Assessoria de Imprensa
23/01/2025 00h13
A abertura de dois processos de licitação para contratação de empresas de serviços em solo em todo Brasil no apagar das luzes de 2024 colocou a aviação brasileira em situação de alerta.
Empresas aéreas e aeroportos fazem pressão para redução de custos dos serviços auxiliares do transporte aéreo (manuseio de carga aérea e bagagem, movimentação de aeronaves no solo, transporte e atendimento a passageiros, limpeza e desinfecção interna de aeronaves, raio x e outras medidas de combate ao terrorismo).
A atitude ameaça dramaticamente os investimentos no setor, tais como equipam
...A abertura de dois processos de licitação para contratação de empresas de serviços em solo em todo Brasil no apagar das luzes de 2024 colocou a aviação brasileira em situação de alerta.
Empresas aéreas e aeroportos fazem pressão para redução de custos dos serviços auxiliares do transporte aéreo (manuseio de carga aérea e bagagem, movimentação de aeronaves no solo, transporte e atendimento a passageiros, limpeza e desinfecção interna de aeronaves, raio x e outras medidas de combate ao terrorismo).
A atitude ameaça dramaticamente os investimentos no setor, tais como equipamentos mais modernos e sustentáveis e capacitação de mão de obra.
Na segunda quinzena de 2024, duas empresas aéreas abriram processos de licitação (RFP – Request For Proposal) para contratar novas empresas de ground handling em todo país, dando menos de 15 dias para a formalização das novas propostas. Pior que isso, contratos com outras empresas estavam em vigor em todo país.
Segundo dados recentes da ANAC, Banco Central, Petrobrás e ABEAR, as despesas com ground handling, comissaria, limpeza etc compõem 3% do custo total de uma operação aérea no Brasil. É ilógico buscar economia pífia no custo total ao tempo em que se utiliza o achatamento exagerado em setor tão essencial para o transporte aéreo.
“A abertura de processos de contratação com empresas com contrato em vigor mostra a fragilidade da relação entre empresas aéreas e aeroportos, em relação aos prestadores de serviços especializados em solo”, afirma o presidente da Abesata (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo), Ricardo Aparecido Miguel.
Para ele, isso precariza a aviação como um todo porque impede que as empresas de ground handling possam fazer investimentos em treinamento de mão de obra e em equipamentos.
A frota de handling hoje ainda é majoritariamente movida a combustíveis fósseis e sempre necessita de renovação ou manutenção contínua.
“Esta flagrante pressão por custos coloca em risco a segurança operacional especialmente em plena alta temporada”, explica.
A aviação brasileira não pode estar sujeita à pressão das companhias aéreas ou até mesmo dos aeroportos por suas metas financeiras ou acordos feitos para garantir a rentabilidade do negócio, segundo o executivo.
“Em um momento em que estamos trabalhando para conseguir garantir para que as empresas de serviços em solo possam investir a médio prazo em tratores e rebocadores movidos a eletricidade, capacitar a mão de obra em programas de treinamento em linha com o que é oferecido em todo mundo, esta notícia soa com um balde água fria”, afirma Miguel.
“Precisamos que os órgãos reguladores estejam atentos a isso, pois uma cadeia como a aeronáutica é composta de elos, basta um fragilizado para o sistema colapsar.”
Em todo Brasil, são mais de uma centena de empresas de serviços em solo, atendendo voos regulares e não regulares, nacionais e internacionais todos os dias, com um contingente de cerca de 40 mil trabalhadores.
23 de janeiro 2025
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