Assessoria de Imprensa
16/05/2022 07h56 | Atualizada em 19/05/2022 10h38
Por Cristina Cardoso*
O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment – UNCHE), realizada em Estocolmo, em 1972. Porém, desde que o termo começou a ser usado para designar ações em prol do meio ambiente, poucas vezes ele foi verdadeiramente aplicado nas empresas.
O fato é que se passaram 35 anos e as marcas precisam estar mais conectadas e atentas a esse tema. Quando se fala de arquitetura na construção civil, isso é ainda mais notório, visto que as atividades modificam o espaço e o meio a
...Por Cristina Cardoso*
O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment – UNCHE), realizada em Estocolmo, em 1972. Porém, desde que o termo começou a ser usado para designar ações em prol do meio ambiente, poucas vezes ele foi verdadeiramente aplicado nas empresas.
O fato é que se passaram 35 anos e as marcas precisam estar mais conectadas e atentas a esse tema. Quando se fala de arquitetura na construção civil, isso é ainda mais notório, visto que as atividades modificam o espaço e o meio ambiente. Então, como ser sustentável nas aplicações e, de fato, diminuir os impactos nos recursos naturais? Por definição, “arquitetura sustentável” é aquela que causa menos impacto ao planeta.
Alguns defendem que, por si só, já seria uma contradição, afinal, arquitetura, urbanismo e paisagismo consistem em modificar o espaço natural, adaptar às condições de vida e ao desenvolvimento humano. Para tanto, áreas são desmatadas para construção e ampliação de espaços urbanos. Então, a palavra-chave seria mesmo “minimizar” o impacto no ambiente natural causado por uma construção civil.
Isso porque, nesse setor – da produção ao descarte de materiais – as atividades são vetores de poluição e desgaste do meio ambiente. Por isso, o termo é amplo e as soluções, mesmo não sendo definitivas, são muito importantes (até mesmo indispensáveis) em determinadas etapas, além das escolhas na hora de projetar.
Pode-se destacar, em primeiro lugar, a observação e o cumprimento das leis de zoneamento, e uso e ocupação do solo. A legislação está sempre se adequando e se adaptando da melhor maneira possível para preservar áreas sensíveis e atender às demandas do município, evitando desgaste e poluição de áreas de nascente, preservação, fundos de vale etc.
Num segundo momento, é preciso se atentar à escolha de técnicas construtivas e materiais que geram menos impacto e entulhos, como as estruturas de parede de concreto e a utilização de alvenaria racionalizada para reduzir a geração de resíduos.
Por isso, o melhor caminho atualmente passa pelas apostas das construtoras em projetos com tecnologias para reutilização de água pluvial para irrigação de jardins, utilização de lâmpadas de LED e outros equipamentos eletrônicos que economizam energia, além de fazer uso de sensores de movimento para acionamento de lâmpadas, evitando permanência de luzes acesas desnecessariamente.
Já no projeto arquitetônico, o desafio é encontrar soluções para a utilização do terreno da melhor forma possível, com implantação inteligente, que reduza a movimentação de terra e libere a maior área possível de solo natural para permeabilidade.
A observação do entorno e das condições climáticas na escolha da implantação do edifício pode privilegiar fontes de iluminação e ventilação naturais, como a orientação da torre com melhor insolação para áreas privativas e comuns, pintura de telhas na cobertura com cores claras para aumentar a reflexibilidade da luz solar, esquadrias dimensionadas para garantir ventilação dos ambientes de modo a reduzir a necessidade de ventilação artificial, e o uso de cores na fachada que leva em conta o desempenho térmico do empreendimento, refletindo em menor consumo de energia.
Cabe aos profissionais de arquitetura, engenharia, construtoras e todos os envolvidos com a cadeia de construção civil, privilegiar e difundir cada vez mais essas atitudes em seus projetos. A demonstração das técnicas alternativas é mais apreciada quando vivenciada na prática e, claro, demonstradas as vantagens propostas.
Isso porque, quanto maior a procura, mais o mercado irá oferecer essas soluções, principalmente os produtos que envolvem tecnologia específica como captação e reuso de águas pluviais, uso de aeradores em torneiras, bacias sanitárias com duplo acionamento, entre outros. A tendência é de que esses materiais sejam amplamente fabricados, popularizados, tornando-se cada vez mais acessíveis.
Um exemplo bem claro são as lâmpadas de LED, uma tecnologia inovadora que reduz consideravelmente o consumo de energia, que foi se tornando cada vez mais acessível e, hoje, é praticamente uma unanimidade. Diante de tudo isso, acredito que a principal mensagem que devemos guardar é que sustentabilidade é atitude, que pode e deve estar presente em todo o nosso comportamento cotidiano.
Pequenas ações do dia a dia de cada pessoa atuando individualmente, porém, simultaneamente às ações dos setores públicos e privados, como evitar desperdícios, reduzir o consumo, assim como o tratamento de nossos resíduos, educação ambiental e respeito ao ambiente natural nos levam a uma vida sustentável.
Atuar de maneira sustentável, portanto, é imprescindível para que a sustentabilidade deixe de ser um conceito ou uma opção para se tornar nossa realidade. O planeta agradece.
*Cristina Cardoso é arquiteta e responsável por projetos de apartamentos decorados da Yticon.
27 de novembro 2024
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