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Revista GC - Ed.13 - Março 2011
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Especial Nordeste / Rodovias

BR-101, um velho gargalo finalmente em obras

Um dos grandes empreendimentos na área de logística para o Nordeste, e que poderá garantir a viabilidade de um projeto de desenvolvimento para a região, é a obra de ampliação e reforma da BR-101. Uma das rodovias mais importantes do País, a BR-101 vai do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, cortando 12 estados. O trecho que está sendo revitalizado, com recursos do PAC, tem 399 km e 8 lotes, divididos entre Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Essa importante rodovia, em pista única, estava saturada em função do volume de tráfego de cerca de 10 mil veículos por dia. Os benefícios da sua duplicação já se fazem sentir na região: redução dos custos dos transportes; fomento do turismo; maior integração dos grandes centros urbanos consumidores; criação de novas oportunidades de emprego e renda; entre outros. O empreendimento é considerado pelo governo federal como “ação de prioridade máxima”.

Todo projeto possui planos de gestão ambiental que são estudados e aprovados antes das obras. A madeira, por exemplo, retirada da faixa de domínio da estrada, é destina


Um dos grandes empreendimentos na área de logística para o Nordeste, e que poderá garantir a viabilidade de um projeto de desenvolvimento para a região, é a obra de ampliação e reforma da BR-101. Uma das rodovias mais importantes do País, a BR-101 vai do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, cortando 12 estados. O trecho que está sendo revitalizado, com recursos do PAC, tem 399 km e 8 lotes, divididos entre Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Essa importante rodovia, em pista única, estava saturada em função do volume de tráfego de cerca de 10 mil veículos por dia. Os benefícios da sua duplicação já se fazem sentir na região: redução dos custos dos transportes; fomento do turismo; maior integração dos grandes centros urbanos consumidores; criação de novas oportunidades de emprego e renda; entre outros. O empreendimento é considerado pelo governo federal como “ação de prioridade máxima”.

Todo projeto possui planos de gestão ambiental que são estudados e aprovados antes das obras. A madeira, por exemplo, retirada da faixa de domínio da estrada, é destinada a instituições filantrópicas conforme indicação do Ibama e são feitas compensações de reflorestamento das áreas utilizadas. Há, também, projetos de reciclagem. A mistura asfáltica dos trechos que já existiam está sendo reutilizada nas novas pistas que estão sendo restauradas.

O trabalho de duplicação da BR-101 traz consequências para a população residente ao longo da rodovia. Muitos já moravam às margens da estrada e dela tiravam seu sustento há mais de 40 anos. Para atender a essas demandas foi elaborado o Plano Básico Ambiental N° 09, por meio do qual o Exército Brasileiro realizou várias ações em prol da melhoria das condições de vida das famílias envolvidas, ao longo de toda a rodovia, desde Natal (RN) até Palmares (PE), tanto nos lotes “militares”, como nos “civis”.

Esse processo de relocação das famílias inclui o cadastro das pessoas afetadas, a pesquisa sócio-econômica, a avaliação dos imóveis a serem removidos, o pagamento das indenizações e a remoção para o novo domicílio, e apoio para melhoria social e econômica. Desde o início dos trabalhos, cerca de 1.400 famílias já foram transferidas para suas novas habitações. Moradores da região que abrigavam casas de taipa foram realocados em casas de alvenaria, com condições sanitárias favoráveis, possuindo energia elétrica e água tratada, e localizadas próximas aos serviços básicos, como escolas e postos médicos.

Exército entra em cena 
Em 2005, o Exército Brasileiro recebeu do Governo Federal a missão de realizar a duplicação de 142,5 km do chamado Corredor Nordeste da BR-101/NE, correspondentes a três lotes. Um fica no Rio Grande do Norte (lote 1), outro na Paraíba (lote 5) e outro em Pernambuco (lote 6). Dessa extensão, 23,8 km já eram duplicados e, até o momento, o 1º Grupamento de Engenharia (1º Gpt E) e suas organizações militares subordinadas concluíram outros 117,7km, até o final de 2010.

