Transporte
O Estado de São Paulo
17/05/2018 12h43 | Atualizada em 17/05/2018 17h35
Após dias de contestação na Justiça, a licitação para obras de expansão do metrô de Fortaleza atraiu só um consórcio, formado pela construtora brasileira Ferreira Guedes e pela espanhola Sacyr, apresentou proposta. O valor será conhecido após a fase de habilitação. A obra está orçada inicialmente em R$ 1,7 bilhão, o que a coloca entre as maiores concorrências públicas feitas neste ano.
As empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão vinham tentando suspender na Justiça o leilão, alegando que havia falhas no edital e que o governo estadual não esclareceu dúvidas dos interessados no projeto. O Tribunal de Justiça do Ceará n
...Após dias de contestação na Justiça, a licitação para obras de expansão do metrô de Fortaleza atraiu só um consórcio, formado pela construtora brasileira Ferreira Guedes e pela espanhola Sacyr, apresentou proposta. O valor será conhecido após a fase de habilitação. A obra está orçada inicialmente em R$ 1,7 bilhão, o que a coloca entre as maiores concorrências públicas feitas neste ano.
As empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão vinham tentando suspender na Justiça o leilão, alegando que havia falhas no edital e que o governo estadual não esclareceu dúvidas dos interessados no projeto. O Tribunal de Justiça do Ceará negou os pedidos de liminar, liberando o governo para realizar a concorrência.
Com sede em São Paulo, a Ferreira Guedes é uma construtora de médio porte – em 2017, faturou R$ 350 milhões. Faz parte do Grupo Agis, que tem ainda uma empresa de sistemas e pedreira. A empreiteira possui no portfólio obras no metrô de São Paulo e no de Salvador. Mas o projeto de Fortaleza será o maior desse tipo já assumido pela empresa.
A espanhola Sacyr, cujas receitas beiram € 3 bilhões, está em mais de 30 países, mas a presença no Brasil ainda é tímida. Atua no metrô de São Paulo por meio da subsidiária Somague. A obra de Fortaleza será sua segunda no País.
Patricia Bueno, diretora jurídica da Ferreira Guedes, disse que a ausência de rivais na disputa reflete o atual momento do País. “Não é que não teve competição. Para esse tipo de obra, houve redução de participantes por conta do atual cenário econômico e das limitações das empresas envolvidas na Lava Jato”, afirmou.
A Ferreira Guedes foi envolvida em uma das fases da Lava Jato e chegou a ter um diretor preso. A empresa diz, porém, que já prestou os esclarecimentos e aguarda o encerramento do caso. Segundo a empreiteira, sua presença na investigação se deu por ela já ter sido parte da Construcap - a Ferreira Guedes foi comprada em 2008, mas as duas companhias se separaram em 2012.
Sobre as críticas de rivais apresentadas à Justiça, Patricia disse que a empresa avaliou com profundidade os documentos. “Não somos empresa pequena, nem aventureira. E buscamos um parceiro com expertise e renome internacional”, afirmou. “Nossa equipe técnica avaliou o edital, tirou dúvidas com o órgão e avaliou com profundidade tudo para fazer uma proposta”.
Aditivos. Em mandado de segurança impetrado na Justiça do Ceará, a Camargo Corrêa sustentou que problemas no projeto básico levarão a aditivos que encarecerão em até 25% o projeto - ou cerca de R$ 430 milhões. Tanto Camargo quanto Queiroz Galvão reclamaram na Justiça de não ter tido dúvidas técnicas, necessárias para a elaboração do orçamento, esclarecidas. O governo negou que isso tenha ocorrido.
Alguns dos questionamentos feitos por interessados, contudo, foram respondidos pelo governo do Ceará com a informação de que as especificações seriam fornecidas apenas à empresa contratada. Para alguns participantes, a postura do governo prejudicou a análise do projeto.
Procurado, o governo do Ceará não respondeu às perguntas da reportagem. A Queiroz Galvão e Camargo Corrêa não quiseram comentar.
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