Terra/Assessoria de Imprensa
12/04/2024 13h47 | Atualizada em 17/04/2024 13h47
O diretor de sustentabilidade da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Julio César Gonchorosky, revelou no dia 11 de abril, durante o evento Paraná Verde, realizado pelo BRDE e Phytorestore Brasil, que a empresa planeja implementar um projeto de reserva hídrica a partir de Soluções Baseadas na Natureza (SbNs). O projeto está localizado na Bacia do Rio Iguaçu e tem como objetivo reforçar a segurança hídrica para Curitiba e Região Metropolitana.
De acordo com o executivo, os jardins filtrantes ocuparão uma área de cerca de 300 hectares e já contam com um volume de aproximadamente 2 bilhões de litros de águ
...O diretor de sustentabilidade da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Julio César Gonchorosky, revelou no dia 11 de abril, durante o evento Paraná Verde, realizado pelo BRDE e Phytorestore Brasil, que a empresa planeja implementar um projeto de reserva hídrica a partir de Soluções Baseadas na Natureza (SbNs). O projeto está localizado na Bacia do Rio Iguaçu e tem como objetivo reforçar a segurança hídrica para Curitiba e Região Metropolitana.
De acordo com o executivo, os jardins filtrantes ocuparão uma área de cerca de 300 hectares e já contam com um volume de aproximadamente 2 bilhões de litros de água armazenada. Com a utilização da tecnologia dos jardins filtrantes (wetlands, em inglês), a capacidade de tratamento de água com qualidade para captação para reúso indireto potável chegará a mais de 150 litros por segundo, o suficiente para abastecer uma população de até 200 mil pessoas.
O projeto da Sanepar aproveita o histórico de mineração de argila na Bacia do Rio Iguaçu como forma de ampliar a armazenagem de água nas chamadas cavas.
"Já fizemos toda a interligação das cavas, dando circulação para essa água. Há ganhos ambientais e hídricos não só para o abastecimento ao público, como também para o rio Iguaçu",
Segundo ele, as cavas e jardins filtrantes podem ser utilizados como barreiras secundárias para a água oriunda da Estação de Tratamento de Esgoto Atuba Sul. "As plantas aquáticas são ótimas para retirar fármacos e hormônios da água".
Cristiane Schwanka, CEO da Phytorestore Brasil, hoje a principal referência em jardins filtrantes no mundo, destacou que as Soluções Baseadas na Natureza são iniciativas de rápida implementação e custo competitivo para atender demandas urgentes de segurança hídrica e tratamento de efluentes.
"O custo total de um jardim filtrante é cerca de 30% ao de um sistema de saneamento convencional. E os resultados começam a ser observados em menos de 60 dias após a implantação. Ou seja, dado os desafios climáticos e de universalização do saneamento, é imprescindível lançar mão de SbNs", diz Schwanka.
De acordo com o estudo "Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento no Paraná", divulgado no fim de março pelo Instituto Trata Brasil, o estado tem um dos melhores desempenhos do país na área de saneamento. Em 2022, 96,1% da população tinha acesso à água tratada e 76,3%, acesso à rede de esgoto. Ainda assim, o caminho para a universalização é desafiador. Luana Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil, ressalta que, além de investimentos de longo prazo, é preciso buscar inovações para o setor.
"Geralmente, os locais que não contam com saneamento são áreas rurais, vulneráveis. Vamos precisar pensar em modelos complementares, como as SbNS, para que possamos ter soluções adequadas à realidade de cada local", disse.
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