The Wall Street Journal
17/03/2010 13h46
A Royal Dutch Shell PLC informou aos investidores ontem que deu a volta por cima depois de alguns anos difíceis, prevendo forte crescimento da produção e do fluxo de caixa e declarando que 2009 foi seu melhor ano para exploração em uma década.
Em seu informe estratégico anual, a Shell informou que vai produzir 3,5 milhões de barris de óleo equivalente em 2012, 11% mais que no ano passado, resultado de grandes projetos que começam a operar. É uma previsão ligeiramente mais otimista que a dada ano passado e mostra que a Shell está crescendo num ritmo mais acelerado que a rival BP PLC.
O anúncio reflete a crescente confiança na Shell menos de um ano depois que seu novo diretor-presidente, Peter Voser, assumiu o comando prome
...A Royal Dutch Shell PLC informou aos investidores ontem que deu a volta por cima depois de alguns anos difíceis, prevendo forte crescimento da produção e do fluxo de caixa e declarando que 2009 foi seu melhor ano para exploração em uma década.
Em seu informe estratégico anual, a Shell informou que vai produzir 3,5 milhões de barris de óleo equivalente em 2012, 11% mais que no ano passado, resultado de grandes projetos que começam a operar. É uma previsão ligeiramente mais otimista que a dada ano passado e mostra que a Shell está crescendo num ritmo mais acelerado que a rival BP PLC.
O anúncio reflete a crescente confiança na Shell menos de um ano depois que seu novo diretor-presidente, Peter Voser, assumiu o comando prometendo recuperar uma empresa atrapalhada por fraco crescimento e reveses operacionais. Voser, um suíço que ocupava antes a diretoria financeira da Shell, cortou 5.000 empregos, sacudiu a estrutura da empresa e reduziu despesas em US$ 2 bilhões. Ele foi além ontem, dizendo que mais 2.000 trabalhadores ainda serão dispensados até o fim de 2011.
Mas a maior eficiência não se traduziu ainda em melhor desempenho financeiro. O lucro da Shell caiu bastante no ano passado, parte em consequência de uma retração no refino provocada pelo excesso de capacidade e declínio na demanda por derivados de petróleo nos Estados Unidos, Europa e Japão. A Shell informa que planeja desfazer-se de 15% de sua capacidade de refino e sair de 35% de seus mercados de varejo.
Embora as perspectivas para sua divisão de refino continuem sombrias, elas estão melhores na parte de exploração e produção, que se beneficiou de preços altos para o petróleo motivados pelo apetite que não para de crescer em países como China e Índia.
Dois enormes projetos no Qatar devem entrar em operação no ano que vem, o que por si só deve aumentar a produção em mais de 10%: o Pearl Gas-to-Liquids, que converte gás natural em combustíveis de transporte, como diesel, e um grande projeto de gás natural liquefeito, o Qatargas 4. Uma grande expansão do projeto da Shell nas areias betuminosas do Canadá também vai começar a operar este ano ou no próximo.
A Shell afirma agora estar confiante que a produção continuará crescendo na próxima década, com base em 35 projetos que exploram cerca de 8 bilhões de barris de recursos. Isso representa uma mudança para a petrolífera anglo-holandesa. Sua produção declinou nos últimos sete anos e ela ficou atrás de concorrentes na adição de novas reservas para substituir o petróleo e gás que produz.
Ela reverteu agora a tendência, com um quociente de reposição para o ano passado de 288% - bem maior que o de rivais como Exxon Mobil Corp. e BP. Em comparação, a Shell só repôs 98% de sua produção em 2008 e 17% em 2007.
A Shell informou que teve seu melhor ano para exploração em uma década em 2009, com 2,4 bilhões de barris de óleo equivalente descobertos em locais como Austrália, a parte americana do Golfo do México e campos de gás não convencional na América do Norte.
A empresa informa que o fluxo de caixa das operações vai aumentar em torno de 50% até 2012 se o petróleo ficar a US$ 60 por barril e mais de 80% com o petróleo a US$ 80 por barril. Ela espera entrar numa posição de superávit de caixa em 2012. Até lá, vai provavelmente ter de continuar tomando dinheiro emprestado para cobrir investimentos de capital e distribuição de dividendos.
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