Equipamentos
DCI
03/12/2015 07h55
Na tentativa de sobreviver em meio à tormenta, os fabricantes de máquinas e equipamentos para construção - de todos os portes - operam com ociosidade de até 70%, reajustam preços e esperam retomada apenas para 2017.
"Este foi o pior dos 18 anos em que fabricamos no Brasil", afirma o diretor da PHD Guindastes, Adão Marques. Com capital 100% brasileiro, a empresa gaúcha trabalha para reduzir os impactos da economia em queda e da desaceleração do setor.
"Trabalhamos muito para vender pouco. Mas essa é a única alternativa atualmente", destaca Marques.
Segundo o CEO da BMCHyundai, Felipe Cavalieri, o mercado de máquinas para construção apresenta queda de aproximadamente 45%, mas em alguns segmentos o recuo chega a quas
...Na tentativa de sobreviver em meio à tormenta, os fabricantes de máquinas e equipamentos para construção - de todos os portes - operam com ociosidade de até 70%, reajustam preços e esperam retomada apenas para 2017.
"Este foi o pior dos 18 anos em que fabricamos no Brasil", afirma o diretor da PHD Guindastes, Adão Marques. Com capital 100% brasileiro, a empresa gaúcha trabalha para reduzir os impactos da economia em queda e da desaceleração do setor.
"Trabalhamos muito para vender pouco. Mas essa é a única alternativa atualmente", destaca Marques.
Segundo o CEO da BMCHyundai, Felipe Cavalieri, o mercado de máquinas para construção apresenta queda de aproximadamente 45%, mas em alguns segmentos o recuo chega a quase 70%. "O País não consegue atrair investimentos e as obras estão paralisadas", destaca.
Operando com 60% de ociosidade na fábrica inaugurada em 2013 em Itatiaia (RJ), a BMC deve apresentar uma queda de 30% neste ano, impactada principalmente pelo recuo das licitações de obras do governo federal.
"Tivemos que reduzir o quadro de pessoal, a infraestrutura física e até o número de filiais", pondera. Segundo ele, a BMC enxugou 38% da folha de pagamentos neste ano. "A agenda de obras do País não está caminhando", pontua o executivo.
Pela mesma situação passa a fabricante britânica JCB, grande player global no segmento de retroescavadeiras. Desde o ano passado, a empresa dispensou localmente mais de um terço do seu quadro de funcionários.
"Inevitavelmente, tivemos que demitir, pois operamos hoje com ociosidade de 75% no País", afirma o presidente da companhia no Brasil, José Luís Gonçalves.
O executivo revela que a empresa realizou pequenos reajustes de preços ao longo do ano para compensar o aumento do dólar e, para janeiro de 2016, reserva um aumento de preços entre 8% e 15%, dependendo do produto.
"No entanto, essa medida não irá compensar o aumento de custos que tivemos", garante. E para depender menos da volatilidade do câmbio, Gonçalves revela que a marca continua com o programa de aumento de conteúdo local. Segundo ele, R$ 4,5 milhões serão usados para localizar mais uma máquina.
"Além de reduzir a dependência cambial, ganhamos em logística ao trazer nossos fornecedores para mais perto de nós", observa o executivo.
A BMC também aumentou, por duas vezes, os preços do portfólio desde setembro e prepara mais um reajuste para este mês. "Ao todo, os aumentos somam de 12% a 16% neste ano", pontua Cavalieri.
O executivo não descarta outro reajuste para 2016, decisão que dependerá da volatilidade do câmbio. "Estamos trabalhando com margens bastante apertadas desde o ano passado e, apesar dos aumentos de preços, ainda vamos absorver muitos custos".
Já a brasileira PHD não consegue mais incorporar o aumento dos gastos. "Tivemos que reduzir preços pois muitos concorrentes, para não quebrar, vêm praticando preços muito abaixo do mercado", revela Marques.
Ele ressalta que a empresa vem trabalhando, há algum tempo, com as margens comprimidas, mas que até agora a PHD tem "conseguido administrar" a situação.
As empresas também têm procurado manter o padrão das máquinas para fidelizar os clientes. "Estamos apostando em produtos mais sofisticados e com tecnologia embarcada. O setor pode recuar, mas nós vamos ganhar market share", garante Cavalieri.
O presidente da JCB afirma que valor agregado é a chave para se manter no negócio. "Apostamos em custo-benefício e, apesar da queda do mercado, vamos manter nosso share neste e no próximo ano", assegura Gonçalves.
Outra saída para vencer a crise, de acordo com o executivo, é aumentar as exportações. "A apreciação do dólar nos permitiu ser mais competitivos. Vamos mais do que triplicar as vendas ao exterior neste ano", informa o executivo.
Cavalieri pondera, contudo, que o câmbio não favorece tanto o Brasil. "Ainda temos o custo logístico mais caro do mundo e uma altíssima carga tributária. Trazer máquinas da Coréia para a América do Sul tem o mesmo custo do que exportar daqui", declara.
Perspectivas
Para 2016 o consenso entre os fabricantes de máquinas e equipamentos de construção é que não haverá crescimento no mercado. Gonçalves se diz "conservador" em relação ao desempenho do setor no ano, assim como o CEO da BMC.
Já o diretor da PHD acredita que esta é mais uma fase difícil que o País atravessa, mas com prazo de validade. "O setor da construção, assim como o Brasil, não pode parar. O potencial de crescimento existe e uma hora o mercado vai voltar a crescer", diz Marques.
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