Logística
DCI
10/12/2015 00h41
Apesar de ter uma demografia continental, a malha ferroviária brasileira é equivalente a um país cinco vezes menor que o nosso. Para mudar esse dado, empresários apontam a necessidade de revisão dos trechos do modal que são subutilizados, mas que já possuem uma estrutura pronta.
"O Brasil que o governo federal pinta para investidores estrangeiros - cheio de oportunidades de negócios - não é a realidade. Agora, em tempos de recessão, o sonho fica ainda mais distante", afirma o professor de engenharia civil e especialista em transporte ferroviário, Mário Rodrigues Santos Golvêa.
A visão do acadêmico vem em linha com argumentado pela ONG Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (FerroFrente). De acordo com o presidente da or
...Apesar de ter uma demografia continental, a malha ferroviária brasileira é equivalente a um país cinco vezes menor que o nosso. Para mudar esse dado, empresários apontam a necessidade de revisão dos trechos do modal que são subutilizados, mas que já possuem uma estrutura pronta.
"O Brasil que o governo federal pinta para investidores estrangeiros - cheio de oportunidades de negócios - não é a realidade. Agora, em tempos de recessão, o sonho fica ainda mais distante", afirma o professor de engenharia civil e especialista em transporte ferroviário, Mário Rodrigues Santos Golvêa.
A visão do acadêmico vem em linha com argumentado pela ONG Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (FerroFrente). De acordo com o presidente da organização, José Manoel Ferreira Gonçalves, o Brasil tem hoje 25 mil quilômetros de ferrovias construídas, o que representa 0,2% dos mais de 8,4 milhões de m² do território nacional.
"Hoje transportamos por trilhos apenas 50% da soja que exportamos pelo Porto de Santos, que ainda é o maior do País", afirma o líder da FerroFrente.
Entre as demandas trazidas como necessárias para avanço substancial do modal está a revisão das malhas subutilizadas. "O governo se comprometeu a construir 11 mil quilômetros de malha ferroviária, mas não há planos específicos para retomada dos trechos abandonados mas com potencial de movimento", disse Golvêa ao DCI.
Esferas públicas
Umas das estratégias sugeridas pelo mercado para contornar o déficit de ferrovias e diminuir os custos de transporte em 30% é rever trechos sob controle de estados e municípios e que, outrora, foram considerados inadequados. "Na década de 1990, o governo federal fez um estudo de viabilidade de ferrovias já prontas. Algumas delas, consideradas rentáveis, passaram a ser administradas pela União e as outras, acabaram abandonadas", afirmou Golvêa, lembrando que hoje, muitas das estruturas consideradas pouco rentáveis há 30 anos, agora podem ser oportunidade de negócio.
Outra questão, dessa vez trazida por Gonçalves, é a revisão da forma de concessão, já que o modelo atual é pouco abrangente. "Os grandes projetos são executados aos poucos e de forma desordenada, já que a mesma ferrovia, em trechos distintos, tem concessionárias diferentes", revelou.
Na visão do executivo, os problemas trazidos por essa forma de concessão fatiada é grande. "As competências construtivas e gerenciais são desiguais, os pagamentos atrasam, as obras param, o trecho concluído começa a ser sucateado e, ato contínuo, o caos passa a se instaurar", afirma.
Investimento
Nadando contra a maré, a Ferroeste recebeu semana passada as primeiras três das cinco locomotivas que reforçarão, ainda neste ano, o escoamento da safra de verão. As novas máquinas e mais 400 vagões graneleiros foram compradas neste ano, em um investimento de R$ 4 milhões.
Com a ampliação da frota, a Ferroeste pretende dobrar a capacidade de transporte e atender a crescente demanda da safra de verão do oeste do Paraná, escoando da região de Cascavel até Guarapuava. O faturamento da empresa irá aumentar em 50%.
Até o fim de 2015 chegarão os demais vagões e as duas últimas locomotivas. Os equipamentos foram adquiridos da empresa Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
09 de janeiro 2020
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade