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Revista GC - Ed.14 - Abril 2011
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Copa 2014

Arena Pantanal é modelo para a “Copa Verde”

Consórcio formado pelas empresas mineiras Santa Bárbara Engenharia e Mendes Júnior, responsável pela construção do estádio de Cuiabá, trabalha para conquistar certificação LEED inédita para este tipo de obra.

Começaram, no dia 26 de abril de 2010, as obras do Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior para a construção da Arena Pantanal, um espaço multiuso, em Cuiabá (MT). O trabalho foi iniciado com a demolição do antigo estádio, que estava desativado desde dezembro de 2009. Na verdade, as obras começaram com antecedência de uma semana em relação ao prazo da FIFA – que exigiu que os trabalhos nos estádios da Copa de 2014 fossem iniciados no máximo até 03 de maio de 2010.

A previsão é de que a Arena Pantanal seja concluída até dezembro de 2012, a tempo da Copa das Confederações, que será realizada em junho de 2013. Atualmente, estão em obras a fundação e os muros de arrimo do estádio. O custo da obra está orçado em R$ 495 milhões. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Sócio-Econômico) irá financiar 74% do projeto (R$ 393 milhões). Os demais recursos virão do governo do Mato Grosso e da prefeitura de Cuiabá. Pela projeção dos construtores, serão consumidas 15 mil toneladas de cimento na obra.

A Arena Pantanal, um empreendimento em uma área de 300 mil  m2 e capacidade para 43 mil lugares,


Começaram, no dia 26 de abril de 2010, as obras do Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior para a construção da Arena Pantanal, um espaço multiuso, em Cuiabá (MT). O trabalho foi iniciado com a demolição do antigo estádio, que estava desativado desde dezembro de 2009. Na verdade, as obras começaram com antecedência de uma semana em relação ao prazo da FIFA – que exigiu que os trabalhos nos estádios da Copa de 2014 fossem iniciados no máximo até 03 de maio de 2010.

A previsão é de que a Arena Pantanal seja concluída até dezembro de 2012, a tempo da Copa das Confederações, que será realizada em junho de 2013. Atualmente, estão em obras a fundação e os muros de arrimo do estádio. O custo da obra está orçado em R$ 495 milhões. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Sócio-Econômico) irá financiar 74% do projeto (R$ 393 milhões). Os demais recursos virão do governo do Mato Grosso e da prefeitura de Cuiabá. Pela projeção dos construtores, serão consumidas 15 mil toneladas de cimento na obra.

A Arena Pantanal, um empreendimento em uma área de 300 mil  m2 e capacidade para 43 mil lugares, antes mesmo de ser concluída já foi premiada. No final de 2010, seus idealizadores ganharam o American Property Awards. O reconhecimento internacional se deu por conta do comprometimento da obra com a sustentabilidade, a responsabilidade sócio-ambiental e a requalificação urbana que ela irá produzir na cidade de Cuiabá. “O projeto da Arena Pantanal pode ser considerado modelo no que se refere à responsabilidade sócio-ambiental. A ponto de ser um dos poucos estádios do mundo a requerer a certificação LEED - selo que designa as construções sustentáveis, de acordo com os critérios de racionalização de recursos de energia e água”, explica Eymard Timponi França, gerente de contrato do Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior.

De acordo com Eymar França, o Consórcio adota uma série de medidas recomendadas pela norma. Entre elas, o uso do britador móvel, capaz de transformar grandes volumes de resíduos sólidos inertes (concreto e alvenaria) do antigo estádio de futebol em agregados reciclados sem função estrutural, mas com ampla aplicação na construção civil, como base e sub-base em obras da construção civil e de pavimentação. Os resíduos são tratados e processados no próprio local onde são gerados, sendo utilizados na própria obra, na pavimentação dos acessos, com significativa redução de custos, da degradação ambiental, do fluxo de caminhões pesados nas cidades e de desperdício de recursos físicos e humanos.

