Paralelamente à M&T Expo 2015, aconteceram o 9º Congresso Internacional de Equipamentos para Construção e o 7º Congresso Internacional de Equipamentos para Mineração (M&T Expo Congresso), entre os dias 10 e 12 de junho. Com uma programação completa com 16 seminários, eventos especiais e cursos, envolvendo mais de 50 palestrantes, promovidos pela Sobratema, instituições parceiras, o congresso se constituiu em um espaço de debate dos principais assuntos que norteiam o mercado de equipamentos para construção e mineração.
O Congresso tem como objetivo proporcionar a difusão de informações, identificar tendências e promover a troca de experiências entre profissionais, especialistas e empresas do setor. Este ano, participaram dos diversos eventos que compuseram o M&T Expo Congresso cerca de 1.000 participantes nacionais e internacionais. Eram empresários, engenheiros, especialistas, técnicos e profissionais de construtoras, mineradoras, fabricantes de equipamentos, locadores, fornecedores de peças, motores, material rodante e componentes e prestadores de
Paralelamente à M&T Expo 2015, aconteceram o 9º Congresso Internacional de Equipamentos para Construção e o 7º Congresso Internacional de Equipamentos para Mineração (M&T Expo Congresso), entre os dias 10 e 12 de junho. Com uma programação completa com 16 seminários, eventos especiais e cursos, envolvendo mais de 50 palestrantes, promovidos pela Sobratema, instituições parceiras, o congresso se constituiu em um espaço de debate dos principais assuntos que norteiam o mercado de equipamentos para construção e mineração.
O Congresso tem como objetivo proporcionar a difusão de informações, identificar tendências e promover a troca de experiências entre profissionais, especialistas e empresas do setor. Este ano, participaram dos diversos eventos que compuseram o M&T Expo Congresso cerca de 1.000 participantes nacionais e internacionais. Eram empresários, engenheiros, especialistas, técnicos e profissionais de construtoras, mineradoras, fabricantes de equipamentos, locadores, fornecedores de peças, motores, material rodante e componentes e prestadores de serviços. Para Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, a quantidade expressiva de participantes ressalta o papel da M&T Expo para a difusão de conhecimento técnico e mercadológico e a troca de experiências entre profissionais do setor. “Foi uma oportunidade única para que eles obtivessem informações sobre uma variedade de assuntos relevantes relacionados com o setor, incluindo tendências e perspectivas que, certamente, servirão de base para tomada de decisões em suas empresas”, diz.
O Congresso contou com a participação direta da Sobratema em três eventos: a área de Inteligência de Mercado divulgou as informações do estudo O Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção – Tendências; o Instituto Opus realizou o seminário Movimentação de Cargas – a Realidade dos Profissionais; e uma parceria da Sobratema com o Iopex – Institute for Operational Excellence Brasil viabilizou o 2º Summit Internacional de Excelência Operacional & Lean Construction.
Além da Sobratema, o M&T Expo Congresso abriu espaço para diversas entidades parceiras abordarem assuntos pertinentes para o crescimento e desenvolvimento do segmento de construção e mineração. Nesta edição, as entidades setoriais participantes foram: Abcic – Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto, Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Analoc – Associação Brasileira dos Sindicatos, Associações e Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas, CBT – Comitê Brasileiro de Túneis, e Sindipesa – Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais.
O M&T Expo Congresso contou também com as participações do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que anunciou diversas linhas de crédito, e do DEC – Departamento de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro, além das empresas Atlas Copco, Brasil Mineral, Caimex, JLG, Solinftec e ZF do Brasil.
Um mercado em expansão
O consumo anual de máquinas rodoviárias no Brasil é de 22 mil unidades, contra 90 mil do Japão. O que torna essa diferença ainda mais desproporcional é o fato de o Japão ter uma área muito menor e praticamente todas as estradas asfaltadas, enquanto que o Brasil, com território muito maior, conta com apenas 12% de rodovias pavimentadas. O lado bom desse cenário é que há uma imensa oportunidade para o crescimento da indústria de equipamentos e serviços de engenharia. O assunto foi o tema de uma das mais concorridas palestras do M&T Expo Congresso, que contou com a participação de Andrea Park, Gerente de Relações Governamentais e Corporativas da Caterpillar e representante da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias da Abimaq.
