Assessoria de Imprensa
03/05/2023 14h15
A sinergia entre as indústrias eólica offshore e de óleo e gás vai desempenhar papel fundamental para a transição energética no Brasil, uma vez que o ponto de partida para essa transformação depende de recursos e know-how do setor.
Fernanda Delgado, diretora-executiva corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), esclarece que os recursos do setor de energia financiarão os custos de operação para viabilizar a transição energética.
Além disso, o conhecimento subsea da indústria servirá ao desenvolvimento do setor eólico offshore do país.
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...A sinergia entre as indústrias eólica offshore e de óleo e gás vai desempenhar papel fundamental para a transição energética no Brasil, uma vez que o ponto de partida para essa transformação depende de recursos e know-how do setor.
Fernanda Delgado, diretora-executiva corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), esclarece que os recursos do setor de energia financiarão os custos de operação para viabilizar a transição energética.
Além disso, o conhecimento subsea da indústria servirá ao desenvolvimento do setor eólico offshore do país.
“Temos que pensar na segurança e na transição energética como oportunidades interessantes para as companhias do setor. E saber que cada nação vai fazer a transição que puder, que couber no bolso e que combinar com o seu conhecimento técnico”, ressaltou a diretora-executiva do IBP.
A atenção com que o setor acompanha o desenvolvimento das fontes renováveis foi tema da 4ª edição do evento Diálogos Estratégicos – Economia, Política e Energia – realizado pelo IBP em parceria com o IBRE/FGV, com a participação de especialistas que abordaram a transição energética e o cenário para a energia eólica offshore no Brasil.
Sandro Yamamoto, diretor técnico da ABEEólica e que participou da mesa de debates, afirmou que no início da implantação de parques eólicos no Brasil, por volta de 2009, existia certa desconfiança sobre a viabilidade dos projetos.
No entanto, segundo ele, ao longo desses anos, o segmento superou os desafios impostos, comprovando, por exemplo, que os ventos brasileiros estão entre os melhores do mundo, mais constantes e unidirecionais, característica que são traduzidas em um bom preço da energia elétrica vendida ao consumidor.
“Mostramos que com financiamento, as empresas se instalaram e conseguimos competitividade e geração de empregos, e deixamos claro o nosso diferencial”, elencou Sandro. O executivo citou o Ceará, que abriga, hoje, uma fábrica de pás eólicas com 7 mil postos de trabalho, sendo uma das cinco maiores empregadoras daquele estado.
No evento, IBP, IBRE e a ABEEólica destacaram o potencial eólico brasileiro, que tem capacidade para configurar todo um novo sistema econômico.
Segundo estudo da ABEEólica, cada 1 GW de geração de energia eólica offshore explorada no país pode viabilizar até 14.600 postos de trabalho ao longo de toda a cadeia produtiva.
Os dados tornam evidente a sinergia entre a geração eólica offshore e a indústria de O&G, uma vez que aproximadamente 60% da cadeia produtiva de um projeto de energia eólica deriva da indústria de Óleo e Gás.
Bráulio Borges, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, acrescentou que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia é motivo de preocupação com a segurança energética. O pesquisador explicou que, no contexto da transição, a energia e a macroeconomia andam juntas.
“A guerra nos lembrou que temos que ter segurança nesta transição. Aqui, nós temos a oportunidade de promover o desenvolvimento econômico do Brasil podendo atuar em todas as fontes de energia renovável e usar isso como alavanca para o nosso desenvolvimento econômico e social”, salientou Bráulio.
Silvia Matos, coordenadora do IBRE/FGV, lembrou que, não faz muito tempo, a discussão sobre geração de energia estava focada em petróleo e geração hidrelétrica. Esse cenário, porém, se transformou nos últimos anos.
“Hoje, além de sermos exportadores de petróleo, a nossa matriz elétrica tem mais de 90% de renováveis, com um menor papel das hidrelétricas. Dá um certo alívio porque, na transição energética, estamos passando por questões climáticas relevantes. E a independência da geração de energia das hidrelétricas nos ajuda a permitir esse crescimento econômico menos dependente do regime de chuvas”, explicou Silvia, que é coordenadora do boletim macro da Fundação Getúlio Vargas.
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