Redação
24/06/2022 11h38 | Atualizada em 30/06/2022 13h46
Por Norwil Veloso
“Quando resolvi dar um visual novo e criativo a um pequeno jardim situado na frente de minha casa, eu e minha esposa passamos a pesquisar na Internet ideias para fazer uma mudança no nosso antigo e detonado jardim. Durante essas buscas deparei com uma sugestão em um site de decorações de Londres, uma boa ideia para uma mureta de tijolos não assentados, mas empilhados uns sobre os outros.
Apaixonei-me pela ideia, mas onde conseguir esses tijolos? Lembrei-me então que, num terreno abandonado ao lado da Casa do Grito havia alguns tijolos inteiros e alguns pedaços. (...) Após a autorização [da admini
...Por Norwil Veloso
“Quando resolvi dar um visual novo e criativo a um pequeno jardim situado na frente de minha casa, eu e minha esposa passamos a pesquisar na Internet ideias para fazer uma mudança no nosso antigo e detonado jardim. Durante essas buscas deparei com uma sugestão em um site de decorações de Londres, uma boa ideia para uma mureta de tijolos não assentados, mas empilhados uns sobre os outros.
Apaixonei-me pela ideia, mas onde conseguir esses tijolos? Lembrei-me então que, num terreno abandonado ao lado da Casa do Grito havia alguns tijolos inteiros e alguns pedaços. (...) Após a autorização [da administração do parque], pegamos uns 12 tijolos e fragmentos, mas um pedaço me chamou a atenção.
Peguei o fragmento, limpei e deparei com uma marca um tanto danificada e aquilo despertou minha curiosidade. Passei então a pesquisar e descobri que era a marca PAULISTA, de uma antiga olaria do Dr. Samuel Eduardo da Costa Mesquita.
(...) Passei então a pesquisar os outros tijolos que também tinham marcações, e assim comecei a descobrir outras histórias. Passei então, em vez de fazer uma pequena mureta, a criar uma muralha histórica/cultural.”
Assim Marco Antonio Campos Machado conta como começou o Museu do Tijolo Antigo, que hoje reúne 185 exemplares das mais diversas origens. A maioria foi conseguida em demolições para reforma de prédios antigos, e a pesquisa das origens dos tijolos é bastante difícil, uma vez que as informações disponíveis estão limitadas a letras, números ou desenhos gravados em uma das faces do tijolo.
O fragmento que deu origem ao acervo do Museu
São considerados antigos os tijolos fabricados até a década de 40. As razões desse critério são a criação da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas nessa mesma época e um artigo publicado pelo Eng. Armando de Arruda Pereira, então diretor industrial da Cerâmica São Caetano, que buscava complementar um trabalho apresentado no I Congresso de Habitação propondo a padronização das medidas e a definição de tijolo quanto a suas medidas num congresso em que participou o Eng. Roberto Simonsen, em 1937.
Naquele ano, um grupo de engenheiros, incluindo Simonsen, definiu oficialmente as medidas para um tijolo padrão (que ficou conhecido como o “tijolo paulista”), com 25 cm de comprimento, 12 cm de largura e 6 cm de altura.
Atualmente, as dimensões de um tijolo cerâmico estão baseadas nas informações contidas na Portaria nº 558, de 19 de novembro de 2013, publicada pelo Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, em consonância com as normas NBR 7170:1983, NBR 8041:1983, NBR 15270-1, 2 e 3:2005, publicadas pela ABNT.
IDENTIFICAÇÃO
Identificar as marcas ou gravações dos tijolos antigos não é uma tarefa fácil, por vários motivos. Um deles é que a oficialização das olarias só veio a ocorrer em 1937. Antes disso, 95% dos fabricantes trabalhavam na clandestinidade e muitas olarias dependiam de mão de obra escrava.
Outro motivo é a variedade de sistemas de identificação, que vêm sendo usados sem qualquer controle, norma ou regra. Até a criação da ABNT, tudo era válido para marcar os tijolos, que têm, em suas faces, não necessariamente os nomes de seus proprietários ou de suas olarias, mas números, letras e/ou desenhos. Por exemplo, alguns exemplares colhidos no Parque Fernando Costa, no bairro da Água Branca (SP), possuem uma estrela entre as letras “B” e “F”, referentes à olaria de Bartolomeu Funchal, situada no bairro da Barra Funda, próximo ao local.
Um caso muito interessante e misterioso é um desenho de um "cometa". Poderia ser uma homenagem ao Cometa de Halley, que passou próximo à Terra em maio/junho de 1910. Mas essa é uma hipótese pouco provável, já que tijolos com esse desenho também aparecem no frontão da Pinacoteca, construído por volta de 1905. Assim, é mais provável que a homenagem tivesse sido feita à Estrela de Belém.
