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Novo PAC deve estimular a multimodalidade, diz especialista

Executivo da project44 avalia que revitalização de malha ferroviária é acerto, mas direcionamento de recursos para portos e hidrovias ainda é baixo

Assessoria de Imprensa

22/08/2023 16h47 | Atualizada em 24/08/2023 09h52


O Governo Federal lançou oficialmente no dia 11 agosto o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ao todo, o volume de investimentos deve chegar a R$ 1,7 trilhão, a serem destinados a projetos de nove grandes eixos de atuação.

Um deles é o “Transporte Eficiente e Sustentável”, que prevê cerca de 300 empreendimentos com aportes que devem alcançar R$ 349 bilhões, entre recursos públicos e privados.

Além da construção de novas rodovias, os recursos preveem a manutenção da malha rodoviária em todos os estados, e investimento também em hidrovias, portos e aeropor

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O Governo Federal lançou oficialmente no dia 11 agosto o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ao todo, o volume de investimentos deve chegar a R$ 1,7 trilhão, a serem destinados a projetos de nove grandes eixos de atuação.

Um deles é o “Transporte Eficiente e Sustentável”, que prevê cerca de 300 empreendimentos com aportes que devem alcançar R$ 349 bilhões, entre recursos públicos e privados.

Além da construção de novas rodovias, os recursos preveem a manutenção da malha rodoviária em todos os estados, e investimento também em hidrovias, portos e aeroportos.

No entanto, a distribuição dos recursos chama a atenção. Enquanto as rodovias devem receber investimentos de R$ 185,8 bilhões, ferrovias devem ficar com R$ 94,2 bilhões; portos, com R$ 54,8 bilhões; aeroportos com R$ 10,2 bilhões e hidrovias com apenas R$ 4,1 bilhões.

“As rodovias representam 53% dos investimentos previstos, ao passo que as hidrovias, somente 1,14%”, comenta Pierre Jacquin, vice-presidente da project44 para a América Latina.

Os percentuais equivalem mais ou menos às participações de cada um dos modais no transporte de cargas no Brasil, diz ele, o que a princípio poderia fazer sentido.

“Mas temos de considerar que outros modais não são mais utilizados justamente por falta de infraestrutura adequada”, completa Jacquin.

Segundo ele, o planejamento também é intrigante pelo fato de “Desenvolvimento e Sustentabilidade” ser a bandeira do Novo PAC.

“Como todos nós sabemos, o transporte rodoviário é mais poluente e tem menor rendimento do que outros modais, como o ferroviário e o hidroviário”, afirma.

“Não se trata de desconsiderar a importância das estradas, fundamentais para a malha logística do país, tampouco de ser pessimista quanto à efetividade dos projetos, que devem diminuir o Custo Brasil", observa.

"Mas esperávamos ações mais voltadas ao fomento das redes multimodais, que têm tudo para promover operações mais eficientes e, ao mesmo tempo, mais ‘verdes’”, avalia o executivo.

Jacquin lembra que diversos países com grandes extensões territoriais investiram, ao longo do tempo, em uma malha ferroviária robusta.

“Os Estados Unidos têm cerca de 150 mil km de ferrovias. A China, mais de 100 mil km. A Rússia, 85 mil. A Índia, 68 mil. Por sua vez, o Brasil, embora seja a quinta maior nação do mundo em área, possui apenas 28 mil km de trilhos instalados, com apenas 12 mil utilizados no transporte de cargas”, ilustra.

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