É o trabalhador brasileiro, vindo de todas as partes do Brasil, que segue adiante, mesmo enfrentando calor escaldante de mais de 40 graus, ameaças das doenças endêmicas, comuns na região, a difícil distância da família, a falta de opções de lazer, em uma região marcada pela carência e pela violência. São jovens do Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, homens e mulheres, muitos dos quais que para lá foram levando a família.
O que eles têm em comum? Orgulho por seu trabalho, quase de bandeirante em plena selva, em busca de uma vida melhor. Um grupo de vândalos não é a face real de Jirau. Mas o jovem baiano que espera o nascimento do filho em Porto Velho é. Ou o que resiste à saudade da família e da comida dos pais, no Maranhão, sua terra natal. Ou das inúmeras mulheres que enfrentam os trabalhos árduos tanto quanto os homens. Esses são os verdadeiros heróis anônimos de Jirau.
Olhar para o homem do campo
Joaquim da Silva Guedes tem 70 anos, é aposentado, mas continua trabalhando na Camargo Correa, onde iniciou sua vida na construção civil aos 16 a
É o trabalhador brasileiro, vindo de todas as partes do Brasil, que segue adiante, mesmo enfrentando calor escaldante de mais de 40 graus, ameaças das doenças endêmicas, comuns na região, a difícil distância da família, a falta de opções de lazer, em uma região marcada pela carência e pela violência. São jovens do Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, homens e mulheres, muitos dos quais que para lá foram levando a família.
O que eles têm em comum? Orgulho por seu trabalho, quase de bandeirante em plena selva, em busca de uma vida melhor. Um grupo de vândalos não é a face real de Jirau. Mas o jovem baiano que espera o nascimento do filho em Porto Velho é. Ou o que resiste à saudade da família e da comida dos pais, no Maranhão, sua terra natal. Ou das inúmeras mulheres que enfrentam os trabalhos árduos tanto quanto os homens. Esses são os verdadeiros heróis anônimos de Jirau.
Olhar para o homem do campo
Joaquim da Silva Guedes tem 70 anos, é aposentado, mas continua trabalhando na Camargo Correa, onde iniciou sua vida na construção civil aos 16 anos. Com apenas o 20 ano primário, ele foi galgando postos na empresa, e em Jirau, exerce o papel de supervisor de produção. Guedes trabalha porque “atuar na construção civil é vício”. Hoje, ele tem uma microempresa nos Estados Unidos, onde tem residência, e se orgulha de falar espanhol e inglês fluentes.
Ao longo de sua vida, já trabalhou em 12 barragens – Cruzes, Casagrandes, em Mogi das Cruzes e uma das primeiras construídas em SP, nos idos de 1950, depois Jupiá, Ilha Solteira, Água Vermelha, Tucuruí, Itaipu, dentre outras. Trabalhou também na primeira linha de metrô do País, a Norte-Sul, da capital paulista, com obras a cargo da Camargo Correa, pioneira, que eternizou o apelido de tatuzão ao equipamento que rompia o subsolo.
Ele se lembra que de lá para cá muita coisa mudou. Por exemplo, quando começou em canteiro, utilizavam-se sistemas rústicos de detonação de rocha. No campo das barragens, os sistemas de geração se modificaram e as áreas inundadas foram drasticamente reduzidas. Mas, a seu ver, ainda há algo a mudar. Ele fala sobre as relações com os homens de campo, os que estão à frente das obras, no chão do canteiro. Acredita que engenheiros e supervisores em geral não “falam a mesma língua” desse trabalhador, uma das razões para muitos problemas que têm surgido nos canteiros.
“É preciso ir até ele, falar com ele, ver suas condições reais de trabalho, falar a sua língua. Não adianta ir com linguagem técnica que esse homem não entende. Por isso, teve queima em muitos canteiros e ainda vai ter mais. Hoje, as coisas mudaram. Com a internet, os trabalhadores têm mais acesso às informações. Ele está mais instruído e não aceita certas coisas, porque a escravidão não acabou, apenas mudou de jeito”.
Agora, Guedes sairá dos canteiros para dar palestras aos jovens ingressos à Camargo Correa contando sua história e motivando-os sobre seu futuro profissional.
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