Um eletroímã, que compõe o equipamento, faz a segregação da ferragem do concreto armado, que é reciclada nas empresas especializadas em sucatas ferrosas e enviada para siderúrgicas da região, voltando, em seguida,  para a cadeia da construção civil. Eymar conta que inicialmente estavam previstos a reciclagem e o reaproveitamento de até 70% de resíduos sólidos, mas que, na prática, foi atingido o índice de 80% de reaproveitamento.

Também a utilização da madeira no canteiro de obra é objeto de atenção especial. Toda ela tem origem controlada e é certificada pelos órgãos de controle ambiental.  “Mesmo assim, nossa preocupação é usar o mínimo possível de madeira. E estamos conseguindo isso usando pré-moldados com estruturas metálicas em quase todo o projeto”, argumenta o gerente do contrato.

Boa parte da água consumida no canteiro de obra também é fruto de reuso. São dois tanques com capacidade para 2.500 litros, onde é feita a decantação e filtragem da água usada no processo. Essa água é usada em parte na cura do concreto, e na lavagem dos caminhões betoneiras, voltando novamente aos tanques de decantação para novo ciclo.  Além dos tanques de decantação, sistemas de reaproveitamento de águas pluviais e uma estação de tratamento de efluentes estão sendo usados para gerar economia de até 30% no consumo.

Outras medidas também foram adotadas para a mitigação dos impactos ambientais, como redução da emissão de poeira, controle máximo de utilização de motores a diesel de equipamentos como rompedores, geradores de energia, etc.

As obras alcançaram o avanço físico de 20% e estão atrasadas em relação ao cronograma oficial, por causa das fortes chuvas que se abateram sobre a região no início do ano (duas vezes mais do que o previsto para o período). Esse cronograma está sendo refeito, com o objetivo de diminuir os atrasos. Hoje, cerca de 400 homens trabalham na obra. Mas esse número deve chegar a 850 trabalhadores, no pico das obras, a ser alcançado entre novembro deste ano e julho de 2012.

Além disso, o consumo de energia foi projetado para gerar economia de pelo menos 20%. Outra novidade do estádio está em sua arquitetura, que permite a ventilação natural das arquibancadas. Membranas na cobertura e o paisagismo no entorno do estádio ajudam na circulação e no resfriamento do ar.

Projeto premiado
A Arena Pantanal tem ainda como novidade as arquibancadas localizadas atrás da traves. Elas serão construídas em estrutura metálica (pilares e vigas) aparafusada, com degraus em concreto pré-moldado. Isso vai permitir a desmontagem destes setores do estádio após a Copa do Mundo, o que poderá reduzir a capacidade do estádio em aproximadamente 30% dos assentos da Arena Pantanal, que tem capacidade de até 43 mil lugares, permitindo oferecer 27 mil lugares. “Essa flexibilidade contribuirá para diminuição de custos para manutenção”, explica Eymard. O projeto recebeu o prêmio de Melhor Projeto de Arquitetura Corporativa do VII Grande Prêmio de Arquitetura, um dos principais da América Latina.

A Gerdau vai fornecer perfis estruturais laminados para as obras. O sistema estrutural em aço, composto pelos perfis estruturais laminados produzidos no Brasil exclusivamente pela Gerdau, proporciona, entre outros benefícios, ganhos no custo geral da obra graças à redução da carga nas fundações. Além da Arena Pantanal, diversas estruturas serão construídas no entorno, beneficiando toda a região para o evento, de acordo com as especificações técnicas exigidas pela FIFA. A Arena do Pantanal contará com: Museu do Pantanal, Palácio das Artes Marciais, Parque Ambiental com Lago, Centro Comercial, estacionamento externo para mais 7 mil veículos de passeio e 100 ônibus de turismo.

A preocupação central do projeto foi afastar o risco de, ao atender apenas às necessidades, recomendações e restrições específicas da FIFA, deixar como herança um equipamento superdimensionado e sem uso real pela comunidade.

A área do conjunto arquitetônico onde a Arena Pantanal está inserida ocupa aproximadamente 300 mil m2, espaço que será objeto de requalificação urbana. O projeto vai transformar o local em uma arena com múltiplo uso – instalações esportivas, culturais, educativas e de entretenimento.

 

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