Assessoria de Imprensa
27/11/2025 07h00
Por Luiz Gustavo*
A construção civil reafirma, de forma contínua, sua relevância no mercado de trabalho brasileiro. Em julho, segundo levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor foi responsável por quase 15% de todas as novas vagas formais do país, o que representa mais de 19 mil postos de trabalho. O desempenho confirma a atividade como motor de geração de renda e inclusão social.
Foi o melhor resultado dos últimos três meses, com um crescimento de 94% em relação a junho, quando foram geradas aproximadamente 10 mil vagas. Mas, se de um lado o setor celebra a ge
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Por Luiz Gustavo*
A construção civil reafirma, de forma contínua, sua relevância no mercado de trabalho brasileiro. Em julho, segundo levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor foi responsável por quase 15% de todas as novas vagas formais do país, o que representa mais de 19 mil postos de trabalho. O desempenho confirma a atividade como motor de geração de renda e inclusão social.
Foi o melhor resultado dos últimos três meses, com um crescimento de 94% em relação a junho, quando foram geradas aproximadamente 10 mil vagas. Mas, se de um lado o setor celebra a geração de empregos, de outro enfrenta um desafio em termos de qualificação profissional.
A estimativa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que, apenas em Minas Gerais, serão necessários 205 mil trabalhadores até 2027. Desse total, 48,9 mil precisarão passar por capacitação. Os outros 156,6 mil já estão no mercado, mas necessitarão de treinamento e desenvolvimento. O que se observa é um descompasso entre a velocidade com que o setor gera vagas e o tempo necessário para qualificar os profissionais.
É importante destacar que a falta de mão de obra qualificada pode ocorrer por diferentes razões. Em alguns casos, decorre das características de cada região; em outros, de tecnologias e métodos muito novos, que ainda não permitiram tempo suficiente para que os profissionais se especializassem.
Tudo isso acontece num contexto no qual a taxa de desemprego atingiu seu menor nível histórico. Segundo dados da PNAD, pesquisa realizada pelo IBGE, o índice caiu para 5,8% no segundo trimestre de 2025, atingindo o menor nível da série histórica. Esse cenário reforça ainda mais a urgência de investir em qualificação, já que a disputa por profissionais tende a se acentuar.
É nesse ponto que a discussão precisa avançar. Se a construção civil é capaz de gerar quase 15% das novas vagas do país em um único mês, o que falta para converter essa força em desenvolvimento e resultados para o setor?
A resposta está em investir em cursos técnicos voltados às equipes operacionais e de gestão, aprimorar processos, adotar novas tecnologias construtivas e implementar sistemas de controle mais eficientes. Parte desse conhecimento pode ser oferecida por instituições externas, mas uma parcela importante deve ser fornecida pela própria incorporadora ou construtora, à medida que disponha de metodologias claras de gestão, processos padronizados, sistemas integrados e instruções de trabalho bem definidas para os times operacionais, entre outros pontos.
Além de suprir a demanda por profissionais qualificados, essas iniciativas podem impulsionar ganhos de produtividade e elevar o padrão de qualidade das entregas do setor. Não se trata apenas de ocupar vagas, mas de criar trajetórias de crescimento para as empresas, preservando as margens esperadas.
Os dados da CBIC deixam claro que a construção civil não é apenas um termômetro, mas um alicerce para a economia. Reconhecer sua importância significa ir além da comemoração de resultados pontuais e apostar em condições que assegurem sua continuidade.
Por Luiz Gustavo, diretor de Engenharia, Construção e Real Estate da Falconi
26 de novembro 2025
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