Na palestra Tecnologia em Máquinas e Equipamentos para Construção e Mineração, Andrea mostrou uma série de inovações da Caterpillar, como as retroescavadeiras híbridas que aproveitam os próprios movimentos para gerar energia elétrica que a reabastece, reduzindo em até 25% o consumo de combustível.
Empresas de engenharia que desejam adquirir novidades como essa e outras tantas apresentadas na M&T Expo podem contar com o apoio do BNDES, segundo Bruno Plattek de Araújo, do Departamento de Bens de Capital do banco, que também participou da palestra. Ele apresentou o programa ProBK, que permite investimentos entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões, conforme o objetivo: inovação, capital de giro, consolidação e internacionalização. “Em alguns casos, o BNDES pode flexibilizar as garantias exigidas da empresa beneficiada”, informou.
Valorização do Rental
A locação, outra alternativa para a aquisição de máquinas e equipamentos, foi o tema de outro evento, o 3° Congresso Nacional de Valorização do Rental. Nele, a Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc) apresentou um panorama do setor de locação de equipamentos. As projeções da entidade indicam que, apesar do desaquecimento geral da construção, a participação das locadoras no total de máquinas vendidas pelos fabricantes de máquinas deve crescer. A previsão é de que as cerca de 10 mil empresas que atuam no segmento alcancem um faturamento anual de R$ 8,5 bilhões neste ano.
Reynaldo Fraiha Nunes, presidente da Analoc, aposta em grandes oportunidades para o setor, mesmo diante da crise. No entanto, reforçou em seu discurso que é preciso haver uma integração entre as entidades que compõem a Analoc para a sua expansão para todo o Brasil, bem como a criação de mecanismos que possam fomentar um desenvolvimento sustentável através de segurança jurídica, criação de um canal de comunicação com as empresas, relacionamento com o governo e contratos mais transparentes. Ele lembrou que o setor é bastante heterogêneo quanto ao tipo de serviços e equipamentos oferecidos.
Construção enxuta
Planejamento e envolvimento de profissionais de diferentes níveis e áreas de atuação das construtoras são alguns dos pontos em comum, encontrados nos programas de excelência operacional de duas grandes empresas do setor de construção civil: Hochtief Brasil e Carioca Christiani Nielsen Engenharia. Tais conceitos foram apresentados a uma plateia formada por profissionais de alto nível, de várias segmentos da cadeia da construção, durante o 2º Summit International Excelência Operacional & Lean Construction, organizado por uma parceria da Sobratema com o IOpEx – Instituto for Operational Excellence/Brasil. O evento era parte do M&T Expo Congresso.
Prestes a completar 50 anos de atuação no Brasil, a Hochtief, de origem alemã, já entregou mais de 450 grandes obras no País, em diferentes segmentos. Considerada uma das referências no setor, a empesa mostrou que o segredo para a realização de cada projeto, obedecendo prazos e valores contratados, está no planejamento estratégico bem feito. Segundo Marcos Kowalewski, diretor Executivo da Hochtief Brasil, para manter o compromisso com o cliente, preservando a sua confiança e gerando valor, é preciso traçar estratégias que permitam reduzir os custos de cada projeto, de forma a torná-lo lucrativo. “Não é possível simplesmente aumentar o valor do projeto, pois esse preço deve ser definido pelo mercado”, disse.
Kowalewski mostrou que o planejamento estratégico da Hochtief inclui o fortalecimento da cultura de excelência, o que envolve todos os colaboradores da empresa, inclusive com programas de capacitação. A ideia é criar hábitos de troca de ideias em áreas estratégicas como suprimentos, logística, processos administrativos de apoio, entre outras.
