Assessoria de Imprensa
29/04/2021 11h00 | Atualizada em 29/04/2021 23h03
Por André Ferreira*
O cobre é um metal de grande flexibilidade e um excelente condutor elétrico. Dada essas características, ele é amplamente utilizado na indústria e, hoje, as empresas de telefonia, internet e distribuição de energia são algumas das principais consumidoras desse metal.
Para que essas empresas levem seus serviços até seus clientes, são aplicadas milhas de cabos distribuídos por toda parte, principalmente em grandes centros urbanos, seja de forma aérea, com o uso de postes ou por galerias subterrâneas.
Com tantas possibilidades para uso do cobre, nos últimos anos aum
...Por André Ferreira*
O cobre é um metal de grande flexibilidade e um excelente condutor elétrico. Dada essas características, ele é amplamente utilizado na indústria e, hoje, as empresas de telefonia, internet e distribuição de energia são algumas das principais consumidoras desse metal.
Para que essas empresas levem seus serviços até seus clientes, são aplicadas milhas de cabos distribuídos por toda parte, principalmente em grandes centros urbanos, seja de forma aérea, com o uso de postes ou por galerias subterrâneas.
Com tantas possibilidades para uso do cobre, nos últimos anos aumentou o número de casos de furto de cabos nos grandes centros urbanos. Um levantamento feito pelo Sindicato das Empresas de Telecomunicações divulgado em 2019 apontou que 4 milhões de metros de cabos de cobre foram furtados no Rio de Janeiro, gerando um prejuízo estimado em R$ 700 milhões por ano.
Além disso, há um custo indireto com um altíssimo número de clientes impactados. Isso inclui hospitais, delegacias, comércios e delivery, o que gera um grande impacto social com o prejuízo desses serviços essenciais que são acometidos. E não podemos esquecer também da pessoa física, que, em tempos de pandemia, trabalha em home office. Todo esse impacto financeiro e social é elevado por essa “indústria paralela” de mineração do cobre.
E o furto só ocorre porque há quem compre o material. Em sua maioria, os receptores são sucatas de pequeno porte. Nesses locais, o material, já decapado e queimado, é revendido para sucatas de maior porte ou diretamente para as grandes usinas de cobre. Nessa camada, é quase impossível a rastreabilidade da origem da matéria-prima, que é triturada e reprocessada para entrar novamente no mercado.
Ações de inteligência para chegar aos receptores e a execução de penalidades mais rígidas são os caminhos para a diminuição dessa modalidade de crime. Entretanto, a participação das empresas impactadas é fundamental, realizando o registro das ocorrências para o levantamento de dados, como locais e horários de maior incidência. Além disso, é preciso garantir a identificação do cabo para caracterização do crime de furto ou recepção.
Também é importante o envolvimento de outros órgãos públicos, como o Ministério do Trabalho e os órgãos de fiscalização e proteção ambiental. Em paralelo, as empresas vítimas precisam adotar medidas para diminuir seus índices de furto.
Nos últimos anos, as empresas de telefonia iniciaram um trabalho de descomissionamento das estruturas que utilizam os cabos de cobre e os cabos metálicos derivados substituindo por fibra óptica, material que não tem valor comercial.
Contudo, esse trabalho leva tempo para atingir um nível ideal a ponto de gerar resultados nos índices futuros. Outro ponto importante é que, comumente, os cabos de fibra óptica são confundidos com cabos metálicos e acabam sendo vandalizados, ainda gerando impacto para os clientes dessas empresas.
É fato que as empresas precisam adotar medidas para mitigação desse tipo de risco. Nesse sentido, a ajuda de empresas especializadas em segurança permite que novas soluções sejam encontradas e implantadas, gerando resultados efetivos e evitando o risco de investimentos em ações que não tenham o resultado esperado.
*André Ferreira é consultor sênior de segurança empresarial na ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.
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