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28/06/2022 10h14 | Atualizada em 30/06/2022 09h51
Segundo a projeção do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLP), até 2042 a demanda para os portos brasileiros tende a crescer 92%.
Para que esse crescimento ocorra de forma ordenada, é preciso que a estrutura e administração portuária seja aprimorada no país. Ao longo dos últimos anos, houve um crescimento exponencial de portos, ferrovias e rodovias no Brasil, mas de forma pouco ordenada. É o que afirma especialista Paulo César Alves Rocha.
Atualmente, há 36 portos públicos organizados no Brasil, incluindo portos administrados pela União, no caso das Companhias Docas, ou delegada a municípios, es
Segundo a projeção do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLP), até 2042 a demanda para os portos brasileiros tende a crescer 92%.
Para que esse crescimento ocorra de forma ordenada, é preciso que a estrutura e administração portuária seja aprimorada no país. Ao longo dos últimos anos, houve um crescimento exponencial de portos, ferrovias e rodovias no Brasil, mas de forma pouco ordenada. É o que afirma especialista Paulo César Alves Rocha.
Atualmente, há 36 portos públicos organizados no Brasil, incluindo portos administrados pela União, no caso das Companhias Docas, ou delegada a municípios, estados ou consórcios públicos.
Dados do Banco Mundial mostram que um contêiner leva 13 dias em média para ser exportado do Brasil. Desse total, seis envolvem trâmites burocráticos.
Confira abaixo a entrevista com Paulo César Alves Rocha. especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior.
As ferrovias podem desafogar este gargalo porque transportam mais tonelagem por vagão e tem vias fixas para rodar, possibilitando a mecanização da descarga e carga dos vagões.
Cada vagão substitui em média quatro caminhões e os trens podem ser formados por dezenas de vagões. As ferrovias contribuem para a integração entre modais porque percursos pequenos podem ser feitos por caminhões, médios por trens e longos por embarcações.
Os operadores de portos e ferrovias devem chegar a um bom termo no sentido que a integração entre os dois modais de carga seja feita em pátios próprios e mecanizados, de forma a dar velocidade no carregamento/descarregamento de trens e embarcações, garantindo a eficiência.
Segundo o especialista Paulo César Alves Rocha, as ferrovias contribuem para a integração entre modais
Já estão protocolados diversos pedidos de autorizações de novos ramais ferroviários, alguns ligando pontos de produção a ferrovias existentes e outros de acesso a portos. Esses pedidos devem se multiplicar nos próximos meses.
O impacto será o aumento de carga transportada por via ferroviária, o que certamente irá fazer com que os portos devam investir tanto em melhorias nos ancoradouros quanto em pátios ferroviários para atender o aumento da demanda.
Considero que o impacto no aumento da demanda do agronegócio se dará inicialmente nos Portos do Pará (Barcarena), Itaqui (Maranhão), Santos e Paranaguá. Depois da conclusão dos projetos de ampliação da malha ferroviária, entram em cena Alcântara (Maranhão), Pecem (Ceará) e Suape (Pernambuco).
Resumindo, os portos que têm integração prevista com novos projetos da malha ferroviária, quer sejam para novos trajetos como para a modernização de trajetos existentes, terão expressivo aumento de demanda.
No passado, o Brasil se desenvolveu acompanhando os portos, tanto marítimos como fluviais, seguidos por uma extensa malha ferroviária e, desafortunadamente, por rodovias. Quando se desenvolveu por rodovias, a infraestrutura era bancada pelo Estado, ao contrário dos demais modais, o que ocasionou uma concorrência desleal entre eles e a sua decadência.
Agora, com a crise que aflige o Estado com parcos recursos, se vê uma igualdade de custeio, porém, ainda com destinação de recursos orçamentários para rodovias, enquanto não se vê alocação para ferrovias, hidrovias ou portos. As ferrovias vão promover desenvolvimento e proteção ao meio ambiente e, assim, também merecem recursos orçamentários.
Também devemos ficar atentos ao pedido de valores a título de outorga, que não deveriam existir no caso de transportes e servem apenas para tapar buracos orçamentários. Na realidade, são uma antecipação de pagamento de taxas pelos usuários aos governos.
27 de novembro 2024
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