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Revista GC - Ed.67 - Março 2016
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Energia - Especial Belo Monte

Desvio do rio, um marco histórico

O enchimento dos Reservatórios Xingu (principal e intermediário), por meio do desvio das águas pelo Canal de Derivação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, foi iniciado em 13 de dezembro e concluído em 13 de fevereiro. Com isso, se concluiu um dos mais importantes marcos de uma obra hidrelétrica, sobretudo da usina de Belo Monte, após tantas idas e vindas.

O trabalho foi finalizado 82 dias após a emissão da Licença de Operação pelo Ibama em 24 de novembro de 2015.  A partir daí começou a remoção da barreira de solo (ensecadeira) que separa o Canal de Derivação de Belo Monte do Reservatório Xingu, formado no leito do rio. A operação nivela a água dos dois reservatórios na cota 97 metros acima do nível do mar, nível operacional para a geração de energia na hidrelétrica. Com parte da ensecadeira removida, o Rio Xingu já está conectado ao Canal de Derivação, obra com 20 km de extensão, 25 metros de profundidade, 200 metros de largura na base e 300 metros de largura média entre as margens. Concluído em novembro de 2015, o canal conduz a água até o Reservatório Inter


O enchimento dos Reservatórios Xingu (principal e intermediário), por meio do desvio das águas pelo Canal de Derivação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, foi iniciado em 13 de dezembro e concluído em 13 de fevereiro. Com isso, se concluiu um dos mais importantes marcos de uma obra hidrelétrica, sobretudo da usina de Belo Monte, após tantas idas e vindas.

O trabalho foi finalizado 82 dias após a emissão da Licença de Operação pelo Ibama em 24 de novembro de 2015.  A partir daí começou a remoção da barreira de solo (ensecadeira) que separa o Canal de Derivação de Belo Monte do Reservatório Xingu, formado no leito do rio. A operação nivela a água dos dois reservatórios na cota 97 metros acima do nível do mar, nível operacional para a geração de energia na hidrelétrica. Com parte da ensecadeira removida, o Rio Xingu já está conectado ao Canal de Derivação, obra com 20 km de extensão, 25 metros de profundidade, 200 metros de largura na base e 300 metros de largura média entre as margens. Concluído em novembro de 2015, o canal conduz a água até o Reservatório Intermediário, onde está a Casa de Força Principal de Belo Monte, que irá gerar 97 % da energia do empreendimento.

Já em 17 de fevereiro, foi realizado o primeiro giro mecânico da Unidade Geradora n° 01 da Casa de Força Principal, no Sítio Belo Monte. A turbina, tipo Francis, tem capacidade individual de 611,11 MW. “É um momento marcante que envolve todas as áreas técnicas da usina. Em pouco menos de um mês, estaremos gerando energia comercialmente nas duas casas de força do empreendimento”, declarou o presidente da Norte Energia, Duilio Diniz de Figueiredo. Foi o primeiro teste dinâmico para observar e ajustar o funcionamento da primeira das 18 turbinas da Casa de Força Principal, com capacidade de 11.000 MW.

Belo Monte chegou a ter 37.500 trabalhadores, simultaneamente em todas as frentes de serviço, entre funcionários do CCBM e de empresas subcontratadas, seja pelo Consórcio Construtor ou pela Norte Energia. Como oferecer as condições ideais aos trabalhadores em campo, desde o início, foi uma dos principais itens do desenvolvimento do projeto. Há que se lembrar que a experiência na execução das usinas de Santo Antonio e Jirau, ao longo do rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia, e Teles Pires, no rio de mesmo nome, no Mato Grosso – as três já retratadas pela revista Grandes Construções – foram fundamentais para consolidar as ações estratégicas para a manutenção dos núcleos urbanos ali formados.

Uma das prioridades foram manter condições dignas de moradia e entretenimento, associadas a remuneração acima da média e visita familiar a cada 30, 45 ou 90 dias (dependendo do nível empregatício), além de programas de incentivo ao trabalhador que sorteiam tablets, celulares, televisões e automóveis, de acordo com assiduidade e tempo de serviço.

Para atender à alimentação dessa população, por exemplo, foi montada uma logística de compras, armazenamento, cozinha e refeitórios próprios, abastecidos por produtos locais, quando possível, numa verdadeira operação de guerra em área remota da Amazônia.

Programas de conscientização e prevenção de doenças transmissíveis e endêmicas, associados aos serviços ambulatoriais de consultas e exames periódicos realizados no hospital e nas unidades de saúde foram implantados nos canteiros de obra.

Os trabalhadores dispunham de cinema, academia, barbearia, livraria, internet, wi-fi, inclusão digital, templo ecumênico e  transporte público aos centros urbanos de Altamira e Vitória do Xingu. Essas foram algumas das instalações de lazer oferecidas no canteiro, muitas delas a pedido dos próprios trabalhadores.

Agora, na fase de desmobilização, gerada com a conclusão das obras, o desemprego da mão-de-obra é uma das grandes preocupações do governo federal, que planejava aproveita-la na construção das usinas ao longo do rio Tapajós, que ainda não tem previsão de ocorrer. A previsão é de que a maioria dos trabalhadores retorne para seus locais de origem até que os novos projetos no setor hidrelétrico possam ser iniciados.

Desmobilização de equipamentos

Outro aspecto fica por conta da desmobilização dos equipamentos utilizados nos canteiros, que pode gerar uma boa oportunidade para comerciantes locais. O consórcio avisa que está disponível para comercialização todo e qualquer item próprio utilizado na obra. Desde uma simples calculadora a equipamentos de ginástica, passando por cozinhas industriais e ambulatórios.   Toda a frota será desmobilizada. Caminhões articulados, betoneiras, retroescavadeiras, basculantes, perfuratrizes, motoniveladoras, grupos geradores e caminhões fora de estrada. Toda frota do CCBM foi comprada “zero Km” e tem aproximadamente quatro anos de uso intermitente.

 

 

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