O interessante e misterioso desenho de "Cometa"
Em 1875, Dom Pedro visitou a olaria de Antonio Carlos Sampaio Peixoto, na cidade de Campinas, e a autorizou a fazer tijolos marcados com o Brasão do Império. Os tijolos estão marcados com o brasão do Império, entre as letras “I” e “O”. A olaria funcionou de 1867 até 1879, voltando em 1882.
Exemplar remanescente com o brasão do Império
BENEDITINOS
Durante séculos, os Beneditinos fabricaram tijolos e telhas para construção de igrejas, templos e todo tipo de estruturas com finalidade religiosa. Com o passar dos tempos, também começaram a comercializar seus produtos. Um tijolo em especial chamou a atenção, pois possui como marca uma Cruz sobre um coração, conhecido no meio religioso como O Sagrado Coração de Jesus. Esses tijolos foram vendidos em vários locais, no Estado de São Paulo e em outras partes do Brasil.
Tijolo com a marca da cruz sobre um coração
A história dos Beneditinos começou com muita força na região do Tijucussu, em São Caetano do Sul. Os Beneditinos começaram a produzir tijolos por volta de 1837, para uso local e para a construção de vários prédios da congregação Beneditina, assim como para a construção de edifícios do governo da província.
Em um levantamento estatístico de 1912, produzido pela Repartição de Estatística e Arquivo do Estado de São Paulo, foram identificadas 622 olarias em 73 cidades do estado. Alguns municípios tinham mais de duas dezenas delas (como São João da Boa Vista, Sertãozinho, Guarulhos e Piracicaba) e só o município de São Bernardo tinha 56 olarias funcionando. Algumas delas também produziam tubos de barro, cerâmicas ou ladrilhos.
Desde 1850, há registros de olarias nos arredores da cidade de São Paulo que começam a se multiplicar a partir das décadas seguintes. Os tijolos e telhas podiam ser adquiridos no local da construção, no caso de São Paulo, Jundiaí ou Itu. Outras vezes, eram transportados para pontos distantes ao longo da linha férrea, onde novas estruturas eram construídas.
O Rio Tietê sempre foi um grande meio de transporte de produtos, o que fez surgir grandes cidades em suas margens e outras pelo interior, menores, mas importantes para a economia do Estado de São Paulo. As carroças traziam os produtos das olarias e cerâmicas, que depois eram carregados em barcaças para seguirem para seus destinos comerciais.
O Rio Tietê sempre foi um meio importante de transporte de produtos
Na região da cidade de São Paulo, o rio foi o principal meio utilizado pelas olarias para levar tijolos para seus locais de venda ou de entrega de pedidos diretos. Praticamente todas as grandes construções antigas da cidade tiveram seus tijolos transportados por barcaças pelos rios Tietê e Tamanduateí.
O BAIRRO DO SACOMAN
O bairro do Sacoman tem sua história ligada diretamente ao empreendedorismo de três irmãos franceses que aqui chegaram em 1886, praticamente no fim do Império brasileiro. Os três empresários, Antoine, Henry e Ernest Sacoman, vieram de Marselha em busca de novas oportunidades e, graças à expertise de sua família em trabalhos com argila, perceberam uma possibilidade de negócio na cidade. Assim, os três franceses se tornaram os empresários pioneiros em oferecer e fornecer produtos de argila para a população.
Logo ao começar as atividades na cidade, a fábrica dos Sacoman ganhou destaque e, rapidamente, conquistou a preferência dos consumidores, tornando-se uma referência no setor cerâmico paulista. A indústria foi fundada em 1893 e a primeira sede foi na região da Água Branca, como uma pequena oficina de telhas de terracota, uma das grandes especialidades da família.
Fábrica dos Sacoman tornou-se referência no setor cerâmico paulista
Com o crescimento da demanda e em busca da matéria-prima ideal, os Sacoman acabaram se mudando para Osasco e, posteriormente, para a região do Moinho Velho, próximo ao Ipiranga, atual Sacomã, onde encontraram a argila apropriada. Quando conseguiram juntar algum dinheiro, compraram mais terrenos e constituíram o Estabelecimento Cerâmico Sacoman-Frères.
Foi a indústria dos irmãos Sacoman que desenvolveu as telhas que conhecemos hoje como “francesas”. Elas tomaram o lugar das chamadas “coloniais”, que eram feitas e moldadas artesanalmente nas pernas dos escravos.
Os produtos dos irmãos franceses atingiram tal nível de qualidade que seus tijolos e telhas foram escolhidos pelo poder público para compor a obra da Estação da Luz no ano de 1901. Cerca de 20 anos depois, entretanto, Antoine Sacoman veio a falecer e a família vendeu a fábrica e voltou para a França. A indústria passou a ser dirigida, então, por Américo Paschoalino Samarone, antigo funcionário que cresceu dentro da própria cerâmica, que se manteve em produção até 1956.
A Cava do Caulim do Sacoman é um local onde se encontra uma grande jazida de argila puríssima com tonalidades de branco, amarelo e vermelho, sendo este último causado pela presença de óxido de ferro. Mas a principal argila retirada era o caulim branco, também conhecido como Argila Taguá.
MATARAZZO
Existe uma pequena vila com 20 casas que foram construídas nas proximidades da antiga Cava do Sacoman. Todos os moradores são antigos funcionários das Indústrias Matarazzo e um deles, o Sr. Mário, um dos dois únicos ex-funcionários vivos, confirmou que Matarazzo não tinha olaria naquele local, informação que contraria teses e dissertações que citam uma olaria Matarazzo ali. O que Matarazzo fazia era apenas retirar o caulim para fabricação de louças brancas na sua fábrica, a Cerâmicas Claudia, que ficava em São Caetano do Sul (SP).
Porém, é possível que essa cava seja muito mais antiga e que outras olarias retirassem argila desse local. Uma delas seria a antiga olaria dos Beneditinos, que tinha fornos em São Caetano do Sul por volta de 1730. A Cava foi desativada em 1962, pois a cratera ficou tão grande e cheia de água que as bombas já não davam mais conta de retirá-la. Pode ter sido usada para retirada de argila também por olarias da região do Sacoman, São Caetano, São Bernardo entre outras.
Referência às Indústrias Matarazzo em tijolo
O acervo do museu possui 19 tijolos, alguns deles com a marca das Indústrias Matarazzo (I.R.F.M.). Esses tijolos foram doados pelo filho de um funcionário da fábrica em São Caetano, que os havia recolhido durante as sucessivas demolições da antiga fábrica. O responsável pelo Museu está pesquisando se a Matarazzo tinha oficialmente uma olaria, mas em diversas listas consultadas não consta nenhuma olaria como empresa do grupo. Assim, se fabricava tijolos, seria para uso em suas indústrias e não para venda.
A ESTAÇÃO DA LUZ
Por ter sido durante muito tempo uma zona alagadiça, a parte da Luz confinada entre a Avenida Tiradentes e o Rio Tamanduateí deu origem a uma ocupação mista, composta de modestas construções residenciais, comerciais e industriais, das quais sobrevivem diversos exemplares, entre eles a famosa Vila Economizadora, de 1907. Em contrapartida, o lado esquerdo da Avenida Tiradentes tende a integrar-se no vizinho bairro do Bom Retiro, que se manteve como chácara até os anos de 1880, quando um de seus proprietários, o tenente-coronel Jerônimo José de Andrade, teve a ideia de fundar uma olaria, que em 1859 passou a ser movida a vapor, por iniciativa de seu filho, Dromos Maria de Andrade, e se tornou a conhecida Olaria do Bom Retiro. Em 1869, a olaria encontrava-se nas mãos do Dr. João Ribeiro da Silva, advogado e empresário, que, em 1875, criou uma outra fábrica, de elementos arquitetônicos feitos de cimento moldado, na época chamados de “pedra artificial”.
A Estação da Luz era a estação principal da antiga São Paulo Railway (posteriormente, E. F. Santos-Jundiaí), ou "inglesa", como era mais conhecida. Erguida com material integralmente importado da Inglaterra sobre parte do terreno do antigo Jardim Público (da Luz), foi construída entre 1895 e 1901. Ocupa uma área de 7.520 m2 e possui um vão livre de 39 m na gare. Por ela circulavam não só o café e os produtos procedentes ou com destino a Santos, como as autoridades nacionais e estrangeiras que vinham à capital. Sua torre dominava a paisagem paulistana e o tempo que seu relógio marcava confundia-se com o tempo público da cidade.
Uma citação de jornais da época afirma que todo o material para construção da Estação da Luz veio da Inglaterra, o que não se alinha com o anúncio do Jornal Correio Paulistano de 1896, onde o superintendente William Speers pede às olarias de São Paulo que forneçam um milhão de tijolos. É sabido que muitos tijolos vieram da Inglaterra, e que muitos com a mesma sigla foram fabricados aqui, mas a pergunta principal é: quais tijolos foram importados e quais foram fabricados aqui?
Quanto aos fabricantes dos tijolos com a sigla SPR (São Paulo Railway) e suas respectivas formas de madeira ou de ferro, é difícil definir se os tijolos vieram todos da Inglaterra, como afirmam (aparentemente sem razão) vários pesquisadores, se as formas de madeira e de ferro dos tijolos foram fabricadas aqui ou vieram da Inglaterra, se a The Southern San Paulo Railway Company Limited tinha uma olaria e se os tijolos foram fabricados em São Paulo.