Em cada um dos lotes está sendo empregado um Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), que estabeleceu um destacamento militar para cumprir a missão: o 1° BEC, sediado em Caicó/RN, é responsável pelo lote 1 por meio do Destacamento Seridó (RN); o 2° BEC, com sede em Teresina/PI, é responsável pelo lote 5 com o Destacamento Alhandra (PB); e o 3° BEC, sediado em Picos/PI, é responsável pelo lote 6 por meio do Destacamento Goiana (PE). O 1º Grupamento de Engenharia possui, ainda, outros dois Batalhões subordinados: 4° BEC, sediado em Barreiras (BA), e 7° Batalhão de Engenharia de Combate, localizado em Natal (RN), que também participam dos trabalhos, apoiando com pessoal e material.

No total, cerca de 1.500 militares atuam direta ou indiretamente nas obras de duplicação da BR-101/NE, enquanto cumprem o Serviço Militar Inicial, previsto para os jovens com 18 anos. Esta missão também é um desafio para a Engenharia militar, pois a utilização de placas de concreto nas estradas ainda é recente aqui no Brasil. Elas têm maior durabilidade do que o asfalto e a sua construção requer equipamentos específicos e conhecimento técnico, trabalhos que o Exército passou a dominar a partir dessa missão recebida e que vem desenvolvendo com muita competência.

Dentro do cronograma
O programa de obras prevê a duplicação e restauração de 398,9 km, dos quais 81,4 km estão no estado do Rio Grande do Norte até a divisa RN/PB. Outros 129 km estão nos estados da Paraíba até a divisa PB/PE e mais 188,5 km no estado de Pernambuco até seu ponto final, no acesso à cidade Catende/PE.

Dividido em oito lotes, o início das obras se deu em 22 de dezembro de 2005, por intermédio do 1º Grupamento de Engenharia do Exército Brasileiro, que emprega 4 Batalhões de Engenharia de Construção – BEC, a saber: 1º BEC, responsável pelo lote 01; 2º BEC, executa as obras do lote 05; e os 3º e 4º BEC, responsáveis pelas obras do Lote 06.

O investimento atual do Programa está orçado em R$ 2,45 bilhões, com participação da União em R$ 503,17 milhões para execução das obras no Rio Grande do Norte, tendo sido aplicado até setembro de 2010, no referido estado, o montante de R$ 400,89 milhões (79,7%); R$ 734,94 milhões no estado da Paraíba – com aplicação até agora de R$ 646,14 milhões – (87,9% do estimado) e R$ 1,2 bilhão no estado de Pernambuco – sendo aplicados R$951,87 milhões (78,2% do estimado), totalizando R$ 1,99 bilhão.

Execução das Obras

Lote 01: Natal/RN – Palmares/PE (Entr. RN-063 – Entr. RN-061)
Foram concluídos em toda extensão prevista da pista nova (duplicação) os serviços de pavimentação em placas de concretos simples (CS), incluindo a pista dupla na travessia urbana de São José de Mipibú. Segue em bom ritmo a execução dos serviços no acostamento (CAUQ), barreira New Jersey, meio-fio e outros serviços complementares para concluir os 20 km de pista nova a partir do Km 122,4 até o final do lote.

Todas as obras de arte especiais deste lote já foram concluídas, restando apenas duas passarelas metálicas.

Lote 02: Natal/RN – Palmares/PE (Entr. RN-061 – Div. RN/PB
As obras de drenagem (execução de galerias) na travessia urbana de Goianinha avançam entre o Km 147,8 e o Km 148,8, tanto na pista esquerda, quanto na pista direita, à medida que os impedimentos existentes (COSERN, CAERN e OI) liberam frentes, principalmente para as marginais esquerda e direita, que após concluídas permitirão a execução dos 1,9 km restantes em placas de concreto simples (CS).

As obras de arte especiais (OAEs), quatro pontes sobre os rios Limoal, Jacú I, Jacú II e Levada, os quatro viadutos (LE/LD) de Goianinha, RFFSA-I, RFFSA-II e RFFSA-III, as sete pontes existentes (reforço/alargamento) sobre os rios Limoal, Jacú I, Jacú II, Espinho, Curimataú, Outeiro e Levada, as três passagens inferiores (PIs) de Catuzinho, Baía Formosa e Estreito, bem como os três muros de contenção nas estacas 220, 327 e 1000, foram concluídas, totalizando 25 OAEs.

Encontram-se em andamento cinco novas OAEs, sendo duas passarelas metálicas nas estacas 972 e 270 e três pontes sobre os rios Espinho, Curimataú e Outeiro.

