O Globo
04/06/2024 13h49 | Atualizada em 06/06/2024 08h34
Um mês após a tragédia provocada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, os principais eixos das rodovias federais do estado foram restabelecidos, mas a normalização total só deve ocorrer no fim de 2025.
Segundo o Ministério dos Transportes, foi realizado um estudo preliminar sobre cada ponto que terá de ser reconstruído, e esta análise embasou a destinação de R$ 1,2 bilhão para contratos emergenciais.
O tamanho real do problema, contudo, está sendo conhecido aos poucos, à medida que a água baixa e o lixo é retirado, e pode demandar mais recursos.
No último boletim divulgado pelo Min
...Um mês após a tragédia provocada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, os principais eixos das rodovias federais do estado foram restabelecidos, mas a normalização total só deve ocorrer no fim de 2025.
Segundo o Ministério dos Transportes, foi realizado um estudo preliminar sobre cada ponto que terá de ser reconstruído, e esta análise embasou a destinação de R$ 1,2 bilhão para contratos emergenciais.
O tamanho real do problema, contudo, está sendo conhecido aos poucos, à medida que a água baixa e o lixo é retirado, e pode demandar mais recursos.
No último boletim divulgado pelo Ministério, no dia 29, havia ainda obstruções em oito rodovias federais que passam pelo território gaúcho, sendo duas com trechos de interdição total e as demais com interdições parciais, somando 29 trechos com problemas.
Por outro lado, já foram liberados 106 trechos em 11 rodovias federais que cortam o estado, tanto para veículos de emergência quanto para o cidadão comum. Há ainda 15 trechos em obras ou com serviços para liberação das pistas.
Com a parte emergencial praticamente resolvida para restabelecer o acesso entre as cidades gaúchas, o ministério agora vai coordenar a reconstrução das rodovias, o que inclui obras em taludes, pontes, substituição do asfalto e até mudança no traçado das estradas.
“Já fizemos uma análise do que vai precisar de reconstrução. Tinham dois pontos que precisávamos esperar a água baixar para saber o tamanho do problema. Há dois casos muito sérios em que vou ter que mudar o traçado da rodovia. Em um deles, o problema não é só a ponte ter caído, é que agora não liga nada a lugar algum. Não adianta fazer ponte mais naquele lugar. Tem que mudar o traçado da rodovia”, explica o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro.
Um dos casos mais graves é o da ponte que cedeu sobre o Rio Caí, na BR-116. Outra rodovia com muitos problemas é a BR-470, que dá acesso a cidades da Serra Gaúcha, importante polo turístico do estado. Só nela, a previsão é de R$ 550 milhões em investimentos. Até o dia 29, havia 4 trechos com interdição total e mais um com obstrução parcial.
Além disso, afirma Santoro, o trabalho nas estradas do Rio Grande do Sul também já vai envolver adaptações para torná-las mais resilientes às mudanças climáticas, como aumento da drenagem das pistas para aguentar volumes maiores de água, por exemplo.
No momento, o ministério trabalha em um plano de longo prazo para adaptar a malha rodoviária de todo país aos eventos climáticos extremos, com a ajuda da agência alemã GIZ.
“Tivemos uma sequência de eventos climáticos extremos no sistema. Neste ano, já tivemos problemas no Maranhão, Santa Catarina, Paraná e Piauí, além do Rio Grande do Sul. Sempre acontecem eventos climáticos, mas têm aumentado a intensidade e a quantidade’, diz.
A ideia é começar a adaptação das rodovias do país pelas de maior risco. A pasta também já estabeleceu uma diretriz para direcionar 1% da receita bruta das concessões de rodovias a investimentos para aumentar a resiliência climática das estradas, com soluções de engenharia mais adequadas para esta nova realidade. Em breve, deve ser publicada uma portaria regulamentando a obrigação.
Segundo Santoro, a destinação gera um fluxo de quase R$ 300 milhões por ano nas atuais concessões.
“Ainda não saiu a portaria, porque precisamos fazer uma análise regulatória do impacto. Temos uma sugestão de que essa determinação não valha apenas para os contratos futuros, mas que também seja retroativo. Isso pode ter um impacto tarifário ou não. Mas vamos trabalhar para não ter”, admite.
Para este ano, estão previstos 13 leilões de rodovias federais, sendo que o da BR-040, entre as cidades mineiras de Juiz de Fora e Belo Horizonte, já foi realizado. Até o fim do governo atual, a expectativa é de que o número de que se alcance 35 leilões ao todo.
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