Assessoria de Imprensa
18/10/2023 12h44 | Atualizada em 18/10/2023 17h26
O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em agosto pelo governo federal, prevê investimento de mais de R$ 160 bilhões para impulsionar o setor elétrico brasileiro nos próximos três anos.
Deste montante, R$ 89 bilhões vão para a área de transmissão de energia e R$ 75 bilhões para a geração, segmento em que estão projetados 343 novos empreendimentos até 2026.
A expansão do setor também eleva os desafios logísticos para a implantação de usinas, especialmente no transporte de equipamentos elétricos sensíveis, como transformadores, pá
...O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em agosto pelo governo federal, prevê investimento de mais de R$ 160 bilhões para impulsionar o setor elétrico brasileiro nos próximos três anos.
Deste montante, R$ 89 bilhões vão para a área de transmissão de energia e R$ 75 bilhões para a geração, segmento em que estão projetados 343 novos empreendimentos até 2026.
A expansão do setor também eleva os desafios logísticos para a implantação de usinas, especialmente no transporte de equipamentos elétricos sensíveis, como transformadores, pás eólicas e painéis fotovoltaicos.
“Como estes componentes geralmente são produzidos em regiões distantes dos empreendimentos, o risco de danos durante a viagem é grande", explica Afonso Moreira, CEO da AHM Solution, especializada em prevenção a danos em operações logísticas.
“E eventuais defeitos de funcionamento podem acarretar penalidades pesadas para os geradores de energia”, completa.
De acordo com a Resolução Normativa nº 846/2019 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), casos de atrasos em obras ou blecautes provocados por falhas de equipamentos podem levar a multas de até 2% da Receita Operacional Líquida do empreendimento ou até à revogação da autorização de funcionamento.
No artigo 12 da norma, a agência estabelece penalidade de 1% da receita para o empreendimento que “descumprir os prazos estabelecidos nos atos de delegação de concessões, permissões ou autorizações para implantar instalações de energia elétrica” ou “implantar, operar ou manter instalações de energia elétrica e os respectivos equipamentos de forma inadequada, em face dos requisitos legais, regulamentares ou contratuais aplicáveis”.
Já no artigo 13, a Aneel determina multa de 2% da receita ao empreendimento que “provocar, dar causa ou permitir a propagação de distúrbio que ocasione o desligamento de consumidores ou usuários em decorrência de falha de planejamento ou de execução da manutenção ou operação de suas instalações, ou retardar o restabelecimento do sistema”.
Por fim, no artigo 18, o regulador classifica como infração, sujeita à penalidade de revogação de autorização, o “descumprimento aos cronogramas, às obrigações ou aos encargos decorrentes da autorização”.
O CEO da AHM Solution cita um outro fator da complexidade logística dos empreendimentos do setor elétrico.
“Como utilizam equipamentos de alto custo e que não são fabricados em larga escala, é preciso se certificar que eles chegam ao seu destino em plenas condições de funcionamento e, caso isso não ocorra, fazer a manutenção no local, pois a reposição total é muito custosa e demorada”, afirma.
Uma das soluções adotadas por fabricantes e empreendedores do setor elétrico é monitorar as condições de transporte do equipamento durante todo o trajeto, entre a fábrica e a obra.
“Assim, é possível verificar não apenas se o componente sofreu algum dano como identificar em que ponto da viagem isto ocorreu e quem foi o responsável”, completa Moreira.
Entre as tecnologias adotadas com esta finalidade estão registradores de impacto, que monitoram em tempo real os níveis de vibração durante o transporte, desde os mais aceitáveis até aqueles que podem danificar o equipamento.
“Esses registradores emitem alertas a qualquer momento e relatórios completos ao final da viagem, permitindo ao fabricante ou ao empreendedor corrigir rapidamente eventuais problemas e, assim, evitar multas pesadas por falhas de equipamentos ou atrasos em obras”, conclui o especialista, referindo-se ao sistema conhecido como Shocklog.
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