Sudeste liderar em número de construções, com 2.192 obras, as regiões Norte/Nordeste e Sul apresentam números crescentes, com 701 e 596 obras respectivamente, seguidas da região Centro-Oeste, com 259 obras. As principais obras do segmento industrial neste primeiro trimestre foram as de saneamento básico, com 144 obras, seguidas das de consumo, com 133.

 

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