Os desafios do Comperj
Desafio ainda maior para cumprimento de prazos, conforme definido em contrato, enfrenta a Carioca Christiani Nielsen Engenharia, empresa especializada na execução de grandes obras. Também durante o M&T Expo Congresso, Giuliano Tinoco, gerente de Projetos da empresa, mostrou as diferentes etapas da construção da via de acesso para o transporte de equipamentos especiais do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na região de Itaboraí.
O projeto, realizado de novembro de 2013 a outubro de 2014, começou enfrentando uma barreira enorme: incluía a desapropriação da área de uma comunidade em região de altíssimo índice de criminalidade. Mesmo depois de iniciadas as obras, os desentendimentos entre líderes criminosos locais obrigavam à interrupção das obras. Porém, o cronograma foi se ajustando, de forma a recuperar os prazos, segundo Tinoco.
Ele explicou que boa parte das soluções para execução da obra veio com a parceria desenvolvida entre a Carioca e o Institute IOpEx Brasil, que desenvolveu o sistema Duetto, de gestão de processos e interfaces. A solução permite a análise de cada fase do projeto, a identificação de possíveis atrasos e os respectivos motivos, permitindo a tomada de decisão imediata. Assim como aconteceu na Hochtief, o envolvimento das pessoas também foi decisivo. “Criamos 13 grupos de discussões em diferentes áreas, o que permitiu o levantamento de soluções rápidas para situações críticas no ramo, como o desperdício de materiais”, informou Tinoco.
À prova de terremotos
Ainda durante o 2º Summit Internacional de Excelência Operacional & Lean Construction, foram apresentados dois cases de aplicação dos conceitos Lean Construction, na construção de hospitais que resistem até a terremotos. Na palestra, proferida pela engenheira Thais Alves, formada pela San Diego State University, foram detalhados os métodos e conceitos construtivos utilizados nas obras dos dois centros médicos localizados em San Francisco e San Diego, na Califórnia, uma região sujeita a ocorrências de terremotos.
Segundo a palestrante, no caso do Hospital de San Diego, além de ser um edifício capaz de suportar terremotos, sua construção custou menos. “A obra ficou em US$ 945 milhões no total, uma economia de US$ 36 milhões em relação ao orçamento inicial, e foi entregue quatro dias antes do prazo previsto”, informou Thais. Não se trata de um caso isolado. De acordo com Glenn Ballard, da University of California Berkeley, que também participou do M&T Expo Congresso, em 22 projetos de construção civil desenvolvidos entre 2005 e 2012 seguindo preceitos do Lean Construction, nenhum ultrapassou o orçamento previsto inicialmente.
No congresso, Ballard ministrou palestra sobre Integrated Project Delivery (IPD), que integra pessoas, sistemas, estruturas e práticas empresariais em processo colaborativo. Ele falou sobre a importância de se desenvolver essa cultura dentro das empresas. “É preciso parar de contratar pessoas de forma transacional e adotar o método relacional de contratação, ou seja, estimular relações nas quais os funcionários de diferentes níveis estejam dispostos a lutar uns pelos outros e se mantenham unidos na saúde e na doença, como no casamento”, finalizou.
Produtividade e previsibilidade
Aproveitar ao máximo o potencial dos profissionais que atuam na construção, de maneira a melhorar os prazos de entrega, assim como reduzir os custos das obras, reforçando o foco na excelência dos serviços. Estes desafios, que afetam a maioria das construtoras, foram tema de palestra proferida por Jevandro Barros, diretor-geral do IOpEx. Ele abordou a importância de se adotar procedimentos específicos para a elaboração de cada projeto. Frisou que é preciso levar rapidamente o planejamento para a prática, de forma a adaptá-lo à realidade, com a participação de todas as partes envolvidas diretamente. “Em apenas três anos de existência, a IOpEx contabiliza 21 grandes obras assistidas, nas quais 15 tiveram ganho em previsibilidade e as outras seis, em produtividade”, disse.
Inovações para a construção de túneis
A tendência do segmento de obras geotécnicas, que engloba mineração, túneis e exploração de petróleo, é investir cada vez mais em automação de processos e treinamento de mão de obra. Isso ficou claro durante a palestra realizada pelo Comitê Brasileiro de Túneis (CBT), durante o M&T Expo Congresso.
