Assessoria de Imprensa
02/03/2023 08h30 | Atualizada em 02/03/2023 08h55
O estado de São Paulo concentra cerca de 30% da malha metroferroviária do país, mas ainda é insuficiente para o volume e a densidade da população. Porém, a perspectiva para os próximos anos é positiva. Essa foi a mensagem ressaltada durante o Congresso NT Expo, principal atração da 23ª edição da NT Expo (Negócios nos Trilhos), que termina hoje (2) no São Paulo Expo.
Para abrir o segundo dia do evento, o painel “Perspectivas do transporte metroferroviário do estado de São Paulo” reuniu um time com concessionárias, agentes públicos e representantes de associações do se
...O estado de São Paulo concentra cerca de 30% da malha metroferroviária do país, mas ainda é insuficiente para o volume e a densidade da população. Porém, a perspectiva para os próximos anos é positiva. Essa foi a mensagem ressaltada durante o Congresso NT Expo, principal atração da 23ª edição da NT Expo (Negócios nos Trilhos), que termina hoje (2) no São Paulo Expo.
Para abrir o segundo dia do evento, o painel “Perspectivas do transporte metroferroviário do estado de São Paulo” reuniu um time com concessionárias, agentes públicos e representantes de associações do setor para debater o assunto.
O chefe de Gabinete da Secretaria de Parcerias e Investimentos do Estado de São Paulo, Diego Allan Domingues, destacou projetos que estão no pipeline para os próximos anos, em especial as parcerias público-privadas e concessões. Entre eles, o Trem Intercidades São Paulo-Campinas (TIC Norte), que deve ter o edital publicado em novembro de 2023, com a previsão de R$ 12,5 bilhões em investimentos.
Ele também falou sobre a aprovação do início de novos estudos para a expansão das linhas de trens metropolitanos 11, 12 e 13, que tem uma demanda atual de 980 mil passageiros por dia, e da construção do Trem Intercidades de São Paulo- Sorocaba.
Também ressaltando os investimentos para o futuro, o presidente da Divisão de Mobilidade do Grupo CCR, Márcio Hannas, falou que a empresa tem cerca de R$ 3 bilhões em investimentos previstos para 2023, sendo R$ 1,5 bilhões na recente concessão da CCR das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos (CPTM). “Essas duas linhas têm demanda atual de 1 milhão de passageiros por dia”, afirmou.
Hannas comentou sobre os desafios enfrentados pela iniciativa privada ao assumir concessões públicas. Ele falou que a dificuldade principal é a recuperação da infraestrutura para que alcance o patamar de operações mais modernas e automatizadas. Como exemplo, o executivo citou as linhas 8 e 9, que possuem diferentes sistemas de sinalização e que precisam ser igualados.
Neste contexto, a diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Roberta Marchesi, avaliou que todas as cidades do país têm dificuldades para estabelecer redes estruturantes de transporte de passageiros sobre trilhos.
“O que prejudica esse desenvolvimento do segmento é a descontinuidade dos projetos no longo prazo, uma vez que o problema não é o banco de projetos do segmento, que possui 3 mil km de projetos com potencial de sair do papel, sendo 700 mil km só em São Paulo”. Ela defende a constituição de uma Autoridade Metropolitana, com autonomia para a execução de projetos independente do governo da gestão atual.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, comentou sobre o pleito para que o Banco Mundial viabilize a preferência de linhas de financiamento doméstico para que a indústria ferroviária no Brasil seja beneficiada. “A indústria ferroviária está capacitada e ansiosa pelos investimentos na malha que estão previstos para os próximos anos”, acentuou.
Ainda no segmento de transporte coletivo sobre trilhos, os desafios do transporte público coletivo em centros urbanos e mobilidade urbana foram abordados em dois estudos de casos sobre o futuro do VLT’s do Rio de Janeiro (RJ), a maior malha de VLT das Américas com 251 km, e a expansão e revitalização urbana no VLT da Baixada Santista (SP).
“O VLT é um sucesso no centro do Rio de Janeiro como um indutor do desenvolvimento urbano e com aprovação de 88% dos usuários”, disse o diretor de Operações da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP), Luiz Eduardo Oliveira da Silva. Ele falou sobre os estudos de novos projetos de VLT’s, como a ligação na zona sul da cidade entre os bairros de Botafogo, Gávea e Leblon e a conversão dos corredores Transcarioca e Transoeste do BRT. O investimento previsto para esses dois últimos é da ordem de R$ 6 bilhões e R$ 8,7 bilhões, respectivamente.
Silva usa o termo “VTLzação” para definir esses projetos que pretendem ratificar uma nova lógica de planejamento de transporte sobre trilhos no longo prazo na cidade do Rio de Janeiro. Ele destacou os números do VLT do centro da cidade, que opera em três linhas desde outubro de 2019. “São 28 km de trilhos que transportam mais de 100 milhões de pessoas”, comentou.
O assessor técnico da EMTU/SP (Sistema Integrado Metropolitano da Baixada Santista), João Paulo Rodrigues, também falou da alta taxa de aprovação do VLT na Baixada Santista, que chega ao índice de 9,8 (escala até 10). “O VLT é um sistema robusto, com custo-benefício a longo prazo e com qualidade e conforto para o usuário”, afirmou.
A operação do VLT da Baixada Santista teve início em janeiro de 2016 e faz parte de um Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que conta com a integração entre o VLT e 500 ônibus metropolitanos com bilhetagem única. Isso significou um desconto de 46% para os usuários no deslocamento. O assessor técnico da EMTU/SP destacou que são 4,9 milhões de passageiros transportados pelo sistema por mês.
Serviço:
23ª NT Expo – Negócios nos Trilhos
Data: 28 de fevereiro a 2 de março
Horário: 13 às 20h
Local: São Paulo Expo
Informações: neste link
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