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Novo lockdown na China vai acentuar falta de insumos e inflação global

Importantes polos econômicos da Ásia, as cidades de Xangai e Pequim adotaram restrições para conter nova onda da Covid-19

R7

05/05/2022 11h00


Os recentes fechamentos das cidades de Xangai e Pequim para conter uma nova onda de contaminações pela Covid-19 pode agravar a situação adversa enfrentada pela economia nacional e global.

Na avaliação de especialistas, a política sanitária de 'Covid zero' adotada pelo governo chinês vai prejudicar novamente a cadeia global de suprimentos, resultar em uma nova falta de insumos para a cadeia produtiva e, consequentemente, elevar ainda mais os preços.

Josilmar Cordenonssi, professor de economia do CCSA (Centro de Ciências Sociais e Aplicadas) do Mackenzie, afirma que a manutenção das medidas de isolamento vai ocasionar na pio

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Os recentes fechamentos das cidades de Xangai e Pequim para conter uma nova onda de contaminações pela Covid-19 pode agravar a situação adversa enfrentada pela economia nacional e global.

Na avaliação de especialistas, a política sanitária de 'Covid zero' adotada pelo governo chinês vai prejudicar novamente a cadeia global de suprimentos, resultar em uma nova falta de insumos para a cadeia produtiva e, consequentemente, elevar ainda mais os preços.

Josilmar Cordenonssi, professor de economia do CCSA (Centro de Ciências Sociais e Aplicadas) do Mackenzie, afirma que a manutenção das medidas de isolamento vai ocasionar na piora das condições de logística de bens e produtos intermediários no mundo.

“Tudo que a China produz e exporta ou importa vai ficar travado. O tempo de espera dos navios por mercadorias nos portos vai aumentar, elevar o custo de logística e reduzir a oferta de produtos no mundo, fazendo com que os preços aumentem”, explica o professor.

Os isolamentos totais já resultaram em revisões das expectativas de crescimento da economia chinesa neste ano para um patamar abaixo de 4%. “Xangai é um grande porto, e o lockdown vai trazer um grande impacto para o PIB local. Como a China tem uma participação muito grande no comércio mundial, vai afetar o resto do mundo, lamenta Cordenonssi.

Patrícia Krause, economista-chefe da Cofase, ressalta que a cidade de Xangai representa cerca de 27% das exportações chinesas, o que vai trazer gargalos na cadeia de suprimentos em ritmo de melhora.

“A dificuldade de conseguir bens eleva o custo do transporte e acaba causando uma nova pressão para a inflação mundial”, analisa ela.

A falta de peças e chips para a cadeia produtiva citada pelos economistas é a mesma que ainda aflige parte das indústrias. No Brasil, o segmento automotivo foi um dos mais afetados pela Covid-19.

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), por exemplo, ainda cita a escassez de matérias-primas como um dos entraves para a produção nacional.

“As empresas tentam cumprir seus planejamentos, apesar de toda falta de componentes e semicondutores. As áreas de logística estão trabalhando para que a gente consiga produzir”, disse Marco Saltini, vice-presidente da entidade durante última divulgação de resultados do setor.

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