Estado da Paraíba

Lote 03:  Subtrecho: Div. RN/PB – Entr. PB-041 (Mamanguape)
A execução das obras de construção da pista nova, em pavimento de concreto rígido, bem como a restauração da pista antiga e seus acostamentos, previstas em projeto, totalizando 40,4 km, já foram totalmente concluídas, bem como as complementações dos trabalhos de iluminação pública e alguns serviços de obras complementares constantes do projeto.

Todas as cinco novas obras de arte especiais, passagens superiores nas vicinais dos canavieiros nas estacas 480 e estaca 1735; passarela de Pitanga da Estrada, na est. 595; viaduto de Mamanguape (Km 40,4); e ponte sobre o rio Camaratuba (Km 18); bem como a única obra de reforço e alargamento deste lote, a ponte antiga sobre o rio Camaratuba, encontram-se concluídas.

Lote 04: Subtrecho: Entr. PB-041 – Entr. PB-025
As obras de construção da pista nova, em placas de concreto de cimento portland, e seu acostamento, já atingiram os 33,7 km de projeto (100,0%). A restauração da pista existente, com 33,2 km, foi concluída, assim como a restauração do acostamento (32,9 km de extensão).

Todas as dez novas obras de arte especiais, pontes sobre os rios Mamanguape (Km 41), Mirirí (Km 52,5) e Jacuípe (Km 61,7); viaduto da Usina Monte Alegre (Km 42,4); passarelas em Mamanguape (Km 41) e em Mamanguape – Sombreiro (Km 41,5); as passagens superiores nas estacas 325, 530 (Peixe Boi), 890 (Posto Jacaraúna) e 1245, bem como as quatro obras de reforço e alargamento das OAE(s) antigas, pontes sobre os rios Mamanguape (Km 41), Mirirí (Km 52,5) e Jacuípe (Km 61,7) e o viaduto da Usina Monte Alegre (Km 42,4), encontram-se concluídos.

Na ponte sobre o rio Miriri o trânsito ainda permanece com sentido duplo, visto que foi necessária a construção de uma berma de equilíbrio no aterro de aproximação do lado norte da ponte, na pista existente, a qual já foi iniciada.

Lote 05: Subtrecho: Entr. PB-025 – Div.  PB/PE
As obras para retificação da curva do Km 75 já se encontram bem adiantadas, estando a base de brita graduada simples (BGS) pronta e em processo de liberação para aplicação da camada de concreto asfáltico. Outras 24 novas obras de arte especiais foram concluídas, uma ainda não foi iniciada (Viaduto do Corpo de Bombeiros – Km 87,4) e duas encontram-se em andamento (passarela da PRF – Bayeux – Km 84,7 e passagem superior – Km 124). Todas as oito OAEs previstas para execução dos serviços de reforço/alargamento encontram-se concluídas.

Estado de Pernambuco

Lote 06: Div. PB/PE – Entr. PE-035 (Igarassú)
O andamento dos serviços desse lote demonstrou mudanças bastante significativas principalmente no setor da terraplanagem que se encontra com cerca de 90% do seu total concluído. Já foram executados 55,46% dos serviços propostos na área de solo mole. As obras inerentes à pavimentação da pista tiveram acréscimos configurando-se da seguinte forma: concreto compactado a rolo (CCR) com 31,88 km concluídos (77,12%); placas de concreto simples com 27,71 km concluídos (67,04%) e; acostamento com 23,25 km concluídos (56,23%) e 5,21 km (12,60%) atacados.

Das 12 novas obras de arte especiais (OAEs), os viadutos PE 075 (LE/LD) (Km 7,7) e PE 049 (LE/LD) (Km 21,17); pontes sobre os rios Capibaribe Mirim (Km 4,8), Canal de Goiana (Km 6,6), Tracunhaém (Km 8,5), Arataca (Km 24), Botafogo (Km 32,64) e Tabatinga (Km 38,57); as passarelas de Goiana (Km 7,7) e Botafogo (Km 31,63), sete encontram-se concluídas e o restante em andamento.

