O reúso da água, que vem sendo adotado nos centros urbanos para diminuir a pressão pelos recursos naturais, começa a ser analisado também como uma alternativa real para garantir o abastecimento de água no Nordeste do Brasil, que nos últimos cinco anos enfrenta forte estiagem, com chuvas bem abaixo da média, em áreas que historicamente já sofrem de escassez hídrica. O tema foi debatido em evento recente da Associação Brasileira de Saneamento Ambiental (Abes). A entidade acredita que o reaproveitamento da água pode suprir a demanda industrial e da agricultura, evitando o uso de água potável para fins menos nobres.

Falta saneamento básico

Mas como acontece nas cidades grandes, os projetos de reúso de água no Nordeste também esbarram em problema de infraestrutura: a região coleta menos de um terço do esgoto gerado (31,1%, abaixo da média nacional, de 57,7%). A garantia de uma infraestrutura de coleta de esgoto seria necessária para o avanço do reúso de água na região. Essa situação, no Nordeste, apenas reflete o que acontece no País: dos R$ 50,5 bilhões autorizados pelo governo federal para o saneamento básico rural e urbano, em valores de 2015, apenas 37,7% foram investidos de fato.