Apesar do cenário econômico atual ser pouco favorável – dados da AngloGold Ashanti, maior produtora de ouro do país, indicam que o investimento de US$ 54 milhões, previsto até 2018, representará redução de US$ 10 milhões em relação à previsão do ano anterior – há certo otimismo, principalmente em função da necessidade de grandes obras em diferentes segmentos no Brasil. Exatamente por essa análise, a empresa investe em tecnologia de ponta, como sistemas de realidade virtual para treinamento e comunicação, preparando-se para um possível crescimento, informou Ruy Lacourt, Consultor de Mineração da Anglogold.
Não faltam novidades tecnológicas para que as obras de geotecnia em geral se fortaleçam, a exemplo das inovações apresentadas por fabricantes de equipamentos e soluções como a Herrenknecht e a Normet. Além disso, o Brasil dispõe de uma das mais modernas técnicas para construção de estruturas em solos moles, como o Jet Grouting, que consiste no jateamento de concreto líquido em subsolo frágil para criar estruturas altamente resistentes. “O conceito é utilizado no Brasil desde a década da 90, mas ainda é novidade para muita gente” disse o Engenheiro Akira Koshima, da Nova Técnica, que já realizou inúmeras obras no Brasil e em várias partes do mundo.
Da fábrica para o canteiro de obras
A Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) levou para o M&T Expo Congresso seu consagrado curso de Pré-fabricados de Concreto: uma Abordagem Completa da Fábrica aos Canteiros de Obras, que despertou grande interesse no público. Estruturado pela presidente-executiva da entidade, Íria Doniak, e ministrado pelo engenheiro Carlos Franco, o curso teve duração de oito horas e contou com oito créditos dentro do programa MasterPEC – Master Produção de Estruturas de Estruturas de Concreto do Ibracon – Instituto Brasileiro do Concreto.
“A ideia do curso é mostrar o ciclo todo do pré-fabricado. Nesse sentido, ele é bastante ambicioso em termos de público, pois visamos desde os estudantes de engenharia e arquitetura, profissionais técnicos que já têm experiências no segmento, empresários e até profissionais das próprias fábricas, que atuam numa área específica, mas que desejam ter uma visão ampla de todo o processo produtivo”, explica Franco.
Engenharia de Construção do Exército
Durante o M&T Expo Congresso, o general de Divisão do Exército Brasileiro, Marcos Veloso Guimarães, apresentou os investimentos e obras realizadas pelo Departamento de Obras e Construção (DOC) do Exército Brasileiro, que atua em regiões de difícil acesso. Dentre as obras executadas pelo DOC (adutoras, canal, irrigação, aeroportos, rodovias, ferrovias), uma das maiores construções atualmente em execução é a da Transposição do Rio São Francisco. “Temos esperança de compartilhar com o Governo Federal a realização de obras de infraestrutura, principalmente rodovias e ferrovias”, disse o general Veloso.
Atualmente, 20 empreendimentos estão em andamento. Os principais são: BR-101, em fase final de projeto, que terá 11 km de pavimento de concreto; BR-163, que prevê tratamento superficial; um trecho da BR-319, próximo à região de Humaitá; implementação da SC-114, que liga a BR-116 até São Joaquim; além da construção da BR-119, na Amazônia. As demais obras são de manutenção e conservação.
Segundo o general, uma das qualidades do Exército é aprender novas técnicas, como a pavimentação rígida realizada na BR-101 (Nordeste), onde os envolvidos foram treinados durante um ano. O Exército Brasileiro também realizou obras de Perfuração de Poços Artesianos no Nordeste e, segundo o general, há estudos para realizar a obra na região Sudeste, em conjunto com o Comando Militar Sudeste. Adiantou ainda que, no próximo ano, serão adquiridas unidades de simuladores, cujo objetivo é avaliar as condições do operador sem cometer falhas na operação das máquinas, o que deve aumentar a produtividade.
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