Folha de S.Paulo
09/06/2025 14h43 | Atualizada em 09/06/2025 14h53
Montadoras de veículos e empresas de autopeças se esforçam para encontrar fontes alternativas de ímãs, que estão em falta devido às restrições de exportação chinesas.
Segundo a consultoria AlixPartners, a China controla até 70% da mineração global de terras raras, 85% da capacidade de refino e cerca de 90% da produção de ligas metálicas e ímãs de terras raras, essenciais para a fabricação de veículos.
Com as restrições, algumas fábricas na União Europeia (EU) podem ficar paradas até meados de julho sem o fornecimento de ím&at
...Montadoras de veículos e empresas de autopeças se esforçam para encontrar fontes alternativas de ímãs, que estão em falta devido às restrições de exportação chinesas.
Segundo a consultoria AlixPartners, a China controla até 70% da mineração global de terras raras, 85% da capacidade de refino e cerca de 90% da produção de ligas metálicas e ímãs de terras raras, essenciais para a fabricação de veículos.
Com as restrições, algumas fábricas na União Europeia (EU) podem ficar paradas até meados de julho sem o fornecimento de ímãs.
O setor teme que a situação possa se transformar no terceiro grande choque na cadeia de suprimentos em cinco anos.
Em retrospecto, a escassez de chips causou redução de produção de milhões de veículos entre 2021 e 2023 e, antes disso, a pandemia fechou fábricas por semanas em 2020.
Nessas ocasiões, os executivos priorizaram suprimentos de reserva para os principais componentes e reexaminaram o uso de estoques "just-in-time", que economizam dinheiro, mas podem deixá-los sem inventários em uma crise.
Desta vez, à medida que o gargalo das terras raras se torna mais apertado, o setor tem poucas opções, considerando a extensão do domínio da China sobre o mercado.
Várias fábricas europeias de fornecedores de automóveis já fecharam as portas, e mais paralisações estão por vir, disse a associação de fornecedores de automóveis da região, a Clepa (European Association of Automotive Suppliers)..
Os chineses já tomaram medidas restritivas anteriormente, inclusive em uma disputa com o Japão em 2010, durante a qual restringiu as exportações de terras raras.
À época, o Japão teve que encontrar fornecedores alternativos e, em 2018, a China foi responsável por apenas 58% de suas importações de terras raras.
Em todo o setor, os fabricantes de automóveis têm tentado se livrar do uso de ímãs de terras raras da China ou até mesmo desenvolver ímãs que não precisem desses elementos.
Mas a maioria dos esforços está a anos de distância da escala necessária.
As montadoras, incluindo General Motors e BMW, e os principais fornecedores, como ZF e BorgWarner, estão trabalhando em motores com conteúdo de terras raras zero ou reduzido, mas poucos conseguiram escalar a produção o suficiente para cortar custos.
A UE até lançou iniciativas, incluindo a Lei de Matérias-Primas Críticas, para impulsionar as fontes europeias de terras raras, mas o bloco não agiu com rapidez suficiente.
Mesmo as empresas que desenvolveram produtos comercializáveis têm dificuldades para competir com os produtores chineses em termos de preço.
Os analistas afirmam que as restrições podem forçar as montadoras a fabricarem veículos sem determinadas peças e mantê-los em pátios até que as autopeças estejam disponíveis.
Todavia, a dependência das montadoras em relação à China não termina com os elementos de terras raras.
Relatório da Comissão Europeia de 2024 revelou que a China controla mais de 50% do fornecimento global de 19 matérias-primas importantes, incluindo manganês, grafite e alumínio.
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