Lote 07: Subtrecho: Entr. PE-025/028/037 (Cabo) – Entr. PE-064/085 (Ribeirão)
Encontram-se concluídos os serviços estipulados em projeto para os itens de terraplanagem, CCE, pavimentação em placas de concreto (CS), bem como as obras de restauração do pavimento existente, ficando apenas as obras da pavimentação das vias locais (marginais) para o término do contrato. Os serviços inerentes às obras complementares se movimentaram no mês, apresentando 70% de seu total concluídos.

Das dez novas obras de arte especiais (OAEs), viadutos sobre as RFFSA I (Km 110,62), RFFSA II (Km 145,73) e PE 85/Cortês (LE/LD) (Km 148,5); pontes sobre os rios Pavão (Km 104,92), Ipojuca (Km 137,97) e Ribeirão (Km 144,68); passarelas nos Km 124,6, 126,36 e 129,08, sete encontram-se concluídas e o restante em andamento.

Já para as cinco OAEs existentes, que necessitam de reforço e alargamento, quatro encontram-se concluídas, e a ponte sobre o rio Ipojuca também em andamento.

Lote 08: Entr. PE-064/085 (Ribeirão) – Entr. PE-103/126 (Catende)
Continuam em execução as obras emergenciais de reconstrução do complexo de pontes sobre o rio Una, no Km 185,6, a e recuperação da trafegabilidade da pista no segmento entre os Km de 185,75 a 188,50, na Rodovia BR-101/PE.

Das oito novas obras de arte especiais (OAEs), viadutos de Palmares (Km 186,95) e RFFSA (Km 180,28); pontes sobre os rios Preto (Km 180,38), Una (Km 185,6), Amaraji (Km 153,31) e Serinhaém (Km 162,0); passarelas do Colégio Agrícola (Km 185,58) e Famasul (Km 183,53), seis encontram-se concluídas e o restante em andamento, incluindo-se aí a ponte sobre o rio Una que sofreu colapso.

Já para as seis OAEs existentes, que necessitam de reforço e alargamento, cinco estão concluídas, faltando apenas a ponte sobre o rio Amaraji para a conclusão destes serviços.

Empreiteiras também executam obras
Em parceria com a Queiroz Galvão (líder), Andrade Gutierrez e Barbosa Melo, a CNO é responsável por um dos maiores lotes de obras da BR-101 Nordeste, o sétimo, que vai da turística Cabo de Santo Agostinho a Ribeirão. São 48 km e um investimento total de R$ 275 milhões. “Esse é o lote com a área mais acidentada e, em termos de terraplanagem, é reconhecido como o trecho de mais difícil execução”, informa Luciano Barbosa, da Odebrecht, Responsável por Produção.

Os serviços de terraplanagem, para a construção da segunda pista, já estão bem adiantados, mas a equipe do consórcio precisa lidar com um problema: as desapropriações. Cerca de 7 km ainda não foram desapropriados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o que atrasa um pouco o desenvolvimento da obra. A previsão, porém, é de que tudo esteja resolvido até setembro, quando o período chuvoso se encerra e a obra retorna a seu pique normal. Até o momento, 13 km da nova via já receberam o CCE, concreto que funciona como sub-base e, desse total, 6 km já estão com o pavimento rígido (placas de concreto) instalado. Quando toda a ampliação estiver finalizada, a pista antiga será reformada com pavimento flexível, que é o asfalto regular. O concreto utilizado no lote 7 passou por uma análise do engenheiro Luís Grossi, contratado pelo Dnit. Ele concluiu que o material é da mais alta qualidade.

No trecho sob responsabilidade do consórcio, serão construídas também três pontes, quatro viadutos e três passarelas. Para facilitar a drenagem, haverá 330 bueiros, o que dá uma média de sete bueiros por quilômetro, número superior ao de todos os outros lotes.

Benefícios para a região
Quando estiver totalmente revitalizada, a BR-101 trará grandes benefícios para a região. Com intenso fluxo de veículos, pois é meio de ligação entre Recife e famosas localidades turísticas, como Porto de Galinhas, a rodovia reformada acompanhará o boom industrial do estado. A rodovia é um gargalo antigo da região Nordeste. A promessa de duplicação já existe há pelo menos 15 anos e sempre foi postergada. Com a obra concluída, o volume de tráfego da região aumentará, desafogando a produção dessa área. A obra trará benefícios turísticos e econômicos e ajudará também no escoamento da produção de açúcar.

 

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