Controvérsias permanecem sobre a origem de exemplares com a sigla SPR
Obviamente muitas olarias forneceram tijolos durante a construção da Estação. Muitas olarias do grande ABC e de São Paulo foram grandes fornecedores de tijolos por mais 80 anos para a São Paulo Railway.
CERÂMICA SÃO CAETANO
O bairro é praticamente plano e desenvolveu-se em função da Cerâmica São Caetano. Marcado pela presença de famílias italianas e húngaras, os Molinaris e os Szarapkas foram os primeiros imigrantes a se fixarem no local. A família Molinari construiu a primeira escolinha de ensino básico.
Os Szarapkas, vindos da Hungria, chegaram ao Brasil em 1924 e dedicaram muitos anos de trabalho à Cerâmica São Caetano. Por volta de 1910, o bairro apresentava duas únicas vias importantes: Rua Santo Antônio (atual Avenida Senador Roberto Simonsen) e Rua Caramuru (hoje Engenheiro Armando de Arruda Pereira).
Vistra áerea da Cerâmica São Caetano
Nos anos 1920, a família Veronesi foi uma das pioneiras na prestação do serviço de transporte coletivo na localidade. A Cerâmica São Caetano, sucessora da antiga Cerâmica Privilegiada, foi fundada em 1913 e ficou famosa pela produção de ladrilhos, telhas e tijolos refratários. A qualidade do material chegou até mesmo a ditar o padrão de excelência da época, sendo comum a denominação “tipo São Caetano”, para o modelo que as olarias concorrentes deveriam atingir.
Numa exposição na França, a empresa foi considerada um dos melhores fabricantes de tijolos do mundo. Seu slogan era “para riscar um ladrilho São Caetano, só outro ladrilho São Caetano”. A maioria dos moradores do bairro trabalhava na Cerâmica São Caetano. Em 1925, foi criado o Cerâmica F.C., subsidiado pela própria fábrica. Nas dependências da empresa funcionava também uma escolinha, que depois se tornou o Grupo Escolar da Cerâmica, inaugurado na década de 1920. Anos mais tarde, a escola foi transferida para o Buracão da Cerâmica – imensa cratera de onde a Cerâmica São Caetano extraía sua preciosa argila – e lá funcionou até 1941. Nos anos 1970, o antigo Buracão da Cerâmica foi transformado em centro de recreação e hoje integra o Espaço Verde Chico Mendes, localizado no Bairro São José.
Tijolo da Cerâmica São Caetano, considerada um dos melhores fabricantes do mundo
A fabricação de tijolos, a fumaça exalada pelas chaminés, as partidas de futebol mostram que a formação do bairro Cerâmica se mistura, em grande parte, com a história de sua principal olaria que, mesmo hoje estando desativada, marca a paisagem e vive na memória dos antigos moradores de São Caetano.
VILLA PRUDENTE E OLARIA SOLA
A Cerâmica Villa Prudente recebeu a seguinte menção em jornais da primeira metade de século XX: “Este grande estabelecimento de produtos cerâmicos fundado na Villa Prudente (Estação de Ipiranga) em 1910, com o capital de Rs. 400 contos, ocupa o espaço de 200.000 metros quadrados. Nele se fabricavam todas as espécies de produtos cerâmicos, assim como tijolos e telhas. Os fornos para fabricação de tijolos e telhas eram dos fabricantes Hoffmann e produziam diariamente cerca de 10.000 telhas e 8.000 tijolos. A diretoria compõe-se dos srs. dr. F. P. Ramos de Azevedo, presidente; dr. Julio Michelli e cavaleiro José Publisi Carbone, diretores. A gerência da fábrica está entregue ao sr. dr. Alfredo de Miranda. Os produtos da fábrica foram galardoados com as maiores distinções da exposição realizada nesta Capital, em diversas exposições estrangeiras com medalhas de ouro e na do Rio de Janeiro com o Grande Prêmio”.
A Olaria Sola foi fundada em 1924, segundo o proprietário Sr. Altair. Está em atividade até hoje na Vila Assis, em Sorocaba (SP). Apesar de enfrentar forte concorrência com olarias mais modernas e bem mais mecanizadas ela continua com sua produção num mercado que é muito competitivo.
Instalações da Olaria Sola, em Sorocaba
As pequenas olarias ou cerâmicas praticamente desapareceram depois da mecanização da produção, pois muitos não conseguiram financiamento para os maquinários e foram forçados a desativar gradualmente suas atividades, até seu fechamento final. A Olaria Sola, que é uma empresa familiar, ainda continua com suas atividades.
Conheça o Museu Virtual do Tijolo Antigo neste link.
27 de novembro 2024
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