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Resíduos reciclados se transformam em revestimentos na construção civil

É cada vez maior o número de iniciativas voltadas para e economia circular no setor, que apostam em inovação para criar produtos a partir de material descartado

Exame

27/01/2022 11h00


“O lixo é um erro de design”, diz o manifesto do projeto Ideia Circular. Baseada no conceito de Cradle to Cradle (“do berço ao berço"), a iniciativa da arquiteta Léa Gejer e a designer Carla Tennenbaum propõe discutir a Economia Circular com a filosofia de que os produtos devem já ser elaborados de forma que possam ser reutilizados.

Enquanto essa premissa ainda não é a regra do mercado, o universo da arquitetura e da construção civil vem, cada vez mais, dando provas de como dar novos usos ao material que seria descartado. No segmento de revestimentos, por exemplo, a fabricação de produtos de alta qualidade usando resíduos de outros setores é destaque.

É o caso das garrafas PET recicladas, que são a principal matéria-prima das pastilhas da marca Rivesti: 85% de sua composição. Além disso, os produtos contêm aditivos minerais reaproveitados, são isentos de metais pesados e contaminantes e, no fim de seu ciclo de vida, também podem ser 100% reciclados.

Com 33 opções fixas de cores e ainda a possibilidade de personalização, cada metro quadrado

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“O lixo é um erro de design”, diz o manifesto do projeto Ideia Circular. Baseada no conceito de Cradle to Cradle (“do berço ao berço"), a iniciativa da arquiteta Léa Gejer e a designer Carla Tennenbaum propõe discutir a Economia Circular com a filosofia de que os produtos devem já ser elaborados de forma que possam ser reutilizados.

Enquanto essa premissa ainda não é a regra do mercado, o universo da arquitetura e da construção civil vem, cada vez mais, dando provas de como dar novos usos ao material que seria descartado. No segmento de revestimentos, por exemplo, a fabricação de produtos de alta qualidade usando resíduos de outros setores é destaque.

É o caso das garrafas PET recicladas, que são a principal matéria-prima das pastilhas da marca Rivesti: 85% de sua composição. Além disso, os produtos contêm aditivos minerais reaproveitados, são isentos de metais pesados e contaminantes e, no fim de seu ciclo de vida, também podem ser 100% reciclados.

Com 33 opções fixas de cores e ainda a possibilidade de personalização, cada metro quadrado das pastilhas evita a emissão de 3 quilos de dióxido de carbono na atmosfera e retira 66 garrafas PET do meio ambiente.

Relatório da ONU, divulgado no fim de outubro, alerta sobre a necessidade de uma redução drástica nos resíduos plásticos para enfrentar a crise global de poluição e aponta a adoção de abordagens circulares como um dos caminhos para isso.

A análise ressalta que o plástico também é um problema climático. Considerando o seu ciclo de vida, em 2015 os plásticos estavam ligados à produção de 1,7 gigatonelada de CO2 equivalente e, em 2050, esse volume deve saltar para 6,5 gigatoneladas, o que equivale a 15% do orçamento global de carbono.

Isopor – Há 20 anos, a empresa Santa Luzia desenvolveu uma tecnologia própria para substituir 98% da madeira em sua produção. No lugar, ela passou a reciclar plástico poliestireno expandido – conhecido pela sigla EPS e popularmente chamado de isopor –, transformando-o em novos produtos.

Desde então, mais de 68 mil toneladas de resíduos de EPS já foram convertidas em material de construção sustentável (rodapés, rodatetos, guarnições, rodameios, revestimentos e decks). Segundo cálculos da empresa, isso equivale a 268 mil carretas de lixo ou 523 campos de futebol. Se o insumo principal ainda fosse madeira, 270 mil árvores teriam sido derrubadas para atender às demandas de fabricação.

A produção de revestimentos reciclados da Santa Luzia passou de 600 mil metros lineares em 2004 para 9 milhões de metros lineares em 2020

A matéria-prima vem do descarte de fabricantes de refrigeradores, veículos e pranchas de surfe, ou de cooperativas de catadores de lixo, em um trabalho que envolve 136 cooperativas e mais de 2.500 trabalhadores em sete estados.

Mineração – Outra iniciativa de destaque foi o desenvolvimento de uma técnica para aproveitar rejeitos de mineração, a partir da lama da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

Desde 2016, a Lepri retira material do local e leva para seu parque fabril no interior de São Paulo. Hoje, cerca de metade dos produtos é feita com a lama de Mariana.

Material não reciclável – Outras indústrias, fora do mundo da construção, também têm dado sua contribuição. A JBS, líder global no setor de proteína, é um exemplo. A companhia desenvolveu o chamado Piso Verde.

Resistente, o revestimento é próprio para pavimentação de ambientes externos, como de pátios. Só que, em vez de concreto, é fruto de um processo inovador para reaproveitar material de difícil reciclagem, como aparas de embalagens multicamadas (PVDC) e plástico utilizado em produtos in natura embalados a vácuo.

“O conceito de Economia Circular é fundamental para a sustentabilidade das operações da JBS e estamos em constante ação para identificar oportunidades”, diz Susana Carvalho, diretora da JBS Ambiental.

O Piso Verde está sendo usado na pavimentação de obras da própria JBS em todo o país. Apenas em Lins, na unidade matriz da JBS Ambiental, foi aplicado em uma área de 2,2 mil metros quadrados, o que corresponde a mais de 5 toneladas de aparas plásticas que deixaram de ir para aterros.

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